terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Conversa de adultos 11- DOS 7 AOS 10 ANOS

Não, não quero apressar o passo, aumentando o período de idade. O que ocorre é que depois de um novo período de um frenético desenvolvimento, começa um novo período intenso de novas experiências e descobertas. Por isso, é natural que haja um tempo de calmaria. Este é, portanto, um período de desenvolvimento mais lento, mais demorado. Uma etapa diferente, mais complexa e mais importante que os períodos anteriores.



Até os 7 anos, as crianças passaram por várias fases: a dos reflexos, a do preparo da posição vertical dos seres humanos (com a firmeza da coluna vertebral, sentar, engatinhar, ficar em pé), os primeiros passos com apoio, o andar sozinha, correr, salta etc. A criança já estava pronta para tudo? 

Claro que não. 


Seu filho precisou que você o ensinasse a andar mais rápido, correr, pedalar a bicicleta, saltar de várias alturas e distâncias, segurar uma colher, levar a comida à boca, banhar-se, vestir-se etc. Quantas coisas vocês o ensinaram e ele aprendeu! Ele precisava de repetição e vocês exigiram dele em cada gesto e em cada movimento, para que tudo o que fora ensinado e aprendido se tornasse num “hábito”. E agora seu filho já é capaz de realizar muitas coisas porque seus músculos respondem corretamente, porque ele aprendeu a usá-los em cada movimento realizado. Isso é o suficiente para a vida inteira? 

Não, claro que não. 

E por não ser suficiente é que, dos 7 aos 10 anos, tem início uma nova fase de novos aprendizados. Nela outras áreas entram em jogo, fazendo com que seu filho chegue a alçar voos bem maiores e atingindo distâncias muito mais longínquas. Entre essas áreas estão as diferentes “atividades cerebrais”, mais conhecidas pelo nome de “intelecto”. 

E o que é o intelecto? 

O intelecto é formado por uma série de atividades cerebrais, ligadas entre si, que planejam, coordenam e realizam tudo o que seu filho faz. Por exemplo, os movimentos, a fala, o entendimento das coisas e os aprendizados são apenas algumas, dentre muitas outras funções voluntárias e involuntárias. 


Por meio dessas funções, as crianças aprendem a conhecer seus limites físicos e motores e decidirem sobre a autonomia de quererem permanecer como estão ou de melhorá-los. São as atividades cerebrais que levam seu filho a descobrir e conhecer a “si mesmo” e “suas capacidades” sem que as pessoas precisem dizer a ele, quais são essas capacidades. Lembra-se quando os pais dizem: - Vai que você consegue? Chegará o dia que seu filho lembrará dessas palavras e agirá por conta própria.


São ainda essas mesmas atividades cerebrais que fazem seu filho “entender que tudo, absolutamente tudo que está atrelado ao “afeto”.  Não, não se trata do “afeto”  se refere ao que ele sente pelos familiares, amigos e pessoas especiais, ou do que continua muito importante e necessária para sua vida e desenvolvimento. Mas de um eles sentem a seu respeito. Mas do afeto que sente por “si mesmo”, que se traduz como autoconfiança, auto segurança, autoestima e sentido de autonomia. 


É a descoberta e a compreensão  dessas afeto pessoal que garantem a ele, a compreensão do seu "mundo interior" com relação ao "mundo externo", onde se conscientiza que é um ser numa multidão de outros seres iguais que se adequam nesses dois mundos (interna e externamente), fazendo com que resulte na individualidade, personalidade, linguagem e socialização que se formará como seres únicos e diferenciados dos outros. E esta fase também coincide com o início da escolarização.



Por esta conscientização é individual (e você não pode ajudar) e muito complexa. Por isso, seu filho necessita de um tempo maior. 

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