Fim de férias. Nas escolas, o burburinho começa: reuniões pedagógicas, planejamentos, atribuição de aulas, organização do cronograma e mil recomendações para que o trabalho do ano transcorra sem problemas. Pode-se também ver os professores ajeitando suas salas, fazendo enfeites, cartazes e murais para receber os alunos e mostrar a eles quanto são queridos e necessários em nossa vida profissional. Afinal, escola sem professor e sem alunos, não é escola.
Este, é o momento exato para darmos uma parada e refletir. Uma escola necessita de dois personagens essenciais: os que ensinam e os que aprendem. Ambos, perseguem um objeto comum chamado “conhecimento”.
Na busca do conhecimento, professores e alunos estabelecem uma estreita relação que vai resultar nas aprendizagens. É quando entra em jogo o “desejo”, uma forte energia motivadora que impele os seres humanos a conquistar os objetivos almejados. Na escola, o professor deseja ensinar e os alunos desejam aprender.
Numa escola onde o “desejo” é permanente, duradouro, a relação professor/ aluno se dá em plena harmonia. Porém, nem sempre isto acorre e os conflitos aparecem.
Vários são os motivos dos conflitos na relação professor/aluno. E, para que se possa refletir, precisamos analisar cada personagem separadamente. Hoje analisaremos o professor.
QUEM É O PROFESSOR?
O professor é o profissional da Educação que detém o conhecimento. Sua função é atuar no espaço entre o aluno e o conhecimento. Sua tarefa, manter vivo o desejo de aprender que existe no aluno.
Os conflitos ocorrem quando o professor deixa de estimular o “desejo” do(s) aluno(s). e isto acontece porque o professor se sente poderoso e passa a julgar o(s) aluno(s), segundo esse sentimento. (LUCKESI, 2001)
Dentro dessa relação de poder, Alicia Fernàndez (2007) observou e descreveu três tipos de professor.
O primeiro tipo é o do professor que, tendo o conhecimento, acredita que ninguém mais pode tê-lo. São professores que jamais dão uma nota alta e merecida porque acham que os alunos não estão gabaritados. Suas tarjetas possuem inúmeras notas abaixo da média, são exageradamente rígidos e a maioria dos alunos ficam para exame por décimos. Este tipo de professor mostra o conhecimento, mas para alcançá-lo, o aluno terá ultrapassar muitos obstáculos
O segundo tipo, é o do professor que detendo o conhecimento, age de forma contrária do primeiro. Facilita a vida do aluno, dá notas altas á toa, aceita tudo o que o aluno oferece, sem colocar alguns desafios.
Nestes dois tipos, seja pelas dificuldades ou pelas facilidades oferecidas, o “desejo” do aluno fenece.
O terceiro tipo é o do professor mediador. Acredita que pode compartilhar com o aluno o conhecimento que detém. Mostra o conhecimento, auxilia o aluno a adquiri-lo, instiga sua curiosidade, oferece desafios adequados para alimentar o desejo.
Pense, reflita e responda: em qual tipo de professor você se encaixa?
Se após uma reflexão honesta, você se encaixou em um dos dois primeiros, não precisa se desesperar. Lembre-se que todo ser humano pode mudar e se transformar. Basta querer.e tomar uma atitude.
Referências:
FERNÀNDEZ, Alícia. OS IDIOMAS DO APRENDENTE. Porto Alegre, Artmed Editores, 2007
LUCKESI, Cipriano C. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. 11ª ed, São Paulo, Cortez, 2001.
LUCKESI, Cipriano C. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR. 11ª ed, São Paulo, Cortez, 2001.
gostei muito deste text.Ele é muito coerente. E valeu a pena me ajudou muito.. Parabens
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