segunda-feira, 11 de maio de 2020

Conversa de adulto (14.4) ANSIEDADE INFANTIL


As crianças também ficam ansiosas, inclusive as mais novinhas. Ficam agitadas, choram ou ficam manhosas. Já as maiorzinhas, que já entendem se comportam com agitação quando sabe de sua festa de aniversário, se arrumam muito rápido diante da possibilidade de um passeio, acordam antes da hora quando sabem de uma viagem etc. Nas com idade escolar, sempre se agitam diante do primeiro dia de aula. 



A ansiedade infantil, assim como na ansiedade dos adultos, tem a ver com a percepção do futuro, com os medos fantasiosos e o quanto querem (ou não) que algo que esperam chegue. 

Uma grande parte das crianças consegue lidar com as preocupações do dia a dia sem se sentir particularmente aborrecida. Conseguem colocar de lado suas preocupações enquanto brincam com os amigos. Outras se sentem nervosas e preocupadas de forma muito e difícil de ignorar. 

Para uma criança com ansiedade generalizada, a própria ideia de ter pela frente um novo dia pode ser assustadora. Muitas crianças deixam de comer ou apresentar dificuldades para dormir. E isto acontece porque não sabem como lidar com isso. 

Normalmente, as crianças com ansiedades prolongadas,  experimentam uma série de sintomas como por exemplo: 


a) preocupação excessiva com o desempenho escolar, mesmo quando não há sinais de qualquer problema com isso. 

b) expectativas irracionais do pior resultado em semanas de provas ou na entrega de trabalhos pedidos. 

c) incapacidade de relaxar 

d) irritabilidade 

e) insônia 

f) cansaço 




g) dores de cabeça 

h) tensão muscular – músculos muito contraídos (endurecidos) 

i) dificuldade de deglutir 

j) mãos trêmulas 

k) micção frequente, inclusive, urinar na cama 

Observando qualquer um ou mais destes sintomas, é preciso procurar um psicólogo infantil.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Conversa de adulto (14.3) CONTROLE DA ANSIEDADE

Ansiedade

Será que não dá para eu me controlar sozinho na minha casa, sem ter que procurar um psicólogo? 


Algumas pessoas tentam. Procuram tomar chás calmantes e medicamentos que julgam serem naturais e, outras vezes, se automedicam por recomendação de alguém. Mas não conseguem atingir o objetivo com efetividade. Pode, em certos casos ter um certo alívio, mas pouco tempo depois tudo volta. É preciso lembrar que a medicação sugerida “por um médico” a alguém é especificamente para esse alguém e não serve para outra pessoa, pois há um histórico médico que é pessoal e intransferível. E até pode lhe causar um mal pior porque esses “medicamentos inofensivos” mascaram as causas e os sintomas. 
Chás medicinais

Em muitos casos, os chamados “calmantes naturais” também podem dar uma acalmada se for uma ansiedade normal. Mas não resolve em casos de ansiedade graves como as generalizadas e de fobias. Para detectar se são ansiedades generalizadas e/ou fobias precisa da avaliação do profissional (psicólogo). E, se por acaso, a ansiedade se mostre fugir de sua alçada, certamente encaminhará para um psiquiatra. Poderá ainda ser encaminhado ao psiquiatra, caso o grau de ansiedade seja severo e necessite a tomada de medicamentos. 

O PONTO CENTRAL  

Imagine que você está com dor de ouvido e vai ao médico competente. E fala para ele o que está sentindo. Ele examina e medica, ou manda fazer algum exame antes de medicar. Ele foi ao ponto central do problema de pronto ou, o  no máximo, esperou o resultado do exame sair e te chamou de novo.

"Estou com dor de ouvido."

Se você chegar a um psicológo e disser que está com ansiedade, o profissional terá que descobrir o ponto central, ou seja, a "CAUSA", ou seja, o “primeiro gatilho” que disparou a ansiedade. E não é fácil, nem tão rápido como na dor de ouvido.

Para descobrir onde tudo começou (a causa), o psicólogo depende única e exclusivamente de você, ou seja, da sua confiança no trabalho dele, na sua sinceridade, da sua memória, da sua abertura em contar coisas da sua vida pessoal entre outras coisas. E se você vai pela primeira vez, o profissional terá que construir toda esta relação antes de iniciar o tratamento.

Voltando à causa da ansiedade, ela pode ser antiga ou recente. Chamamos de “antiga” quando surgiram na infância, no início da adolescência, da juventude ou da vida adulta ou no decorrer dela. Mas tudo depende da sua idade cronológica de quem a apresenta. As “recentes”, há alguns meses ou alguns anos atrás, quando antes, se você não tinha esse comportamento. É a “causa” quem provoca os “sintomas” diante de uma situação que inspira medo ou receio. Já o controle medicamentoso da ansiedade perpassa também pelo tipo de ansiedade”. E também para a escolha o tratamento adequado. ´

Atendimento psicológico

Como se vê, não é uma situação tão simples. Depende ainda do tipo de ansiedade que se instalou e de como esse tipo de ansiedade que se apresenta, se relaciona e se conecta emocionalmente com seus medos ou felicidades, de angústias e estresses para que seja diagnosticado e tratado. 

IMPORTA SABER: 

É importante ter em mente que, seja qual for o tipo, “A PESSOA ANSIOSA PRECISA SER TRATADA”, independente da idade cronológica. 

Aliado ao tratamento profissional, a pessoa ansiosa pode usar algumas atitudes alternativas, que ajudarão no controle da ansiedade aliado ao tratamento profissional, como: 

a) controle dos pensamentos negativos – sempre que se pegar pensando negativamente sobre determinada situação, descubra 3 “circunstâncias positivas” para ela.

Yoga

b) praticar yoga e meditação – que ajudam no controle dos pensamentos (principalmente dos negativos) e são ótimos para reequilibrar a mente, 

c) pequenas mudanças nos hábitos diários como: a diminuição da carga de trabalho ou trocar de emprego, alimentar-se melhor e de modo mais saudável, passar mais tempo com a família e com amigos. 

Geralmente, estes procedimentos dão bons resultados juntamente com o tratamento. São favoráveis para se criar o habito de pensar positivamente. 

As pessoas que só dizem NÃO.

Ainda assim, muitas pessoas não conseguem colocar estas medidas prática por várias razões: 

a) não procuram o profissional ou não conseguem cumprir o tratamento rigorosamente, 

b) não deram tempo para que o tratamento comece a fazer efeito, 

c) agem sem orientação, 

d) não agem com perseverança.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

Conversa de adulto (14.1) - TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

Chama-se transtorno quando a ansiedade se torna um incômodo para o indivíduo, fazendo com que deixe de fazer aquelas tarefas rotineiras ou de se concentrar ao realizá-las. Isto porque esse “deixar de fazer ou de se concentrar” assume um comportamento que o prejudica totalmente. Um pequeno e simples exemplo, é quando a pessoa fica sem dormir por vários dias seguidos por estar preocupada com alguma coisa no seu trabalho. Outro exemplo, quando um adolescente deixa de se alimentar por ter que fazer uma prova de uma matéria, julgando que irá mal nessa prova. 


E em termos de transtornos, podemos distinguir a ansiedade em dois grandes grupos: o da “ansiedade generalizada” e o das “fobias”. 



1- TRANSTORNO DA ANSIEDADE GENERALIZADA (TAG) – é aquela em que a preocupação é constante e duradoura. É um estado de ansiedade excessiva onde são afetadas as principais áreas de ação, como as do trabalho e família. Perceba: 



Tudo, absolutamente tudo, é motivo para impulsionar a ansiedade. Se o filho está para chegar e demora cinco minutos a mais, se o bebê cai ao dar os primeiros passos, se o um filho tem uma febrícula, se o marido se demora para sair para o trabalho, se sabe que alguém está doente... Dessa forma a pessoa fica em estresse o dia inteiro, com preocupações e pensamentos negativos. 

Evidentemente, os transtornos causam sintomas físicos como por exemplo: dores de cabeça, enxaquecas e disfunções de órgãos (como a taquicardia, dores estomacais e problemas digestivos). 

2- FOBIAS - 

As fobias são as mais comuns. O início pode ser repentino, como um descontrole dos sentimentos de terror e de extrema ansiedade. Muitas são as fobias e dentre todas, destaco: 

a) A FOBIA SOCIAL – esta é uma fobia específica que se manifesta sobre o contato direto com pessoas. Mas também existem outras menos comuns como o contato com estados climáticos, ambientes fechados, procedimentos, médicos e dentistas, cirurgias, altura, falta de luz etc... etc 


b) O PERFECCIONISMO – que faz parte do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Nesta fobia, as pessoas que estão sempre se julgando, se avaliando, com medo de errar e sofrendo com este problema. O incômodo e a angustia de terem tudo da maneira exata que planejaram, e, ao terminar, podem não estar satisfeitas e começam a busca pela perfeição novamente. 


c) ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO – é uma fobia que costuma ocorrer após a pessoa vivenciar uma experiência traumática (uma cirurgia, um acidente, uma doença grave, um assalto etc). Os principais sintomas são: a dificuldade para dormir, a sensação de insegurança e inquietude, isto porque não conseguem dominar as lembranças (imagens mentais ou flashbacks) do ocorrido e permanece continuamente em estado de alerta. 


d) O TRANTORNO OBSSESSIVO COMPULSIVO (TOC) - é aquela em a pessoa age com ações repetidas ou compulsivas, como lavar as mãos a todo momento, verificar constantemente se a porta está fechada, arrumar as coisas sempre no mesmo lugar e se vê algo milimetricamente fora do lugar, já se sentem incomodados, etc. O TOC é um transtorno comum e, no caso da ansiedade se caracteriza pela presença de pensamentos indesejáveis que não consegue controlar e que geram desconforto,  depressão e medo. 


e) CRISES DE PÂNICO ou AGORAFOBIA – a fobia do pânico ocorre quando, sem um motivo real a pessoa sente calor, tontura, vômito, pressão alta e/ou falta de ar causado por um medo de alguma coisa que passa por sua mente e a invade a pessoa sem que possa saber explicar o motivo. Geralmente a pessoa tem dificuldade, por exemplo, em sair de casa, falar em público ou desempenhar uma função que lhe foi determinada. 

E estes transtornos, meus amigos, já dão muito o que fazer. Porém, se você perceber ou se identificar com algum destes transtornos, procure um profissional (psicólogo) da sua confiança, o mais rápido que puder para que a situação não se agrave.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Conversa de adulto (14) A ANSIEDADE


A ansiedade é outro fator envolvido no medo ou na coragem de alguém, já que considerada o “mal” do século. A ansiedade é um estado psicológico, assim como o estresse, que afetam as pessoas em qualquer idade e pode ser causada e agravada pelos fatores cotidianos que todos enfrentamos e que causa uma reação do corpo ao perigo. De uma forma menos técnica, a ansiedade é aquele “nervosinho com frio na barriga” que sentimos na véspera de uma prova da matéria que achamos que não dominamos muito bem, diante de uma reunião importante, de falar em público etc. Esta é considerada uma ansiedade normal. E, pensando assim, todos somos ansiosos.

Mas quando se diz em ansiedade é porque nem todos ficam na ansiedade normal, porque as pessoas são diferentes e umas podem ser mais ou menos ansiosas que a normalidade. S ão estes graus de maior ou menor ansiedade que podem se transformar em transtornos mentais sérios que muitas vezes não são tratados e terminam por gerar outros transtornos como, por exemplo, as crises de pânico.

É necessário esclarecer que a ansiedade sendo um estado psicológico NÃO É um fenômeno patológico, ou seja, NÃO É DOENÇA PSICOLÓGICA (loucura ou coisa parecida), mas está presente em vários ciclos da vida dos seres humanos, especialmente, em algumas fases do desenvolvimento. Isto significa que todos os seres humanos se sentem ou se sentiram nervosos e ansiosos em algum momento da vida.

Ocorre que para algumas pessoas, há uma constância, uma frequência maior desse estado de nervosismo (ansiedade), enquanto para outras, esses estados são mais espaçados, mais distantes uns dos outros.

POR QUE EXISTE A ANDIEDADE?

Como um estado psiquico natural que serve também para nos alertar de um perigo e nos preparar para enfrentá-lo. Portanto, a ansiedade é, bastante útil, embora provoque sensações emocionais desagradáveis e desconfortos físicos. Podemos dizer que a ansiedade é uma reação instintiva.


Ansiedade e medo estão relacionados entre si. Frente a situações de perigo surge o medo. E se esse medo for do tipo “imaginário”, é ele quem aciona a ansiedade. Ocorre um disparo das sensações emocionais e físicas que vão atuar sobre a fabricação dos hormônios produzidos pelo próprio corpo e fazendo com que o corpo distribua as doses hormonais de maneira desigual, promovendo um desequilíbrio que impedem que as pessoas ajam com bom senso, ou seja, que sejam capazes de descobrir uma saída para algo que a pessoa “imagina que vai acontecer”.

É esse desequilíbrio que determina o grau (maior ou menor) da ansiedade das reações físicas que podem aparecer, como por exemplo: a palidez, o frio na barriga, o suor nas mãos, secura na boca, frequência de urinar ou evacuar, enjoos, vômitos, náuseas, falta de ar e tensões musculares, problemas de sono, e outros.

Uma reação hormonal comum na ansiedade de alto grau e a distribuição de grandes doses de adrenalina que aumenta o estresse e promove o ataque de pânico. Portanto, é essa combinação em maior grau que afetam profundamente a vida das pessoas, prejudicando a vida social, profissional e desenvolvendo, muitas vezes, doenças físicas.



Reafirmo que:

a) ser ansioso é normal,

b) que antecipar o futuro e criar plano para resolver o que poderá ocorrer à frente é natural, saudável e inato nos seres humanos,

c) quando as pessoas passam a valer da imaginação para tudo o que lhe inspira medo, se transforma num transtorno, portanto, passa a ser uma ansiedade patológica e

d) para perceber se é uma ansiedade patológica basta se “ligar” no que você DEIXA DE FAZER por conta desse “nervoso”. E, para este tem tratamento com profissional adequado: o psicólogo.

terça-feira, 17 de março de 2020

Conversa 13 (4) – OS PAIS PODEM AJUDAR?

Sim, os pais podem e devem ajudar a cuidar para que seus filhos passem pelas fases de medo de forma saudável. Tirar o medo completamente, já vimos que não é saudável e não pode acontecer.

Assim, você detectou que seu filho tem um medo. E o que fazer?

1- Qualquer medo imaginário que seu filho possa vir a ter, nunca diga que é “bobagem”. Isso não resolve porque as crianças misturam realidade e imaginação e não compreendem o que você está dizendo.

Se seu filho disse que tem medo de algo, abrace-o e deixe-o falar sobre o medo que sente. Diga que vai ajudá-lo a mandar embora esse “monstro, fantasma ou outro qualquer”. Mas, que para isso você precisa saber como ele é, como vê-lo numa fotografia. Para isso, peça que ele desenhe para que você o conheça. Segundo Violet Oaklander, “enquanto a criança desenha o que o aterroriza, a figura sai do imaginário e se torna concreta, ou seja, uma figura observável todos”. Nesse momento, a figura imaginada perde força e não se torna tão ameaçadora. 


E enquanto a criança desenha, procure um envelope e durex (ou outra fita colante) e reserve. Se não tiver, ou não encontrar de imediato faça um com uma folha de sulfite ou qualquer papel que tenha a mão. É sobrar e colar as laterais, deixando uma parte em cima para virar e fechar. Nada complicado.

Quando tiver terminado (e não devemos apressá-la) pergunte se ela tem mais alguma coisa a dizer sobre a figura desenhada. Se tiver, ouça com atenção. Se não tiver, observe a imagem desenhada e diga que: “agora ele (a figura) terá que se haver com você”. Dobre o papel desenhado, coloque-o dentro do envelope, feche com cola ou fita adesiva à vista da criança. Mostre a ela que aquela figura está presa dentro do envelope e que você a domina e, portanto, não mais a incomodará. Segundo Oaklander, quando o adulto entra no mundo imaginário da criança, esta passa a confiar e acreditar mais nesse adulto. A criança se sente mais acolhida, protegida e em segurança. E perde o medo daquela figura. Mas a imaginação da criança é fértil, e dependendo da situação, imaginará outro algum tempo depois. Repita a operação.

Caso queira, arranje uma caixa de sapato e guarde todos os medos da criança lá dentro. Se quiser, faça uma decoração agradável, mas a criança não precisa saber disso. Eu fiz isso com alguns pimpolhos que eu atendia e deu muito certo.


2- Não “ridicularize” seu filho por sentir medo. Não faça piadas, nem o chame de medroso e guarde “segredo” deles. Jamais o chame de “covarde” ou algo do tipo, e não permita que outros o façam. Não se esqueça que os sentimentos da criança são intensos e legítimos. Devem ser aceitos, compreendidos e respeitados. Se fizer piadinhas ou espalhar seus “segredinhos” se sentirá enganada e perderá a confiança.

3- Medos reais são tão comuns quanto os imaginários. Muitos pais decidem “mudar de casa” ou “transferir os filhos de escola” sem preparar as crianças com antecedência. E o maior medo da criança é o de perder os amigos da vizinhança ou da classe. E os pais podem ajudar muito.

O que leva uma família a tomar a decisão de mudar de residência? Os motivos são variados: compra de uma nova casa ou apartamento, fim do contrato de locação, condições financeiras, mudança do local de trabalho, segurança do bairro e muitos outros. Por isso, antes mesmo de tomarem a decisão a decisão final devem expor aos filhos, os motivos reais e pedir a opinião dos filhos. E deixar claro que poderão (ou não) terem que deixar a escola que frequentam. Isto dará tempo para que as crianças se adaptem com a ideia e se preparem para quando acontecer.

Nestas circunstâncias, normalmente os maiores de 10 anos e adolescentes entendem melhor a situação e já possuem estratégias para manterem contato com os amigos. Os de 2 a 6 anos não tem ainda compreensão do que acontece e as amizades ainda não exercem tanta importância. O problema do medo reside entre os que estão entre os de 6 aos 8-9 anos, porque já vivem em grupo e fazem amigos na vizinhança e na escola. 

Conhecer e visitar o novo local de moradia é uma boa. Mostre as redondezas, a escola onde (todos ou cada um) devem estudar. Mostre o que há de interessante nas proximidades como parques, museus, shopping, praças, biblioteca, cinema, teatro, etc. Se há filhos adolescentes, mostre os locais onde os jovens costumam se encontrar. Isso favorecerá a melhor aceitação do novo local e dará mais segurança a eles.

4- Há pais que, por qualquer motivo, “transferem o filho de escola”. E muitas vezes fazem e só comunicam depois da atitude tomada. O filho e suas relações não importam embora usem isso como justificativa. Mas quem perde, é sempre o filho. Perde matéria, explicações e atividades pois o andamento dos conteúdos dependem dos alunos de cada turma, do professor e da escola que prioriza isto ou aquilo. Perde na relação afetiva com os amigos, porque está sempre se adaptando. E, geralmente, por temer fazer amizades e perdê-las, preferem o isolamento, ficam mais sujeitos a depressão, a terem dificuldades de relacionamento entre outras coisas negativas.


5- Casos como “separação dos pais, morte de familiares, exposição da criança a assaltos, sequestros e guerras” são situações perturbadoras e o melhor a fazer é procurar de um profissional adequado: o psicólogo.

Fonte de Pesquisa:

OAKLANDER Violet. Descobrindo Crianças – abordagem gestáltica com crianças e adolescentes. Ed. Summus, SP, 1980 

Imagens - Google

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Conversa 13 (3) – MEDO e FOBIA: diferença

Em qualquer idade, sentir medo é normal e saudável por ser a forma encontrada pelo nosso organismo de nos preservar dos perigos. O medo, real ou fantasioso, produzem duas reações importantes: as reações bioquímicas e as reações emocionais as quais podem ser observadas através do comportamento.



Os medos variam de acordo com nosso desenvolvimento.

E na medida em que convivemos com nossos medos e aprendemos a lidar com eles, podemos superá-los. Porém, quando não conseguimos superá-los, passam a interferir em nossa vida. 

Muitos medos são reforçados ou valorizados pelos adultos que educam seja pela obediência ou pela ignorância. Com essa valorização, os medos ficam cada vez mais fortes e se enraízam silenciosamente. Com o tempo, transformam-se em “FOBIAS”.

As fobias são medos exagerados de fundo emocional, com pensamentos pessimistas e angustiantes que paralisam o sujeito em suas realizações no cotidiano. 

As fobias são conhecidas como “medos patológicos”, ou seja, doenças emocionais que precisam ser tratadas por profissionais adequados como psicólogos e psiquiatras. O tratamento é longo e lento.

Crianças ou adultos com algum tipo de fobia manifestam reações comportamentais observáveis por qualquer leigo. Esses comportamentos são considerados “sintomas das fobias” e vejam quais são:

a) a pessoa fica impedida de comer, dormir ou realizar tarefas comuns que costumava fazer. Isto porque as fobias são muito invasivas.

b) a pessoa vive assustada de forma desmedida com coisas que parecem comuns a outras pessoas.

c) a pessoa está sempre inquieta, não consegue relaxar, distrair-se ou tranquilizar-se, por estar sempre em estado de alerta.

d) a pessoa pode se queixar de tremores, dificuldades respiratórias ou tonturas diante de alguma coisa.

e) a pessoa fica sempre muito nervosa e irritadiça.

f) a pessoa a ter comportamentos regressivos, ou seja, voltar a ter comportamentos da infância, como chupar o dedo ou chupeta, urinar na roupa ou na cama, etc.

g) a pessoa pode vir a ter comportamentos obsessivos.

Hoje, a vida está tão corrida que, muitas vezes, não temos tempo para pararmos e observarmos o que está ao nosso redor. Mas é preciso dar uma parada e observar, mesmo que seja por alguns instantes. E se perceber os primeiros sintomas aqui descritos em seu filho, marido ou esposa, não perca tempo e procure um profissional o mais rápido possível. Não deixe chegar nos últimos onde tudo é muito mais difícil.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Conversa 13 (2) – FASES DO MEDO INFANTIL

Os medos infantis passam por fases ao longo do desenvolvimento da criança.



 FASE 1: DE 0 A 6 MESES – O embrião é formado no útero e se desenvolve no útero até o nascimento ouvindo o ruído causado pelas batidas do coração e pela circulação sanguínea do corpo materno. Um ruído constante e sempre no mesmo “volume”. Ele se sente seguro porque se acostumou a ouvi-lo.

Após o nascimento, os sons lhe parecem estranhos, incompreensíveis, diferentes e mudando constantemente. Outra diferença é a variação do volume: uns são altos, outros estridentes, baixos demais. Os bebês estranham, choram e se acostumam. São, porém, os ruídos ou sons inesperados que os faz estremecer, é que lhes são apavorantes. Esses sons ou ruídos fortes que assustam, que aumentam os batimentos cardíacos e que lhes trazem a sensação de insegurança.


FASE 2: DE 7 a 11 MESES – nesta idade a criança já está bem acostumada com os sons e ruídos do ambiente, incluindo aqueles inesperados. É nesta fase que os bebês começam a reconhecer os rostos familiares. Mãe, pai e irmãos são os primeiros a serem reconhecidos devido a convivência. Avós e tios vem a seguir, mas não sem uma estranheza inicial, mas que logo é superada. No entanto, pessoas estranhas podem assustá-las e podem chegar a ter medo delas, caso os pais ou a própria pessoa insista em tocá-la ou querer segurá-la no colo.

Aquela brincadeira que os pais geralmente fazem com as crianças da primeira infância, é a de jogá-las para cima ou de erguê-las acima da cabeça do adulto, pode ser um dos motivos do medo de altura em algumas pessoas, por dar a sensação de insegurança.



FASE 3: 1 ano – Muitas pessoas acreditam que a criança de um ano não percebe ainda a ausência dos pais e, principalmente, das mães. Ledo engano. Esquecem que a criança está deixando (ou deixou a pouco) de mamar no seio materno. E sentem falta ainda, mesmo que façam o uso da mamadeira. Essa ausência, curta ou prolongada, gera o modo de que eles desapareçam. E essa sensação se intensifica até os 4 anos de idade.   

OBS- A continuidade dos fatos que levaram a criança ficar abalada (som inesperado, sensação de insegurança, não querer se relacionar com pessoas estranhas) não termina ao mudar de fase. Todas essas sensações ficam impregnando seu inconsciente, de forma que cada vez que o fato se repete, há um acúmulo crescente delas. E quando há um número suficiente desses fatos, dizemos que a criança “está com medo”, pois aparecem sinais observáveis no corpo ou nas atitudes.


FASE 4: 2 anos – As crianças desta idade começam a prestar atenção na “relação de causa e efeito”, ao mesmo tempo em percebe sua falta de controle sobre o mundo a sua volta por meio de suas próprias experiências. Por exemplo, ao querer pegar um copo, ela o derruba e ele quebra, ou puxar um pano de louça sem tirar o que está em cima e derramar seu conteúdo.

Mas, ela também percebe essa mesma relação com o que acontece na natureza: nuvens escuras é sinal de chuva, trovões e relâmpagos são sinais de chuva forte. Sol, sinal de brincadeira no quintal. Calor, hora de brincar com água. No entanto, mas coisas que ainda não compreendem, lhes causam medo, como por exemplo, o som do trovão, do ruído dos trens ou do liquidificador e/ou aspirador. Temem ainda: objetos muito grandes, criaturas imaginárias e ... médicos.


FASE 5: 3 a 4 anos – Esta é a fase do desenvolvimento da imaginação. Por isso, possuem uma imaginação muito fértil. Ficam apavoradas com máscaras (qualquer uma), rostos cobertos (por panos, cobertores, lençóis) e de pessoas fantasiadas (palhaços e personagens infantis), além do escuro, de insetos e de ficarem sozinhas.


FASE 6: 5 anos – nesta fase iniciam-se os medos reais, porque esta idade traz uma compreensão maior da realidade.  Aqui, os medos maiores são: de se machucarem, de um cachorro escapar e mordê-las, de perderem os pais (seja em caso de separação ou morte). No entanto, os medos anteriores ainda continuam exercendo sua influência e o som alto do trovão é um exemplo observável.


FASE 7: 6 a 7 anos – Já com uma visão e compreensão maiores da realidade, o medo maior e o de que algum de ruim venha a acontecer com os pais e tempestades. Ainda com uma imaginação muito fértil, mas com fantasias mais criativas, as crianças desta idade temem: dormirem sozinhas e no escuro por causa das bruxas e fantasmas.

A partir dos 8 aos 10 anos, a maioria das crianças tendem a superar os medos a partir da compreensão cada vez maior da realidade. Mas outros podem aparecer, como por exemplo: o medo de não tirar boas notas na escola, de não fazer amigos, etc.

Imagens - Google