sábado, 15 de março de 2014

GAGUEIRA

Muitos dos movimentos que fazemos no cotidiano (andar, dirigir, escrever) são automáticos. O responsável pelos nossos automatismos é o "núcleo de base”, uma estrutura cerebral pequeníssima, localizada na parte mais interna do cérebro e formada por um conjunto de nervos muito sensíveis.

Falar também é um movimento automático. Um movimento que exige uma série de articulações que precisam de constante controle da musculatura e das articulações e ajustes e reajustes da força muscular empregada. Para que a linguagem seja fluente tudo deve estar muito bem sincronizado.

Quando existe uma falha nessa sincronia surgem os distúrbios de linguagem. Um deles é a GAGUEIRA, um distúrbio neurológico, hereditário, constante e persistente. O sintoma principal é a repetição de um determinado som ou sílaba prejudicando a fluência da linguagem. Por que o sujeito faz essas repetições?

Um exemplo claro, é o de uma impressora. Selecionamos um arquivo a ser impresso e marcamos a quantidade de cópias desejadas (comando). A impressora inicia seu trabalho, mas nesse momento ocorre um erro, seja de comando ou de leitura. E, além das cópias desejadas, a máquina imprime inúmeras outras a mais e sem necessidade. 

Percebido o erro, tentamos interrompê-lo e clicamos no botão de “cancelar a impressão”. Mas, não obtemos sucesso. E ela continua imprimindo até que o computador corrija automaticamente ou... que desliguemos o aparelho. Quem já passou por isso sabe muito bem como é chato e o nervoso que dá, não é mesmo?


Na gagueira, acontece a mesma coisa. O núcleo de base dá o comando de uma sequência de movimentos que devem ser realizados para a emissão de uma palavra. Surge então o erro e, com ele, a repetição do último comando registrado. Os sujeitos gagos querem prosseguir na emissão de seu pensamento, mas ficam presos até que o cérebro consiga gerar o comando necessário para dar prosseguimento.

Os sintomas da gagueira diferem de um sujeito para outro. Nem todos repetem o mesmo som ou sílaba, nem todos apresentam problemas respiratórios e nem todos fazem meneios corporais. Por isso, a gagueira é considerada um distúrbio de fluência de linguagem complexo e sui generis, pois depende da região onde o erro motor se manifesta.

Se o erro for na boca, afeta os músculos que formam a cavidade bucal e a língua. O erro motor prejudica as articulações dessa região. Se o erro for na região cervical (pescoço e boca) prejudica não só as articulações da boca, mas também a respiração e a deglutição. Se estiver no corpo todo, além das repetições ocorrem meneios de cabeça e de braços.

A gagueira é um distúrbio que surge na infância e acompanha o sujeito por toda a vida. No entanto, quando detectado, avaliado e tratado precocemente obtém-se excelentes resultados.

A observação de como a criança fala é essencial para qualquer diagnóstico em todas as etapas. Mas, com relação à gagueira, essa observação deve ser mais intensa a partir dos 4 ou 5 anos porque, nesta idade, a criança já deve ter adquirido os principais sons de nossa língua.

É importante que essa observação seja feita em várias situações:
a) enquanto a criança brinca (porque brincar é uma atividade livre de pressões, portanto, mais relaxante);
b) se acontece em todos os lugares ou em lugares específicos;
c) que som ou sílaba são repetidos.

De posse desses dados, procurar imediatamente um (a) fonoaudiólogo (a). E na dúvida, é melhor prevenir do que remediar.


GAGUEIRA NÃO É ENGRAÇADO! É UM PROBLEMA SÉRIO E TEM TRATAMENTO.

sexta-feira, 7 de março de 2014

ATRASO DE LINGUAGEM


O atraso de fala é um dos tipos de distúrbios que ocorre no processo de aquisição da linguagem e merece atenção especial. Várias são as causas desses atrasos.

Chamamos de atraso ou retardo da fala quando a criança leva um tempo maior para começar a dizer as primeiras palavras ou para pedir o que necessita. Sabe-se que até os 2 anos e meio as crianças devem expressar seus desejos e necessidade por meio da produção de palavras, mesmo que não as pronunciem completamente.

Os primeiros anos de vida são importantíssimos para a aquisição e o desenvolvimento de várias competências. Dentre elas, as competências linguísticas. Os primeiros anos constituem um período em que o cérebro se desenvolve com maior rapidez e se torna mais sensível e receptivo aos estímulos e experimentações.

Quando um recém-nascido está sujo e incomodado, ele chora. A mãe vai até ele e o troca. Com isso, o bebê aprende que chorar é a forma que deve proceder sempre que necessitar. Mas, o bebê cresce e experimenta novas formas de comunicação com os adultos. Uma delas é o olhar.

Quando ele olha na direção do adulto e este o afaga, brinca com ele ou diz alguma coisa, reforça novamente na criança, a ideia de mensagem recebida e entendida. Esta nova descoberta a mantém motivada, passando a experimentar outros modos comunicativos como: o sorriso, o gesto, o som, as palavras e as frases. Neste sentido, a participação dos adultos é fundamental. No entanto, se o adulto não ligar para a esses sinais, a criança entenderá que esta forma não servem para a comunicação, pois a resposta não veio. Esta é, portanto, uma causa ambiental.

Tomemos como exemplo, uma criança que mostra ter uma boa e adequada compreensão para a idade, parece inteligente e esperta. Ela brinca, olha, interage, sorri, imita. No entanto, fala pouco quando comparada a outras de sua idade. 

Observando o comportamento dos adultos, nota-se que são muito rígidos e repreendem a criança constantemente e em tudo o que faz. Também é comum ouvir-se expressões como estas: “cala a boca”; “Aqui quem fala sou eu”; “Você não sabe nada”. Esses adultos impedem que a criança exercite a comunicação. A criança trava e não adquire o repertório vocabular necessário. Neste caso, a causa é psicológica.
Uma terceira causa é mais grave. Em muitos casos, distúrbios neurológicos são a causa principal dos atrasos de linguagem. Esses distúrbios estão associados a vários tipos da deficiência intelectual e na paralisia cerebral.


São distúrbios associados: os “MOTORES”, que atingem a articulação do maxilar inferior e prejudica a mastigação, a deglutição e, consequentemente, a fala. A HIPOTONIA (flacidez) do músculo da língua, quando esse órgão parece não caber na cavidade bucal, como ocorre na Síndrome de Down e na paralisia cerebral. Mas, também podem ocorrer em crianças que chupam a chupeta ou dedo por longo tempo. 

Os de RECEPÇÃO DAS INFORMAÇÕES AUDITIVAS, como ocorre nas pessoas surdas. Os de PROCESSAMENTO AUDITIVO, em que as pessoas afetadas ouvem normalmente, mas o cérebro não consegue distinguir os sons semelhantes, como c/g, p/b, m/n, f/v, t/d.  A fala destas pessoas apresenta trocas sonoras significativas como a troca do “j por ch” e vice-versa, dizendo “chanela” ou “jinelo” querendo referir-se a “janela e chinelo” respectivamente. A ANOMIA, que é a dificuldade em aprender e memorizar o nome de pessoas e objetos do cotidiano.

Os pais devem estar sempre atentos a fala das crianças. Embora algumas omissões e trocas de sons sejam normais por conta do desenvolvimento infantil, alguns indícios podem identificar problemas. Se a criança pular a fase do balbucio, não esboça nenhum gesto quando é chamada pelo nome ou não reage diante de um ruído intenso pode ser um problema de recepção auditiva ou apresente sinais de surdez. Neste caso, o especialista mais indicado é o otorrinolaringologista.

Nos demais casos, se até os 4 anos, não houver progressos, os pais devem consultar: o neurologista (se apresentam dificuldades motoras, hipotonia ou anomia); o fonoaudiólogo (se as trocas e omissões de letras persistentes), o psicólogo (se há medo ou recusa na exposição de pensamentos).


As consequências do atraso geralmente são danosas. Podem afetar as aprendizagens de modo geral, o rendimento escolar e perdurar até a idade adulta. Portanto, quanto mais cedo a causa do atraso for detectada, diagnosticada e mais precoces forem as intervenções, menos danos causarão.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O SAMBA PEDE PASSAGEM...

"Ô Abre Alas que eu quero passar".


Que rufem os tambores. 
Que toquem os surdos e tamborins. 
Que vibrem os pandeiros e chorem as cuícas.  
É o samba, minha gente, pedindo passagem para entrar na avenida e encantar a todos.

É tempo de festa.
Vista a fantasia e
coloque a máscara.
Solte confete e serpentina.
Cante, dance, pule o Carnaval que o 
reinado de Momo dura pouco.

Que a alegria destes dias de festejo
não se restrinja ao bloco, corso ou escola de samba.
Mas, que ela preencha nossas vidas 
todos os dias do ano.

Sueli Freitas

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

AVALIAÇÃO NUMÉRICA

Início de ano é fogo. Para começar devemos conhecer, memorizar o nome dos alunos e identificar cada um por esse nome, o mais rápido possível, já exige certo esforço. Além disso, há o planejamento que deve ser feito para que possamos dar início ás atividades do ano letivo.

Mas, como planejar se ainda não temos certeza do ponto onde cada criança está em termos de conhecimento dos conteúdos. Revisar tudo seria impraticável e tomaria um tempo desnecessário. Passar por cima e imaginar que as crianças lembram tudo o que aprenderam no ano anterior? Claro que deveriam saber. Mas, não esqueçam de que as crianças estão voltando de férias e que, durante esse tempo, ninguém pegou numa folha de papel, nem para fazer um desenho. E como saber, por exemplo, se as crianças ainda se lembram do nome dos nùmeros ou sua representação numérica?

Escrever os numerais de 1 a 100 por exemplo, mesmo que se use alguns truques interessantes como este abaixo, é chato e cansativo. As crianças podem fazer um ou dois de boa vontade, mas logo encontram um jeito de burlar nossa avaliação.


É para isso que temos alguns jogos. Hoje vou lhes mostrar um que é excelente auxiliare nesta tarefa. Refiro-me ao BINGO e  as crianças adoram a novidade e ficam muito empolgadas com este jogo.

O professor poderá delimitar a quantidade de números pesquisados. Por exemplo, do 1 ao 20, ao 30 ou mais, dependendo da turma, da idade e do conhecimento que se estima que devam ter. Assim, poderá repetir o jogo algumas outras vezes.

Você vai precisar de:

  •  uma roleta ou saquinho com números em papel  


  • cartelas (que vocè mesma poderá confeccionar, dentro da sequência escolhida) e em número suficiente para cada aluno.
                                         

  • Para marcar você poderá usar: pintura com lápis, colagem de bolinhas de papel, adesivos, uso de grãos ou macarrão, que devem ser colados ao lado do número, para que você possa conferir mais tarde.


Antes do jogo, não esqueça de dar uma explicação geral de como se joga, como marca as cartelas, e quem será o vencedor. Depois, combine ou estipule alguns alunos para começar e quantos números cada um deve sortear e "cantar" para o restante da classe. Não esqueça de fazer um rodízio, para que todos participem das duas atividades. Não esqueça de anotar a sequência sorteada.  Depois, é só curtir.

Observem que:

a) os alunos escolhidos para "cantar" os números sorteados estão trabalhando a leitura numérica. Você pode verificar se eles sabem ler e pronunciar corretamente o nome de cada numeral. Se utilizarem a roleta, estes alunos também fazem o reconhecimento de representação quando colocam o numeral sorteado no lugar correspondente.

b) os demais trabalham o reconhecimento da representação numérica. Ouvem o numeral e procuram identificar a representação desse numeral. 


O que desenvolvemos com este jogo?

Além do conhecimento dos numerais, desenvolvemos a atenção auditiva, visual e geral, a coordenação motora fina (pintura ou colagem),concentração e o foco, a oralidade,  ouvir e compreender o que foi dito, as atitudes de esperar a vez, o silêncio e orespeito aos colegas que foram á frente.

Gostaram? Então, vamos transformar a aula numa tarefa agradável e divertida.


sábado, 8 de fevereiro de 2014

VAMOS TRANSPORTAR?

O transporte de objetos de um lugar para o outro é uma atividade de coordenação motora fina e de equilíbrio. Pode ser dada tanto para crianças com ou sem deficiência intelectual, salvando-se as devidas proporções se houver problemas motores.

Para que a criança sem deficiência pode propor alguns desafios, como por exemplo, transportar um objeto de um lugar ao outro bem mais distante.

Para crianças com deficiência já serve se ela transportar de uma vasilha para outra. E a medida que vai dominando a situação, pode-se afastar as vasilhas aos poucos.

Para esta atividade você vai precisar de 2 vasilhas (de qualquer material inquebrável), uma pinça para salada, algodão em bolinhas (coloridos ou branco). 


A atividade consiste em pegar um a um os flocos de algodão com a pinça e passá-lo para a outra vasilha. Se deixar cair o floco no momento do transporte, deverá retornar com ele para vasilha inicial e recomeçar o transporte.


No início, algumas crianças encontram dificuldade em segurar no cabo. Não tem problema. Aos poucos, conseguirá. Nesse movimento estarão trabalhando a preensão ao apertar a pinça para prender o floco. Além disso, o movimento fortalece a musculatura dos dedos, mãos e antebraço.


Embora seja um exercício leve, as crianças o encaram como um grande desafio. Colocar todos os flocos de algodão na outra vasilha torna-se ponto de honra.  Por isso, de acordo com a dificuldade de cada criança, é preciso dosar a quantidade de flocos.


E ficam felizes quando conseguem passar todos. Espero que tenham gostado!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PRIMEIROS DIAS DE AULA

Os primeiros dias de aula são cruciais. De um lado, uma porção de crianças novas e desconhecidas no seu jeito de ser, de pensar e agir. Por outro lado, o (a) professor (a) que também lhes é desconhecido (a). 

Nos primeiros dias de aula, não sabemos bem o que fazer ou por onde começar., não é mesmo? Então, nossa primeira intenção é passar tarefas. Queremos saber o que sabem, o que não sabem para termos um norte. Porém, ao darmos preferência ou privilegiarmos o conhecimento pedagógico, permitimos que os alunos nos mostrem apenas um aspecto de si mesmos. Para que os conheçamos melhor, ofereça uma atividade artística e observe como agem. 

E você, professor (a) estará mostrando a eles que a escola tem algo a mais que ensinar do que lição. que ela pode ser mais prazerosa e gostosa de estar. Não precisa ser nada muito grandioso.

Ofereça aos alunos 3 ou 4 palitos de sorvete, algumas folhas desenhadas em papel verde (o que tiver a mão) para que recortem ou já recortadas e 3ou 4 forminhas de papel para docinhos e cola. E deixem que eles criem um belo jardim, como estes por exemplo:



Para o miolo das flores você pode usar: gliter, bolinhas de papel crepom, pedrinhas de jardim, areia colorida, ou, o que sua criatividade inventar. No segundo trabalho, foram usadas flores de pétalas duplas.

Observando como se comportam nesta atividade, você saberá como são esses alunos, o que esperar deles, suas capacidades e  habilidades, limites, dependências ou autonomias.

Bom, fica a sugestão.! Então, ponha a mão na massa que ainda dá tempo de fazer para hoje.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

VAMOS PESCAR?

RECURSO DIDÁTICO

A pescaria é uma brincadeira muito divertida em qualquer ocasião. E pode ser muito útil dentro da sala de aula, porque através dela, as crianças desenvolvem uma variedade de habilidades, como a coordenação viso-motora, a coordenação motora, preensão, freios musculares e motores. 

Desenvolvem as funções cognitivas como as de planejamento, estratégia de ação, antecipações, tomadas de decisão. Quando aplicadas á educação, desenvolvem o raciocínio matemático quando aplicados a problemas e cálculos. 

Socialmente, desenvolvem a atitude de esperar a vez, o respeito ás regras do jogo ou da classe. Psicologicamente, treinam a paciência e o lidar com ganhos e perdas.

Tanto faz se você usar uma caixa de areia com peixinhos de papelão ...

... ou algum brinquedo encontrado no comércio. 


O importante é que, através do jogo, a criança trabalhe os conceitos já aprendidos ou em processo de aprendizagem.

Alguma sugestões interessantes encontradas na Net e que você pode aproveitar de acordo com seus gostos, posses e oportunidades dentro do ambiente escolar:

Sobre a mesa ou carteira e com imâ de geladeira.



Pode ser usada numa forma de maquete, sem areia ou água.

 
                                                         A areia pode ser seca.

Com água, as dificuldades aumentam e a idéia pode ser usada mais tarde.


Não dá para dizer que não pode ser usado, não é mesmo? Então, inicie suas aulas de um jeito bem diferente e divertido. Com certeza, as crianças vão amar e achar a escola um lugar bem mais divertido.