quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

SÍNDROME DE ASPERGER

Dentro do espectro autista encontramos a Sindrome de Asperger que, durante muito tempo, foi considerada como um TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO, um “transtorno neurobiológico” com características que se assemelham ás do autismo de grau leve. Porém, em 2013, foi encaixada ao grupo TEA (Transtorno do Espectro Autista). A partir daí, novos estudos foram realizados e mudanças importantes surgiram no diagnóstico, nos graus de comprometimento e na condução do tratamento. 


SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS 

Embora o autismo e a Síndrome de Asperger compartilhem das mesmas dificuldades comunicativas, interativas e comportamentais pode ainda apresentar outros problemas de saúde ou de ordem mental, psicológica ou emocional, cujas implicações particulares também transforma cada indivíduo em seres únicos. 

Outra característica comum é que, cada autista ou Asperger enxergam e interagem com o mundo e com as pessoas de forma diferenciada. E é, este conjunto de influências, que lhes confere uma identidade pessoal e própria a autistas e Aspergers. 

Infelizmente, os Down, os Cri du Chat, os Retts, paralíticos cerebrais, autistas, Aspergers e tantos outros ainda são vistos como pessoas doentes. E, na verdade, não são. Essas pessoas são vítimas de erros genéticos, de ocorrências no nascimento ou de uma programação equivocada de seu DNA e que lhes confere uma “condição específica de sujeito” com a qual deverão conviver para o resto de suas vidas. Nasceram ou adquiriram uma “condição especial de pessoa” que agem, atuam e sentem de uma maneira diferente das demais e continuarão assim para o resto de suas vidas. Portanto, não pessoas são “doentes”. Simples assim. 

- Ah!, mas são diferentes de nós!?! Sim, e daí? Eu sou diferente de outras pessoas também: vejo a vida a meu modo, gosto de coisas que os outros não gostam, prefiro determinadas comidas que a maioria detesta, prefiro teatro a cinema, gosto mais de músicas eruditas enquanto a maioria prefere as populares, etc. E isso faz de mim alguém “doente”? Gente, é apenas isso. 

Mas posso entender que seja muito difícil para algumas pessoas entenderem o que seja uma “condição específica de alguns sujeitos”. Vejamos o significado de cada termo: condição é o modo de ser de algumas pessoas, ou seja, dela estar no mundo. Específica é o mesmo que própria, especial, diferenciada. Sujeito é o mesmo que pessoa. Resumindo, uma pessoa que vive uma vida diferente da nossa. Uma vida que não escolheram, que não pediram para viver e que, simplesmente, aconteceu. Por que? Por terem algo no seu DNA que causam essa especialidade de seres, por motivos divinos, por acaso ou destinos? Ainda não se têm respostas a tais questionamentos. 


No entanto, as pessoas “querem rotular” a todos os que são, pensam e sentem de modo diferente como “pessoas doentes”. Por isso, preocupam-se tanto com a “cura”. E se não há doença, não há cura. Simples assim. 

Sabe-se que a maioria destes seres especiais são os meninos, enquanto as meninas são em quantidade bem menor. Esta especialidade não escolhe classe social, portanto, os encontramos entre os ricos, remediados e pobres. Calcula-se que apenas no Brasil eles sejam perto de 2 milhões de pessoas disseminados pelos três graus, Aspergers e Savants (em quantidade bem menor). 

O que se sabe é que uma estatística correta e eficiente poderia auxiliar e muito nas políticas públicas e sociais que atendam, com eficiência, as necessidades dessas pessoas. Mas, infelizmente, os dados estatísticos são incompletos e geram políticas ineficientes. Em específico, os Aspergers e Savants (falaremos deles em outra oportunidade) apresentam condições biológicas, físicas e mentais bem diferenciadas dos autistas em geral. E quando se fala em políticas públicas e sociais nos referimos aos tipos de apoios que essas pessoas necessitam, ou seja, falamos do apoio médico, psicológico, educativo e social. 

INTELIGÊNCIA E APOIO AOS ASPERGERS e AUTISTAS DE GRAU LEVE


Os autistas de grau leve são mais inteligentes que os de grau moderado e severo, embora tenham uma inteligência um pouco abaixo da média. Encontram mais dificuldades específicas de aprendizagem, mas quanto mais baixo for seu nível de afetação do espectro podem vir a aprender a ler, escrever e conhecer números. Podem encontrar dificuldade na comunicação falada e escrita, falta a compreensão da leitura, porque as palavras são entendidas pelo seu valor literal (mesa é mesa e nada mais), nenhum entendimento das linguagens figuradas (provérbios e gírias), dificuldades nas operações matemáticas e daí o fato de precisarem de uma ajuda constante e ininterrupta. São facilmente irritáveis com luzes ou sons fortes e apresentam esteriótipos motores claros e visíveis. 

Já os Aspergers apresentam uma inteligência média ou acima dela. Aprendem a ler, escrever, contar, calcular e resolver problemas, embora a leitura ainda tenha um entendimento limitado. No entanto, quando um determinado tema lhes chama a atenção, debruçam-se sobre ele e buscam um conhecimento mais aprofundado, como por exemplo, sabem tudo sobre um determinado animal ou memorizar placas de carro. Em relação à fala, apresentam poucos problemas. Mas podem encontrar dificuldades em entender e processar as diferentes linguagens, razão pela qual precisam de ajuda constante. Com um apoio contínuo podem melhorar sua condição de vida, de terem uma vida mais significativa e gratificante e fazer suas próprias escolhas. São mais sociáveis e expressam mais afetividade que os de grau médio. Os esteriótipos motores são mais discretos e ocasionais, sendo que alguns podem não ser fáceis de se verificar.

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