Aproveitando uma pergunta feita num dos comentários deste blog, resolvi responder em forma de artigo dada a importância do assunto.
Todos sabemos que os pais amam seus filhos e é louvável que seja assim. É na família que as crianças aprendem lições de afeto e consideração pelas outras pessoas. É na família também que se formam as bases do caráter e da personalidade dos filhos. No entanto, há pais que exageram no seu amor e devotamento a eles.
Tudo começa quando a família recebe a notícia de que está grávida. Pai, mãe, avós, tios e tias imaginam como ele será, fazem planos, e até decidem a profissão que exercerá no futuro, Afinal, todos amam esse bebê e querem o melhor para ele.
Após o nascimento, cercam a criança de toda a atenção, adivinham os desejos mais secretos, resolvem todos os problemas, cedem a todos os seus caprichos não importando o sacrifício que façam para realizá-los. Mais tarde, dão á criança total liberdade de escolha para decidir do brinquedo a escola a freqüentar, do comer e do vestir até a professora com quem vai estudar. Não há regras, nem limites para o “poder” dessa criança. Afinal, ela precisa sentir que é “amada” e ninguém quer que ela sofra ou se frustre.
Dessa forma, a criança vai aprendendo que a vida é fácil e que todos estão a seu inteiro dispor. Aprende que as regras podem ser quebradas e os limites estendidos. Gritos, choros, birras, persistência em querer tudo o que o que vê (geralmente, os mais caros) são evidências de crianças superprotegidas, comumente chamadas de “mimadas”.
Mas, que prejuízos isto traz? A nível de desenvolvimento esta atitude familiar acarreta uma imaturidade neurológica, que por sua vez, traz infantilização e a dependência, a falta de responsabilidade, a falta de iniciativa. A nível de comportamento traz a “preguiça”, a ganância, o egocentrismo, a rebeldia, a desobediência e a indisciplina. A nível de inteligência acarreta prejuízos no raciocínio lógico e na solução de problemas práticos do cotidiano, nas capacidades e habilidades. A nível escolar, prejuízos no aprendizado das operações fundamentais (principalmente nos cálculos de subtrair e dividir), na resolução de problemas, na compreensão das regras gramaticais, da leitura e da escrita, pois faltam-lhe a criatividade e a expressividade espontânea. A nível de socialização é, geralmente, intransigente, egoísta, pouco solidária pois não consegue se colocar no lugar do outro ou valorizar as qualidades dos amigos. É, geralmente, uma criança de difícil adaptação entre seus pares por ser mandona, quer sempre liderar tudo sem dar chance a ninguém, .por achar que é a melhor do que os outros. Quando não atendida em suas vontades, faz birra, emburra e se isola.
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