domingo, 9 de fevereiro de 2020

Conversa 13 (2) – FASES DO MEDO INFANTIL

Os medos infantis passam por fases ao longo do desenvolvimento da criança.



 FASE 1: DE 0 A 6 MESES – O embrião é formado no útero e se desenvolve no útero até o nascimento ouvindo o ruído causado pelas batidas do coração e pela circulação sanguínea do corpo materno. Um ruído constante e sempre no mesmo “volume”. Ele se sente seguro porque se acostumou a ouvi-lo.

Após o nascimento, os sons lhe parecem estranhos, incompreensíveis, diferentes e mudando constantemente. Outra diferença é a variação do volume: uns são altos, outros estridentes, baixos demais. Os bebês estranham, choram e se acostumam. São, porém, os ruídos ou sons inesperados que os faz estremecer, é que lhes são apavorantes. Esses sons ou ruídos fortes que assustam, que aumentam os batimentos cardíacos e que lhes trazem a sensação de insegurança.


FASE 2: DE 7 a 11 MESES – nesta idade a criança já está bem acostumada com os sons e ruídos do ambiente, incluindo aqueles inesperados. É nesta fase que os bebês começam a reconhecer os rostos familiares. Mãe, pai e irmãos são os primeiros a serem reconhecidos devido a convivência. Avós e tios vem a seguir, mas não sem uma estranheza inicial, mas que logo é superada. No entanto, pessoas estranhas podem assustá-las e podem chegar a ter medo delas, caso os pais ou a própria pessoa insista em tocá-la ou querer segurá-la no colo.

Aquela brincadeira que os pais geralmente fazem com as crianças da primeira infância, é a de jogá-las para cima ou de erguê-las acima da cabeça do adulto, pode ser um dos motivos do medo de altura em algumas pessoas, por dar a sensação de insegurança.



FASE 3: 1 ano – Muitas pessoas acreditam que a criança de um ano não percebe ainda a ausência dos pais e, principalmente, das mães. Ledo engano. Esquecem que a criança está deixando (ou deixou a pouco) de mamar no seio materno. E sentem falta ainda, mesmo que façam o uso da mamadeira. Essa ausência, curta ou prolongada, gera o modo de que eles desapareçam. E essa sensação se intensifica até os 4 anos de idade.   

OBS- A continuidade dos fatos que levaram a criança ficar abalada (som inesperado, sensação de insegurança, não querer se relacionar com pessoas estranhas) não termina ao mudar de fase. Todas essas sensações ficam impregnando seu inconsciente, de forma que cada vez que o fato se repete, há um acúmulo crescente delas. E quando há um número suficiente desses fatos, dizemos que a criança “está com medo”, pois aparecem sinais observáveis no corpo ou nas atitudes.


FASE 4: 2 anos – As crianças desta idade começam a prestar atenção na “relação de causa e efeito”, ao mesmo tempo em percebe sua falta de controle sobre o mundo a sua volta por meio de suas próprias experiências. Por exemplo, ao querer pegar um copo, ela o derruba e ele quebra, ou puxar um pano de louça sem tirar o que está em cima e derramar seu conteúdo.

Mas, ela também percebe essa mesma relação com o que acontece na natureza: nuvens escuras é sinal de chuva, trovões e relâmpagos são sinais de chuva forte. Sol, sinal de brincadeira no quintal. Calor, hora de brincar com água. No entanto, mas coisas que ainda não compreendem, lhes causam medo, como por exemplo, o som do trovão, do ruído dos trens ou do liquidificador e/ou aspirador. Temem ainda: objetos muito grandes, criaturas imaginárias e ... médicos.


FASE 5: 3 a 4 anos – Esta é a fase do desenvolvimento da imaginação. Por isso, possuem uma imaginação muito fértil. Ficam apavoradas com máscaras (qualquer uma), rostos cobertos (por panos, cobertores, lençóis) e de pessoas fantasiadas (palhaços e personagens infantis), além do escuro, de insetos e de ficarem sozinhas.


FASE 6: 5 anos – nesta fase iniciam-se os medos reais, porque esta idade traz uma compreensão maior da realidade.  Aqui, os medos maiores são: de se machucarem, de um cachorro escapar e mordê-las, de perderem os pais (seja em caso de separação ou morte). No entanto, os medos anteriores ainda continuam exercendo sua influência e o som alto do trovão é um exemplo observável.


FASE 7: 6 a 7 anos – Já com uma visão e compreensão maiores da realidade, o medo maior e o de que algum de ruim venha a acontecer com os pais e tempestades. Ainda com uma imaginação muito fértil, mas com fantasias mais criativas, as crianças desta idade temem: dormirem sozinhas e no escuro por causa das bruxas e fantasmas.

A partir dos 8 aos 10 anos, a maioria das crianças tendem a superar os medos a partir da compreensão cada vez maior da realidade. Mas outros podem aparecer, como por exemplo: o medo de não tirar boas notas na escola, de não fazer amigos, etc.

Imagens - Google

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Conversa 13 (1) – QUAL A ORIGEM DO MEDO INFANTIL ?



Na última postagem esta pergunta ficou no ar. E a resposta a essa indagação aqui está. Embora nossa espécie transmite geneticamente o sistema de alarme, ninguém nasce medroso. Os medos negativos que temos são aprendidos no convívio social. Vejam só:



a) O ACALANTO (canções de ninar ou canções de berço) é um tipo de música tranquila usada para relaxar as crianças e facilitar a chegada do sono. Sua origem é desconhecida, mas é usada internacionalmente. No Brasil, os acalantos foram trazidos pelos colonizadores portugueses e passaram a fazer parte do cancioneiro folclórico. 

Os acalantos podem ter ou não letras. Os acalantos brasileiros apresentam letras que falam de figuras do nosso folclore. Quem não conhece e/ou não nunca fez uso dos acalantos que falam do “Boi da cara preta”, do “ bicho Papão”, da “Cuca” na letra do Nana Nenê entre tantas outras espalhadas pelo nosso país?

Ao chegarem ao Brasil, os colonos se depararam com uma extensa área de floresta. Uma floresta desconhecida e com perigos reais que davam medo até nos adultos. E os pais, preocupados com as crianças pequenas e indefesas, passaram a usar os acalantos com letras cujos personagens lendários como a Cuca, o boi, bicho Papão, etc. O intuito de usar tais personagens era o de incutir o medo para que as crianças obedecessem e não fossem se aventurar na floresta. 

Esses acalantos repetidos inúmeras vezes impregnaram o inconsciente das crianças que, depois de adultas, passaram a repeti-los aos seus descendentes até chegaram até os dias. 


b) FRASES AMEAÇADORAS – Quem nunca ouviu pais ou responsáveis proferirem frases como: “Cuidado, que o homem do saco te pega”. Este tipo de frase é muito comum e serve para causar medo, intimidar a criança e levá-la a obedecer ao adulto, semelhante aos acalantos, porém num formato diferente.


c) CONTOS INFANTIS – A maioria dos contos infantis tradicionais estão repletos de figuras feias e malvadas como poderes mágicos como as bruxas. E em cada uma delas trata de um arquétipo importante que é a “luta entre o bem e o mal”, e na qual “o bem sempre vence”, o que é o mais importante. No entanto, não são as figuras por si mesmas que causam medo nas crianças, mas a ênfase que o adulto dá.


d) CONTOS DE TERROR – não são recomendados antes dos 10 anos de idade.


e) O PRÓPRIO IMAGINÁRIO INFANTIL – Além dos personagens inseridos pelos que os adultos no inconsciente infantil, a criança tem a capacidade de imaginá-las da forma que bem desejar e sem que os adultos possam impedir de alguma forma. Por outro lado, a criança tem a capacidade de imaginar outras, tendo as primeiras como base.

Fonte de imagens: Google.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Conversa 13 – O MEDO INFANTIL

Muitos pais ficam sem saber o que fazer ao perceberem que seus filhos sentem medo de alguma coisa. E a primeira coisa a fazer é entender um pouco sobre ele. 


Imagine que você tenha comprado um carro zero do modelo mais novo que existe. Para que você não tenha seu carro roubado você coloca um alarme que toca alto se alguém tocar nele de propósito ou casualmente. Os medos atuam como o sistema de alarme dos carros. É um alarme natural do corpo que nos avisa de perigos iminentes. Portanto, sentir medo é sinal de boa saúde. Assim, os medos nada mais são do que a emoção mais primitiva que existe nos seres humanos. E devemos a eles a garantia da sobrevivência da nossa espécie.
reação comportamental

Ao pressentir um perigo, o medo provoca duas reações muito importantes: “reações bioquímicas” (comuns em todos os seres humanos, independendo da idade, sexo, raça ou nacionalidade) e “reações emocionais” (que varia de pessoa para pessoa). 

reação bioquímica 

As reações bioquímicas são imediatas, involuntárias, automáticas, concomitantes e observáveis como: o aumento da frequência cardíaca, aumento do nível de adrenalina, o suor nas mãos, palidez facial etc. Já a vontade de sair correndo ou se deixar dominar pelo medo faz parte das reações emocionais e, portanto, são mais lentas, conscientes e voluntariosas. 

Quem nunca sentiu aquele friozinho na barriga
ao falar em  público?

Muitas pessoas se gabam e propagam aos quatro ventos que "não sentem medo de nada". Neste caso, essas pessoas sentem medos, mas foram encorajadas a terem e manterem uma atitude destemida, foram valorizadas por conseguirem  e, desenvolveram estratégias que disfarçam as reações bioquímicas no seu comportamento. Esta atitude é vista como "normal" porque é preciso sim, superar nossos medos para que não se tornem obstáculos. 

O ponto a ser abordado neste momento é a "ausência total do medo". 


A ausência  ou o mal funcionamento do alarme natural é uma doença emocional, silenciosa e progressiva que pode colocar em risco a vida dessa pessoa. São pessoas que se arriscam sem se dar conta do perigo que correm, porque a falta de aviso não as prepara ao enfrentamento da situação perigosa. Uma doença que precisa ser tratada por profissionais especializados (psicólogos e/ou psiquiatras).  E o pior é que muitas pessoas acreditam que essa atitude seja gabolice, a valorizam e incentivam com o reforço da aprovação. Estas pessoas confundem a gabolice com coragem ou destemor. 

TIPOS DE MEDO

medo real

Os medos podem ser “reais” ou “fantasiosos”. São medos reais: o medo de assalto, medo da morte, de envelhecer, medo de baratas, escorpiões, aranhas, cobras etc, medo de dirigir, de perder privilégios, medo de não passar no vestibular, medo da reação de alguém etc. 

medos fantasiosos ou imaginários

Os medos fantasiosos são frutos da nossa imaginação: medo de fantasmas, gnomos, fadas e bruxas, de extraterrestres, medo expressar opinião e ser ridicularizado, medo das coisas não saírem do jeito que foi planejado, entre outros. Inúmeros, variados e inusitados, os medos podem ser declarados (conscientes) ou ocultos (inconscientes). E de onde eles surgem? Este é o assunto de nossa próxima postagem

sábado, 4 de janeiro de 2020

Conversa 12 - COMO OS PAIS PODEM AJUDAR NESTA IDADE?

Incentive seu filho a ter:



1- AUTO-CONFIANÇA – Vocês podem “ressaltar as qualidades” do filho ou do aluno.  Mostre que acredita na capacidade que ele tem em fazer alguma coisa que é importante.

Mas suponha que seu filho (a) fez algo que não devia fazer e que deve ser censurado. E é aqui que devemos nos preocupar: com a repreensão. Então não se deve repreender?

Não é bem assim. Se a criança fez algo que deve ser censurado, essa censura deve ocorrer, porque ela mesma espera por isso. Se não dissermos nada, dará a ela o entendimento de que poderá repeti-lo porque nada acontecerá ou que ficará impune. É preciso corrigir a ação, sim. E com veemência. Mas com a clareza de que “repreendemos a ação” e não a pessoa.

Ouça os motivos dos dois lados envolvidos no caso (se possível) para saber o que causou, quem começou, quem reagiu etc. Diante dos dados, sente e converse sobre o “assunto” com o seu filho (a). E se for professor, com os dois. Converse no dia do acontecimento. NUNCA DEIXE PARA OUTRO DIA. Nesta idade, as crianças esquecem com facilidade e o amanhã, é um outro dia, algo a ser construído.

Comece a conversa ressaltando os pontos positivos e negativos do fato em questão. NUNCA diga: -  “Você é muito briguento! Você é mau! Você é preguiçoso! Eles focarão nessas críticas e acreditarão nelas. Estes conceitos falam mais das pessoas do que das ações que cometeram e todo o restante da sua ação terá sido perdido. Ao contrário, ENFATIZE que ele (a) é uma boa pessoa, mas que num momento de descuido ou de nervosismo, fez algo que não devia e que é reprovável (brigou, bateu ofendeu...). E que ao fazer isso, perdeu a razão.

Afirme que você não gostou da atitude tomada, mas que confia e espera que ele (a) nunca mais a repita. Porém avise que, caso seja repetida, você terá de tomar providências mais enérgicas. MAS NÃO DIGA O QUE FARÁ, pois terá de cumprir à risca e você poderá esquecer do prometido. No entanto, seu filho ou seu aluno não esquecerá e ficará esperando por ela, até mesmo para te testar.

No final da conversa, peça a seu filho ou alunos encontre (m) uma solução que não seja a atitude tomada e a tomada de decisão do que fará com o colega no dia seguinte. Dê um tempo (uma hora, no máximo), mas deixe aberta a possibilidade de te procurarem antes desse tempo caso encontrarem a solução mais cedo. Não deixe no vazio e cobre as duas resoluções.


2- OS ELOGIOS e CRÍTICAS – Elogios e críticas excessivos sempre são preocupantes. Elogios e críticas devem sempre ter uma “boa razão”. Quando se elogia por qualquer coisa, a criança se torna uma pessoa “arrogante, intransigente, se sempre melhor que os outros” e “não aprende lidar com as críticas”. Quando as críticas são a todo momento e por qualquer coisa, faz a criança se sentir “inferior às demais pessoas”, “depressiva”, “dependente” e “incapaz”.

O elogio ou a crítica deve se justa e merecida. Se fez coisa muito boa, elogie. Se fez do tipo meia-boca, não elogie e como “crítica” afirme a seu filho ou aluno “que você tem certeza de que ele (a) pode fazer melhor”. Caso tenha feito algo que exija uma crítica mais contundente, peça a ele que avalie o que foi feito, se está contente com o resultado. Caso reafirme, diga a verdade: mostre os pontos falhos e peça que refaça. Simples assim.

Que adulto não teme e não imagina mil e uma coisas ao entrar num beco escuro? Para acabar com essas fantasias basta uma luz, mesmo que seja fraquinha. Mas é preciso ajudar seu filho a encarar outros receios ou medos maiores e que vão surgir ao longo da vida. Medos reais, também conhecidos como “inseguranças”: E para isso, é preciso que entendam o que estão sentindo.

A primeira coisa que filhos e alunos precisam entender é que “sentir medo nada tem a ver com covardia”. O medo é salutar porque garante a proteção de nossa vida, E nada nos não impede de tentarmos superá-lo. O medo tem utilidade e nos move para a frente.

Vencer o medo é um ato de coragem e é uma das maiores façanhas dos seres humanos. O corajoso é admite que algo causa medo, mas acredita que pode vencê-lo, e quando isso acontece se torna uma pessoa melhor.

Sem a coragem nada se faz e nada se consegue. Sem coragem não estudamos, não aprendemos, não nos socializamos, não fazemos amigos, não trabalhamos, não casamos, não criamos filhos etc. E sobre isto trataremos na(s) próxima(s) postagem(ns).

sábado, 14 de dezembro de 2019

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Conversa de adultos 11- DOS 7 AOS 10 ANOS

Não, não quero apressar o passo, aumentando o período de idade. O que ocorre é que depois de um novo período de um frenético desenvolvimento, começa um novo período intenso de novas experiências e descobertas. Por isso, é natural que haja um tempo de calmaria. Este é, portanto, um período de desenvolvimento mais lento, mais demorado. Uma etapa diferente, mais complexa e mais importante que os períodos anteriores.



Até os 7 anos, as crianças passaram por várias fases: a dos reflexos, a do preparo da posição vertical dos seres humanos (com a firmeza da coluna vertebral, sentar, engatinhar, ficar em pé), os primeiros passos com apoio, o andar sozinha, correr, salta etc. A criança já estava pronta para tudo? 

Claro que não. 


Seu filho precisou que você o ensinasse a andar mais rápido, correr, pedalar a bicicleta, saltar de várias alturas e distâncias, segurar uma colher, levar a comida à boca, banhar-se, vestir-se etc. Quantas coisas vocês o ensinaram e ele aprendeu! Ele precisava de repetição e vocês exigiram dele em cada gesto e em cada movimento, para que tudo o que fora ensinado e aprendido se tornasse num “hábito”. E agora seu filho já é capaz de realizar muitas coisas porque seus músculos respondem corretamente, porque ele aprendeu a usá-los em cada movimento realizado. Isso é o suficiente para a vida inteira? 

Não, claro que não. 

E por não ser suficiente é que, dos 7 aos 10 anos, tem início uma nova fase de novos aprendizados. Nela outras áreas entram em jogo, fazendo com que seu filho chegue a alçar voos bem maiores e atingindo distâncias muito mais longínquas. Entre essas áreas estão as diferentes “atividades cerebrais”, mais conhecidas pelo nome de “intelecto”. 

E o que é o intelecto? 

O intelecto é formado por uma série de atividades cerebrais, ligadas entre si, que planejam, coordenam e realizam tudo o que seu filho faz. Por exemplo, os movimentos, a fala, o entendimento das coisas e os aprendizados são apenas algumas, dentre muitas outras funções voluntárias e involuntárias. 


Por meio dessas funções, as crianças aprendem a conhecer seus limites físicos e motores e decidirem sobre a autonomia de quererem permanecer como estão ou de melhorá-los. São as atividades cerebrais que levam seu filho a descobrir e conhecer a “si mesmo” e “suas capacidades” sem que as pessoas precisem dizer a ele, quais são essas capacidades. Lembra-se quando os pais dizem: - Vai que você consegue? Chegará o dia que seu filho lembrará dessas palavras e agirá por conta própria.


São ainda essas mesmas atividades cerebrais que fazem seu filho “entender que tudo, absolutamente tudo que está atrelado ao “afeto”.  Não, não se trata do “afeto”  se refere ao que ele sente pelos familiares, amigos e pessoas especiais, ou do que continua muito importante e necessária para sua vida e desenvolvimento. Mas de um eles sentem a seu respeito. Mas do afeto que sente por “si mesmo”, que se traduz como autoconfiança, auto segurança, autoestima e sentido de autonomia. 


É a descoberta e a compreensão  dessas afeto pessoal que garantem a ele, a compreensão do seu "mundo interior" com relação ao "mundo externo", onde se conscientiza que é um ser numa multidão de outros seres iguais que se adequam nesses dois mundos (interna e externamente), fazendo com que resulte na individualidade, personalidade, linguagem e socialização que se formará como seres únicos e diferenciados dos outros. E esta fase também coincide com o início da escolarização.



Por esta conscientização é individual (e você não pode ajudar) e muito complexa. Por isso, seu filho necessita de um tempo maior. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Conversa de adultos 10- A FASE DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

As crianças de 5 a 6 anos, após descobrirem a linha de chão, começa uma nova fase de experimentações conhecida como “fase de composição”. A característica desta fase é desenhar diversos objetos em torno de uma figura humana. 
A linha verde no final da página é a linha de chão.

Segundo Lowenfeld, enquanto as crianças estão desenhando e colocando as figuras no papel, elas vão revivendo situações reais ou imaginadas. Isto porque, quando a criança desenha, vai estabelecendo uma espécie de julgamento do que deve ou não ser colocado ali. 

Observe como todas as coisas estão sobre a linha verde (linha de chão)

A partir desta fase, as crianças já podem começar a contar histórias orais sobre seus desenhos. E nenhuma história é mais importante do que aquelas que elas criam através de seus desenhos. 

A construção de histórias das crianças de 5 anos é diferente das histórias construídas pelas crianças de 6 anos completos. As construções orais das crianças de 5 anos são mais uma “nomeação” do que foi desenhado, como por exemplo: - “Desenhei uma casa, um carro e uma árvore”. Já uma criança de 6 anos, a construção oral é mais ou menos assim: - “O dono do carro parou perto da árvore, para ficar mais perto da casa, porque estava chovendo”. Perceberam a diferença? Nesta história já se pode identificar o começo, o meio e o fim da história. Há uma construção com um encadeamento de ideias que se ligam e dão o entendimento, porque os objetos desenhados vão tendo seu lugar no tempo e no espaço de acordo com o que foi vivido ou imaginado. 

E aqui, pais e professores, vocês podem ajudar e muito. Quando perceberem a linha de chão nos desenhos infantis, comecem a conversar com as crianças. Por exemplo: Suponha que ela tenha feito este desenho: 


Faça o seguinte: 

1- Sempre elogie o trabalho realizado e não corrija os erros cometidos em seus desenhos. Isto lhe trará confiança e poderá experimentar o que quiser. 

2- Pergunte que desenhos ela fez. E ela deve dizer tudo o que fez. 

3- Aponte para a casa (por exemplo) e pergunte: Quem mora aqui? Provavelmente, a criança apontará uma das figuras humanas (ou as duas). De acordo com as respostas vá fazendo outras perguntas, como por ex: eles moram na mesma casa? Em que andar? Como é a casa deles? Porque eles estão fora da casa deles? E por aí vai. Numa outra vez, num outro desenho, escolha um outro elemento que não seja a moradia. 

4- Antes de terminarem a atividade, faça um resumo da história contada. Aos poucos, a criança vai percebendo que ela consegue contar uma história com começo, meio e fim. 

5- Agradeça e elogie a história contada. Isto é um incentivo, não custa nada e a criança se motiva a criar novas histórias e a querer conta-las para você. 

No começo, as respostas parecem serem tiradas a saca-rolha. Mas com a repetição, as coisas vão melhorando até que passam a contar suas histórias espontaneamente.