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quarta-feira, 27 de março de 2019

ALTÍSSIMAS HABILIDADES


Você já sabe que os Savants têm habilidades inacreditáveis, são talentosíssimos e geniais e, são diagnosticados como Savants, justamente por conta dessas habilidades. No entanto, em outras áreas apresentam muitas dificuldades por conta de que, essa síndrome pode estar associada a outros fatores associados e não devido a própria síndrome.

Mas falemos da virtuosidade dessas habilidades. A genialidade presente nas habilidades dos Savants pode ocorrer em vários campos do conhecimento humano e depende de um poder de foco, que se assemelha a um desejo ou fixação incontrolável. O sujeito focado uma única direção faz com que todas as outras habilidades que estão atuando diminuam de intensidade, como por exemplo as atividades básicas e essenciais para sua vida. Ex: pode esquecer ou ter dificuldade em ir de um lugar para outro, organizar-se nas tarefas domésticas ou escolares, fazer e manter amizades entre outras.

Que habilidades tão poderosas são essas?

1 - LINGUAGEM – Sabemos que a comunicação entre os autistas com Savant é complicada. Mas ainda assim, eles são capazes de compreender e dominar de um a 15 idiomas, como já foi provado em alguns casos, na Europa.

2 - MEMORIZAÇÃO – Todos têm uma enorme facilidade de memorizar. Segundo estudiosos realizados desde 1970, supõe-se que os Savants tenham uma memória eidética (mais conhecida como memória fotográfica) muito desenvolvida. 

O termo “eidética” tem origem no termo grego “eidos” (εἶδος) cujo significado é “o que foi visto”. Atualmente, chamamos de memória fotográfica (ou eidética) para descrevermos um tipo de memória extraordinária, precisa e eficaz nos detalhes do que é visto.

Por isso, alguns Savants preferem a memorização de listas telefônicas, palavras dos dicionários, catálogos, partitura músicais, etc. Esse tipo de memória age como se fotografasse aquilo que foi visto, mesmo que por uma única vez. Nesse caso, sua memória reportaria na prática de uma habilidade com toda a perfeição.

3 - CÁLCULO – Os Savants com foco nos cálculos (mesmo os mais complicados) conseguem resolvê-los sem qualquer material que lhes sirva de suporte, como calculadoras, tabletes, computadores.

4 - MÚSICA – Basta ouvirem uma vez para que reproduzam a música integralmente e com toda a precisão. Se tocada ao piano, violão, teclado ou outro instrumento musical, eles também o fazem com maestria e sem nunca terem aprendido a tocá-los.

5 – ARTES – Os Savants encontram muita facilidade em desenhar, pintar, esculpir, fotografar, fazer colagens incríveis, dependendo do foco de cada um. Também não precisam estudar para fazerem belos trabalhos artísticos. E muito se tornam famosos por isso.

sexta-feira, 22 de março de 2019

CAUSAS DO SAVANTISMO

Desde a descoberta da Síndrome de Savant, os avanços das técnicas de imagem cerebral contribuíram para que os pesquisadores tivessem uma visão mais detalhada dessa condição. As razões que levam ao savantismo não é determinada por exames de imagem, nem mesmo com o mais moderno deles, a ressonância magnética. Diante disso, muitos estudiosos têm dedicado grande parte do seu tempo em pesquisas na tentativa de encontrar alguma explicação plausível para esse acontecimento.

funcionamento normal

Dentre esses estudiosos está Mirian Revers que acredita na existência de uma disfunção cerebral em determinadas regiões desse órgão. Segundo ela, essa disfunção pode provocar uma hiperativação de algumas áreas cerebrais. Essa hiperativação poderia ter a capacidade de estimular outras áreas cerebrais, no sentido de facilitar a aprendizagem sobre um determinado setor do conhecimento humano. Essa hiperativação foi chamada de “Facilitação Funcional Paradoxal” por Kapur, em 1996.

hiperativação - manchas brancas


Para Kapur, um dano cerebral no hemisfério esquerdo e em determinada região, o dano ativa e reconfigura os neurônios fazendo aparecer capacidades latentes e as desinibe em forma de habilidades previamente armazenadas e reorganizada pelo processo de ativação.



Em estudos realizados por Bernard Rimland, em 1978, no Autism Research Institute (Instituto de Pesquisa do Autismo), Califórnia, USA, encontra-se a citação: “as habilidades presentes estão associadas ás funções do hemisfério direito (que incluem aptidões relativas a música, arte, matemática, cálculos, etc) enquanto no hemisfério esquerdo se relacionam e incluem habilidades mais sofisticadas como as linguagens e as especializações da fala, razão pela qual são mais deficientes”.

Assim, as principais capacidades (genialidades) em artes, música, cálculo de calendário, matemática, habilidades mecânicas/ visuo-espaciais são mais frequentes do que as de linguagem (poliglotia), discriminação sensorial, atletismo, conhecimento em áreas específicas, como neurofisiologia, estatística, programação de computadores.


Mirian Revers revela que essas capacidades (vistas como sintomas da Síndrome de Savants) podem variar, podendo ser pequenas e restritas como as habilidades de memorização ou cálculo. No entanto, em outros indivíduos podem ser de grandes habilidades e mais gerais, como se fossem verdadeiros prodígios.


Imagens Google

Fontes:
Mirian Revers Biasão, psiquiatra da infância e adolescência, coordenadora clínica do PROTEA, programa de estudos do TEA da FMUSP

domingo, 16 de dezembro de 2018

ESMIUÇANDO OS GRAUS DO AUTISMO

Em primeiro lugar, é preciso informar que o autismo não tem cura. Ou seja, uma vez autista, continuará sendo pelo resto da vida. Geralmente, os autistas são observados pelas famílias, familiares e professores, possibilitando serem diagnosticados entre os 3 a 5 anos. No entanto, esta não é uma regra fixa, pois muitos outros são diagnosticados bem mais tarde como na puberdade, adolescência ou na idade adulta, já que esse transtorno está em todas as fases da vida. O que ocorre é que, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a qualidade de vida desse sujeito.

Os sujeitos diagnosticados como autistas possuem características comuns a todos os graus e níveis pelos quais o diagnóstico é realizado. As principais características do autismo são: dificuldades na interação social, na comunicação e no comportamento. Mas como saber isso para observar?
1) DIFICULDADES NA INTERAÇÃO SOCIAL



Entende-se por interação social todas as formas como as pessoas se relacionam umas com as outras e como elas agem entre si. Lembrando sempre que é uma condição do espectro e não como um ato voluntário, os autistas encontram dificuldades nesse relacionamento e na interação. Uns encontram mais dificuldades que outros e não se encontra dois autistas que ajam da mesma maneira. Portanto, afirmar que cada autista é único em sua forma de ser e agir, é verdadeiro.


As características mais gerais são:

a) mostram-se indiferentes às pessoas, mesmo estando em meio a elas. É como se ignorassem a presença das pessoas ao seu redor. Os autistas, na maioria das vezes, parecem não perceber que existem pessoas à sua volta. Obs: os de grau leve são mais sociáveis, se relacionam e interagem com os outros de forma mais adequada.

b) parecem não perceber ou não se incomodar com os sentimentos das pessoas, como por exemplo: se estão tristes, alegres, bravos, doentes etc.

c) evitam o contato visual com as pessoas, porque quando as pessoas forçam este tipo de olhar, os autistas se sentem ameaçados e invadidos. 

d) passam muito tempo sozinhos (isolamento) como se estivessem absorvidos por algum pensamento. Ou se afastam quando estão em um grupo. Um bom jeito de contornar esta situação é olhar para a ponta do nariz deles.

e) brincam sós e sempre com as mesmas coisas, sejam elas brinquedos ou um objeto qualquer (coisas que giram, espelhos, animais etc). E com eles passam muitas horas (hiperfoco). Um fato interessante é que, quando um objeto sai do seu campo visual, os autistas não os procuram. É como se deixassem de existir.


2) DIFICULDADES NO COMPORTAMENTO

Além do isolamento que também é um tipo de comportamento, os autistas podem:

a) se batem ou esbarram em alguém acidentalmente, não pedem desculpas, porque não conseguem perceber as regras sociais.

b) rirem ou repetem palavras e frases inadequadas e/ou improprias em momentos inoportunos, como por exemplo, gargalhar num velório ou xingar e/ou ofender pessoas desconhecidas.

c) demonstram não sentir dor, nem sentir frio, fome/sede e saciedade, por não saber identificá-los. Por isso, tiram a roupa e andam descalços, mesmo em dias muito frios. Ex: fazem isso em qualquer lugar e em público.

d) demonstram não terem medo de situações perigosas. Como exemplos, pulam de escadas altas, sobem e descem com agilidade em lugares altos, enfrentam animais perigosos e peçonhentos. Em contrapartida, a maioria teme coisas que são inofensivas, como folhas de uma planta, de um bibelô que enfeita sua casa ou um objeto de uma determinada cor.

e) apesar do “hiperfoco” (capacidade de se manter concentrado por longos períodos de tempo), os autistas encontram dificuldade em manter a concentração em tarefas simples. E, em geral, essas tarefas não são terminadas.

f) agem como surdos quando chamados pelo nome.

g) na maioria dos casos são calmos, mas teimosos. Porém, diante de algumas situações (sensibilidade a ruídos, luzes fortes e a mudanças inesperadas na sua rotina) podem ter acessos de raiva e se tornarem agressivos.

h) a maioria dos autistas apresentam movimentos motores estereotipados (estranhos). Esses movimentos são reflexos, inconscientes, involuntários e repetidos com uma certa frequência. Portanto, impossível de ser controlado. Estes movimentos diferem de um autista para o outro e não importa o grau.

São movimentos que nada tem a ver com expressões de alegria, tristeza, raiva ou outro sentimento qualquer, mas que chamam a atenção de qualquer observador.


3) DIFICULDADES NA COMUNICAÇÂO



a) Os de grau severo não falam, embora ouçam. Os de grau médio falam com dificuldade, geralmente com uma palavra e frase com duas ou três palavras. Os de grau leve falam com certa fluência, fazem uso de frases inteiras e com sentido. Mas todos encontram grande dificuldade em expressarem seus sentimentos por gestos ou pela própria fala. Pouco falam de si mesmos.




imagens - Google