sexta-feira, 8 de março de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
RESPOSTA A UM COMENTÁRIO
Resposta a um
comentário publicado em 02/03/2013, em “Didática para Deficientes Intelectuais
na Sala de Aula”, neste blog. Como são necessárias várias explicações, elas não
caberiam no espaço reservado aos comentários. Por isso, transformo a resposta
num post.
PREZADA
ESTAGIÁRIA
Weber
é um nome comum na Alemanha (como Silva, no Brasil) e, portanto, existem outras
síndromes com este nome. O que difere uma da outra são os sintomas que provocam
e nome de seus observadores.
Dentro
das poucas características que você apresentou sobre a criança que você
acompanha na sala de aula, acredito que esta seja a síndrome que você procura.
Se não for, me avise que estendo a pesquisa. Ok?
Esta
é uma síndrome raríssima e, portanto, pouco divulgada. Daí a dificuldade em se
encontrar dados.
SÍNDROME DE WEBER
Algumas
horas após a concepção começa a formação do embrião. E os primeiros órgãos a serem
formados são: o encéfalo e o coração.
A
parte inicial do encéfalo é chamada de “mesencéfalo” e é ele quem formará o cérebro.
Dele parte um feixe de nervos que formará o “tronco encefálico” ao qual estarão
ligados outros órgãos como o cerebelo, o bulbo e uma porção de outras estruturas
bem pequeninas, mas muito importantes.
Á
medida que o embrião vai se desenvolvendo, o mesencéfalo não cresce. O que
ocorre é a formação de uma série de camadas que vão cobrindo o mesencéfalo e
até que tenha um tamanho ideal, quando podemos chamar de “cérebro”.
Por
dentro do cérebro correm muitos nervos e finos vasos sanguíneos. Existem nervos
que são responsáveis por levar os estímulos do mundo exterior para o cérebro e
nervos que são responsáveis por levar respostas do cérebro para as regiões mais
distantes como braços e mãos, pernas e pés.
Um dos nervos que passam por essa região cerebral é o terceiro par dos nervos óculo-motores, responsáveis pelos movimentos
realizados pelos olhos. Já os vasos sanguíneos são responsáveis por nutrir e oxigenar
os neurônios.
Quando
algo acontece num desses vasos, o sangue não passa. Eles incham até
que arrebentam espalhando o sangue na região. A isto é chamado de “infarto
cerebral” ou, mais comumente, conhecido como “acidente vascular cerebral” (AVC).
Mas, também pode acontecer de uns vasos serem formados com defeito. Eles podem ter, por exemplo, as pontinhas fechadas o que impede que o sangue chegue aos neurônios. Ou estranguladas, como se fosse uma mangueira dobrada.
Em ambos os casos existe a morte de uma quantidade de neurônios (que pode ser pequena ou grande dependendo da região onde isto acontece) gerando o que se chama de “lesão”.
Mas, também pode acontecer de uns vasos serem formados com defeito. Eles podem ter, por exemplo, as pontinhas fechadas o que impede que o sangue chegue aos neurônios. Ou estranguladas, como se fosse uma mangueira dobrada.
Em ambos os casos existe a morte de uma quantidade de neurônios (que pode ser pequena ou grande dependendo da região onde isto acontece) gerando o que se chama de “lesão”.
Quando
ocorre uma lesão no mesencéfalo, seja por um AVC ou por uma oclusão (obstrução)
dos vasos sanguíneos, o tronco encefálico e os nervos óculo-motores também são
atingidos causando uma “paralisia”, isto é, esses órgãos deixam de cumprir o
seu papel com eficiência. Eles não deixam de funcionar, porém, esse funcionamento é bem lento.
Com
o trabalho ineficiente do cérebro, os membros (superior, inferior ou ambos) não
conseguem desempenhar bem o seu papel porque não recebem respostas adequadas
aos estímulos que envia. E com isto, mesmo que o restante do cérebro esteja em
perfeitas condições, há sempre um prejuízo grave do cognitivo.
Ainda
quanto aos membros, eles podem apresentar o que chamamos de "paralisia do lado
contrário da lesão" ou "paralisia contralateral". Isto é, se o garoto tem dificuldades em movimentar o braço
esquerdo é porque a lesão está do lado direito do mesencéfalo.
Ou, podem apresentar movimentos involuntários e violentos (hemibalismo), como bater os braços contra o peito ou para os lados. Estes movimentos são mais comuns nos braços e muito raros nas pernas.
Ou, podem apresentar movimentos involuntários e violentos (hemibalismo), como bater os braços contra o peito ou para os lados. Estes movimentos são mais comuns nos braços e muito raros nas pernas.
Por
causa dos nervos óculo-motores serem atingidos, a pessoa pode apresentar paralisia
num dos lados da face (paralisia facial), podendo encontrar dificuldade em
abrir ou fechar os olhos ou entortar a boca para um lado, geralmente, contrário
ao lado onde ocorreu a lesão.
Porque
isto acontece, ninguém sabe. Só se sabe que foi descrita pela primeira vez em
1863, em Londres, numa
publicação médica feita
pelo alemão Herman
David Weber.
Quanto
às sugestões que você pediu, veja o que ele sabe fazer além do nome e de contar
até 2. Comece com as noções básicas, lá do Jardim, ou do Pré. Apresente uma por
uma. Se souber, siga em frente. Se não souber, ensine. Tenha muita paciência,
repita muuuuuuito cada noção, retome tudo de vez em quando e acredite no seu
trabalho.
Ensine também coisas práticas da vida diária, como comer sozinho,
lavar as mãos (se puder), escovar os dentes, beber água ou suco sozinho, pedir coisas (se fala) ou mostrar cartões do que quer ou necessita (se não fala). Ensine tudo como se ele
fosse um bebê, se for preciso, para que tenha um pouco de autonomia.
Porém,
se ele tiver condições, se fala e consegue entender o que é pedido, vá em frente e tente alfabetizá-lo. Mas, só se
tiver condições para isso.
Espero
que isto sirva para alguma coisa. Sempre que precisar, pode acessar o blog ou
escrever como você fez. Juro que gostaria de acompanhar esse caso, mesmo á
distância. Mas, só se você quiser ou puder.
Fica com Deus. E bom trabalho.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
PERFURAÇÃO
Ola pessoal!
Faz tempo que não posto atividades que realizei com meus pimpolhos.
A perfuração é uma atividade que desenvolve a coordenação motora fina, a coordenação viso motora, a concentração e a atenção. É uma atividade fácil e que as crianças gostam muito. Porém, exige um pouco de cuidado para que não se machuquem. Pode ser aplicada com crianças com e sem deficiência.
Para realizá-la basta uma folha com desenhos e com uma área pontilhada, um pedaço de EVA ou uma almofadinha (pode ser um pedaço de tecido dobrado em várias partes) e um palito de churrasco. Depois, é só colocar a folha sobre o EVA e sair perfurando.
Começo com uma parte pequena e vou aumentando a área a ser perfurada aos poucos. Para isto, procuro desenhos grandes, alegres e divertidos. Nesta fase, faço os desenhos para que perfurem uma só folha. E peço que a criança perfure bem em cima do pontinho, senão, algumas crianças acabam fazendo tão juntinho que recortam a figura.
Mais tarde, quando já pegaram o jeito e já conseguem perfurar o contorno do desenho todo, aumento um pouco a resistência. Como? É fácil!
Faço um desenho e depois de pronto, recorto em volta da figura, como se vê abaixo. E colo em outra folha. O local onde a criança deve perfurar deve coincidir com o local dessa colagem.
Depois que já fizeram alguns deste jeito, misturo os dois modos, ou seja, perfuração simples e com resistência . Nestes exemplos, a perfuração simples (de 1 folha só) está do lado mais externo. Já no pontilhado interno, com resistência.
E aí vou criando e inventando novos jeitos: ás vezes, deixo pontos com resistência mais distantes uns dos outros, outras vezes, mais ou menos na mesma distância dos pontos externos.
Outras vezes, faço pontos intercalados de modo que a criança faça uma perfuração simples e outra com resistência.
Ora junto todos os pontos num determinado espaço, ora os espalho pela figura.
Por fim, podem ser utilizados em caminhos simples. Este exemplo é bem complexo e foi realizado por uma criança sem deficiência e em série mais avançada. Mas, podem ser feitos por deficientes desde que se obedeça uma progressão. E veja como ainda se atrapalhou nos laços do traçado.
Espero que tenham gostado da sugestão.
domingo, 17 de fevereiro de 2013
OPERANDO SUBTRAÇÕES
Este é um processo que está em andamento. Adicionar é fácil. Já a subtração é um tipo de operação que precisa ser bem compreendido pelos deficientes intelectuais senão eles fazem confusão.
Primeiro, brinca-se de tirar. Usando brinquedos ou figuras coloca-se uma quantidade, pede-se para tirar algumas e verificar quantas ficaram. Até aí, tudo bem. Pode-se ainda começar a trabalhar a ideia de "falta".
Mas, quando chega no caderno, a coisa complica. Eles não entendem os por quês. Então, é preciso que se fixe muito bem para que tenham autonomia num curto espaço de tempo. Procede-se da seguinte maneira:
Escreve-se no caderno as contas que se quer trabalhar, iniciando-se sempre pelas unidades. Aponta-se o minuendo e pede-se que ela monte com brinquedos, figuras, lápis, material dourado ou outro recurso qualquer esse número. Espera-se que a criança o faça e conte para verificar se é a mesma quantidade.
Em seguida, aponta-se para o sinal (menos) e diga que aquele sinal manda que ela tire.
Logo em seguida aponte para o subtraendo e diga que é essa a quantidade que deve ser tirada. Espera-se que a criança conte e retire colocando em local mais distante da mesa.
Feito isso, peça que conte a quantidade que restou, fixando as palavras: " ficou" e, um pouco mais tarde, a palavra "sobrou". A quantidade é marcada no caderno. Sempre apontando nas primeiras vezes.
Com a repetição desses procedimentos em pouco tempo a criança já sabe o que deve fazer e consegue trabalhar com materiais concretos.
Espero que tenham gostado da sugestão.
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
GLAUCOMA CONGÊNITO
DIFICULDADES
PERCEPTIVAS COMPLEXAS
O
glaucoma é uma doença que atinge pessoas com mais de 40 anos, sendo que, os índices
maiores estão relacionados aos idosos. Mas, o que é o glaucoma? Vamos entender
que doença é essa.
Dentro
do olho existe um líquido claro e transparente chamado humor
aquoso. Este líquido não é a lágrima. O humor aquoso tem por função a nutrição
das estruturas internas dos olhos. Por isso, ele está constantemente sendo
produzido e circulando por essas estruturas.
Quando
há muita produção desse líquido, o próprio olho se encarrega de fazer uma
drenagem, ou seja, esvaziar um pouco para que fique na quantidade ideal. Porém,
esses canais podem vir a entupir por um motivo qualquer. Então, quando há um
entupimento, o olho não consegue fazer a drenagem. O líquido vai se acumulado e
fazendo com que a pressão interna do olho aumente. Esta pressão nada tem a ver
com a pressão arterial.
O
aumento da pressão ocular causa danos nas fibras nervosas. Esses danos estão
relacionados à morte de células nervosas ali existentes. Por serem neurônios
eles não podem ser substituídos. Assim, quanto mais vezes ocorrer essa alta na
pressão interna do olho mais células nervosas morrem e mais fibras são
danificadas. O resultado final é a perda progressiva da visão, até a cegueira completa
num olho só, ou nos dois.
O glaucoma pode ser crônico ou agudo. O glaucoma crônico é indolor, mas afeta o nervo ótico e acarreta a perda de visão progressivamente. Precisa ser tratado logo que a pessoa esta percebendo os objetos embaçados. Já o agudo apresenta dor intensa no olho afetado (ou nos dois) e a perda da visão é imediata. O único tratamento é o cirúrgico.
PERDA DE VISÃO PROGRESSIVA
E
O QUE ISTO TEM A VER COM AS CRIANÇAS?
Muitas
crianças podem nascer com esta doença. É o chamado “GLAUCOMA CONGÊNITO”, um glaucoma do tipo crônico. Ele é
causado por um erro genético que tem como consequência a produção de um defeito
nos canais de escoamento do humor aquoso. Um defeito que pode apresentar:
- falta
de perfuração nos terminais dos canais;
- um
estrangulamento num ou em vários desses canais;
- incompletos
(faltam pedaços); ou
- os
canais podem estar totalmente fechados, o que significa que não há a passagem
para o tal líquido escoar.
VISÃO
EMBAÇADA OU TURVA
Cada
um dos defeitos produz uma percepção visual diferenciada. Uma delas é a visão turva ou embaçada. Tudo o
que a vê não tem uma forma definida ou está misturada ou distorcida porque os
contornos não são nítidos e as cores são bem enfraquecidas. As pessoas e
crianças que enxergam desta maneira encontram dificuldades para perceber e controlar
distâncias, e percebem mau as saliências ou reentrâncias do relevo.
VISÃO
TUBULAR
Outra
consequência do glaucoma congênito é a VISÃO TUBULAR. A pessoa vê os objetos
como se estivesse olhando através de um tubo. O centro da imagem é visível, claro,
nítido e apresenta um formato circular. O restante da imagem não é percebido.
assemelhando-se a um borrão escuro. Este
é um problema visual que, além de raro é pouco divulgado. Os principais sintomas são: lacrimejamento intenso e contínuo
e muita sensibilidade à luz. Em casos muito
graves, o olho é grande e a córnea fica opaca. O único tratamento existente é o
cirúrgico.
OBS: a visão tubular pode ter, ainda, outras causas.
fonte:
apontamentos de aula.
sábado, 9 de fevereiro de 2013
DE PROFESSOR PARA PROFESSORES
Queridos colegas professores.
Digo colegas, porque antes de ser psicopedagoga, fui professora por muitos anos. E quero pedir licença para fazer um comentário.
Como vocês sabem, tudo o que é pesquisado nos blogs aparece nos bastidores. Repetidamente aparecem perguntas como: "o que fazer com alunos que tem a Síndrome X ou com a Sindrome Y". Por isso, decidi fazer este comentário.
Gente, não importa que nome se dê para o que o deficiente intelectual tem. Pouco importa se ele tem Sindrome de Lange, de Rett, Down ou outras tantas citadas neste e em outros sites. São rótulos apenas, como tantos outros.
Esses rótulos definem o que a criança tem para os pais, que precisam ter uma resposta para suas inquietações e para os médicos, que precisam tratar. Para nós, professores, o que importa de verdade é a criança. Saber que ela tem este ou aquele rótulo não muda nada.
Se os professores têm interessante em saber as prevalências, as causas, se é rara ou comum, ótimo. É importante conhecer isso tudo porque bateu a curiosidade? Ótimo, vá conhecer, então. Mas, é só. Você não pode curar, nem transformar essa criança numa pessoa igual ás outras,só porque ela tem a sindrome A,B ou C.
Se os professores têm interessante em saber as prevalências, as causas, se é rara ou comum, ótimo. É importante conhecer isso tudo porque bateu a curiosidade? Ótimo, vá conhecer, então. Mas, é só. Você não pode curar, nem transformar essa criança numa pessoa igual ás outras,só porque ela tem a sindrome A,B ou C.
O precisamos saber, realmente, é se a deficiência que determinada criança apresenta é ou não "deficiência intelectual". Tem muito professor que trata um cadeirante como se ele fosse um deficiente intelectual e não é. Os cadeirantes têm um cérebro perfeito e pode aprender como qualquer outra criança. O problema desse cadeirante está nas pernas e não no cérebro. E assim, neste mesmo contexto, estão os surdos e os cegos. Não ver ou não ouvir não mexem com a inteligência. Ao contrário, muitos acabam nos surpreendendo.
Os deficientes intelectuais, ao contrário, tem um problema de mau funcionamento cerebral. Por causa disso, as respostas aos estímulos são mais lentas. Mas, ter um cérebro que funciona lento, não significa que não aprendam. Significa que demoram um pouco mais do que as outras crianças sem esse problema.
E não importa o nome da síndrome porque TODOS OS DEFICIENTES INTELECTUAIS POSSUEM O CÉREBRO LENTO. O que muda (e deve mudar) é a nossa postura diante dessas crianças.
É saber que os conteúdos devem ser passados aos poucos e em forma de passo a passo. Que necessitam de mais exercícios sobre o que está aprendendo, para que possam memorizar. Que necessitam de figuras coloridas para poderem formar imagens mentais.
E não importa o nome da síndrome porque TODOS OS DEFICIENTES INTELECTUAIS POSSUEM O CÉREBRO LENTO. O que muda (e deve mudar) é a nossa postura diante dessas crianças.
É saber que os conteúdos devem ser passados aos poucos e em forma de passo a passo. Que necessitam de mais exercícios sobre o que está aprendendo, para que possam memorizar. Que necessitam de figuras coloridas para poderem formar imagens mentais.
É preciso que os professores entendam que cada um caminha dentro de seu próprio ritmo e é preciso respeitá-lo. E mais: duas crianças que sofrem da mesma síndrome não são iguais. Elas são únicas porque apresentam características diferentes no comportamento, no interesse, nas aprendizagens assistemáticas, na atenção e concentração no trabalho, na forma de aprender e no tempo que levam para memorizar.
É preciso saber também que todo deficiente intelectual passa por períodos de retrocessos. Um período que parece que desaprendeu tudo o que foi ensinado. Na verdade, esses retrocessos são uma espécie de "acomodação" e, quando voltam desse período, tudo está diferente para melhor. E é possível verificar seus progressos.
É considerando a criança como única e sem compará-la com as demais de sua classe é que poderemos fazer o nosso melhor.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
TENTOS PARA ENSINAR PAR E ÍMPAR
Recursos Didáticos
Gosto muito de trabalhar com materiais montessorianos porque são bastante ricos e eficazes. Além disso, proporcionam uma série de atividades que podem ser utilizados por crianças pequenas e em idade escolar. Com idosos em reabilitação também, embora muitas pessoas não saibam disso.
Os materiais montessorianos desempenham papel importantíssimo na vida, nas aprendizagens e na reabilitação cognitiva de pessoas. São bem mais que simples brinquedos ou materiais didáticos que passam informações. Ao contrário, vão muito além disso, pois atuam sobre as necessidades psíquicas das pessoas. Por outro lado, são materiais atraentes e coloridos que provocam a curiosidade, instigam a experimentação e desenvolvem a inteligência.
São concretos e a manipulação deles desenvolve a sensorialidade, o controle motor, a coordenação motora fina (CMF) e a coordenação viso-motora (CVM). Muitos, possuem o controle de erros. São materiais simples, alegres e divertidos, mas sem perder o caráter sério dos materiais didáticos. Desenvolvem a imaginação, a criatividade e o raciocínio, o planejamento das ações, a organização do trabalho. Desenvolvem as antecipações e deduções porque trabalham na intuição do conceito e não o conceito formalizado, facilitando as descobertas.
A escolha de hoje são os "TENTOS", um material rico e eficaz no trabalho com quantidades e no conceito dos números pares e impares. Porém, é um material desconhecido para a maioria dos professores, que tentam a todo custo ensinar que 0, 2, 4, 6 e 8 são pares e que 1,3,5,7 e 9 são ímpares.
Os tentos são pequenas peças circulares de madeira e pintados na cor azul escuro. Quem não tem condições de adquirir esse material (e os materiais montessorianos genuínos estão difíceis de se encontrar ou estão muito modificados) podem improvisar cortando-se um cabo de vassoura em rodelas de 1 cm de espessura e pintando, ou, utilizando tampinhas de refrigerante pintadas com tinta acrílica ou cobertas por papel camurça azul.
USANDO TENTOS NA NOÇÃO DE QUANTIDADE
Faça cartões numerados de 1 a 9 e coloque os tentos indicados em cada cartão. Trabalhe sempre na sequencia para fixar a ordem.
Variação:
a) use cartões com quantidades de figuras e a criança coloca os tentos sobre cada figura.
b) use os cartões com figuras e a criança coloca os tentos na mesma quantidade, ao lado de cada cartão.
c) use os cartões de figuras, os tentos ao lado e cartões numerados de 1 a 9
d) misture os cartões de figuras ou os cartões numerados para que a criança coloque a quantidade de tentos indicada.
e) use quantidades de tentos diferentes e fora de ordem e cartões numerados para que fazer a correspondência
ENSINANDO A NOÇÃO DE PAR E ÍMPAR
Sobre uma mesa grande ou sobre um tapete no chão, coloca-se cartões numerados de 1 a 9 (na sequência correta e um ao lado do outro).
Aqui, estou trabalhando a memorização
desses números, por isso, foi até o 5.
Sob cada cartão coloque os tentos na quantidade indicada (como na foto). Do 2 em diante, coloque os tentos aos pares e com um pequeno espaço entre um e outro. Os tentos que sobrarem (ìmpares), coloque-os embaixo e na direção do espaço deixado. Comece e deixe que a criança faça o restante. Trabalhe esta arrumação durante algum tempo. Depois da 2ª ou 3ª vez, os mais espertinhos já montam a sequência sozinhos.
Depois de trabalhar algumas vezes, comece e deixe que a criança termine. Com tudo pronto, vá ao cartão 1 e partindo debaixo dele passe o dedo indicador sobre a mesa ou tapete, em linha reta. até encostar no tento. Diga para a criança: "ÍMPAR"
Vá ao cartão 2 e repita a operação, passando o dedo indicador por entre os tentos, prolongando o movimento para que a criança observe que não há impedimentos e diga "PAR". Repita os gestos e as palavras até o 9. Deixe que a criança repita o movimento e as palavras.Deixe-a trabalhar sozinha durante algum tempo, e, de quando em quando perceba se a(s) criança(s) não está trocando ou confundindo os nomes.
PARA AJUDAR NA MEMORIZAÇÃO (parte mais abstrata da noção)
Monte o material como das outras vezes, peça que a criança faça o movimento e diga quando for par ou ímpar. Se ela souber direitinho e sem erros, peça que guarde os ímpares (ou, se tiver dificuldade.... lembre-a dizendo: "aqueles que o dedinho não passa" ou "aqueles em que faltam o par").
Depois de guardado, aponte os números nos cartões e diga: " NÚMEROS PARES porque as quantidades (mostre os tentos) formam par". Trabalhe isso algumas vezes.
Faça o mesmo com os ímpares em outra oportunidade, seguindo o mesmo processo.
Espero que gostem!
Assinar:
Postagens (Atom)