sábado, 6 de agosto de 2011

AH!... OS FAMOSOS DITADOS!



Os professores das primeiras séries do Ensino fundamental adoram ditados. Mas, para a criança, será que é bom?


A professora diz uma palavra e a criança deve ouvi-la, discriminar e diferenciar os sons auditivamente, associar tudo ao significado, associar á forma gráfica, , organizar mentalmente as sílabas numa seqüência lógica para compor a palavra,  lembrar do traçado de cada símbolo e grafa-la devendo ainda respeitar a orientação espaço-temporal.  E, tudo isto, numa época em que ela ainda está iniciando a aprendizagem da leitura.

Morais (1997) exemplifica da seguinte maneira:”Imaginem que nos fosse ditado a palavra “ENCILHAR “, palavra esta, que ouvimos pela primeira vez e nunca a vimos escrita em nenhum lugar, nem é do nosso uso cotidiano. Poderíamos, então, escrevê-la de várias maneiras: “ensilhar”, “encilar”, “ensiliar”, “enciliado”, “insiliar” etc.

Ah! Mas, isto é porque não conhecemos seu significado. – diria alguém. Muito bem. Encilhar é colocar arreios num animal. E agora, conhecendo seu significado, dá para escrever corretamente?

Com certeza, também não, porque as dúvidas ainda continuam, como por exemplo: é com “s” ou com “c”? É com “li”, “la”, “lia” ou “lha”?”

O mesmo acontece com as crianças. Antes de escrever uma palavra, as crianças também ficam em dúvida, Afinal, nosso alfabeto tem muitas letras com sons muito parecidos: “c/g/k”, “p/b”, “d/t”, “s/c/ ç/z”, “f/v” etc. E as crianças escrevem da forma que entendem. Morais chama a esta tentativa de “hipótese ortográfica”. Ou seja, por meio de experimentação. As vezes, dá certo. Mas, na maioria das vezes, não usam a(s) letra(s) correta(s).

Para que uma criança escreva corretamente não basta vê-la uma vez, nem tampouco saber seu significado. É preciso que ela consiga ler essa palavra. É por meio da leitura que nossa visão discrimina os sons, a forma da palavra, o nùmero de letras que ela possui, as silabas e letras isoladamente e as guarda na memória visual. Portanto, a escrita ortográficamente correta depende da leitura e não da memória.

fonte:
MORAIS, Antonio M.P. Distúrbios de Aprendizagem: uma abordagem Psicopedagógica, São Paulo, EDICON, 1997.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

HIDROCEFALIA


Dentro da caixa craniana existe uma certa quantidade de líquido (líquor ou cefálorraquidiano) onde o cérebro se aloja. O líquor é produzido pelos ventrículos cerebrais, que nada mais são do que espaços naturais que se intercomunicam e que também contém esse líquido.

A função do líquor é proteger o cérebro contra golpes bruscos, como bater a cabeça, pular, correr ou simplesmente virar a cabeça rapidamente. O choque do cérebro contra os ossos cranianos provocado por esses movimentos causaria sérias lesões.
Os ventrículos são essas manchas escuras centrais, 
que assumem um formato de borboleta.

A malformação do sistema nervoso central (mielomeningocele), casos de prematuridade cerebral (não desenvolvido totalmente), cisto. tumor cerebral, trauma, infecção e obstrução fazem com que os ventrículos deixem de funcionar normalmente, interferindo na produção do líquor e na reabsorção dele.

A quantidade excessiva de líquor dentro da caixa craniana dilata os ventrículos e comprime o cérebro contra os ossos.
Produção normal de líquor.


Hidrocefaila com necessidade de punção para 
diminuir a pressão sobre o cérebro.


Em recém-nascidas e até os 2 anos, como os ossos ainda não estão solidificados, pode causar o aumento da caixa craniana. Após a solidificação, ocasiona vários sintomas, como cefaléia, náuseas, vômitos, distúrbios visuais, falta de coordenação motora, alterações na personalidade e dificuldade de concentração.

O diagnóstico e o tratamento devem ser imediatos para a prevenção de ocorrências mais graves.

Na escola, as dificuldades de aprendizagem ocorrem mais pelos sintomas do que propriamente pela hidrocefalia. Há, no entanto, casos em que as dificuldades são sérias. Mas, nestes casos, as crianças não chegam a ir para a escola porque não aguentam o peso da cabeça sobre o pescoço e ombros.


fonte:
Associação de Hidrocefalia e Mielomeningocele (AHME) de Ribeirão Preto.
Apontamentos da Aula de Deficiência Intelecutual - APAE-SP.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

FELIZ RETORNO ÀS AULAS!

Painel de Kirigami, 1,90 X1,20 m

Um novo semestre se inicia. 
O meu desejo é que, professores e alunos, tenham 
um semestre bastante produtivo. 

domingo, 31 de julho de 2011

CRIANDO COM MASSA PLÁSTICA

ALÔ PESSOAL!


Dando continuidade ao tema "MODELAGEM", depois de trabalharem bastante os rolos e bolas e de terem construido alguns objetos simples como anéis, pulseiras e bonecos, as crianças estão prontas para criarem o que quiserem.

E aí, é que esse trabalho fica mais interessante.
pizza de muzzarela 
coelho na toca
boneco solitário
pista de corrida
Em cada atividade pode-se trabalhar a escrita: nomeando o que foi feito, contando histórias (orais e escritas), poesias, acrósticos sobre eles, dependendo da idade e ano cursado. Vai muito também, da criatividade do professor, do terapeuta ou dos pais em elaborar tarefas que terminem em escrita,

Boa atividade!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

OS DESENHOS E O EIXO FÍSICO-MOTOR

Assim,antes que comecem a desenhar, elas já estão sendo observadas e avaliadas. O modo como entram na sala, como andam ou sentam, se param e esperam ou se dizem logo o que querem fazer, se são mais ou menos agitadas, se são ou não curiosas, se procuram algo que lhes interessa ou lhes chamou a atenção revelam a motricidade geral.

Apresentada a tarefa, o modo como aceitam a folha e os materiais (lápis, borracha), se pedem régua ou se já partem para o desenho, falam de suas iniciativas.

A mão que leva para pegar o lápis, se usa a outra mão para segurar a folha ou não, como posiciona a mão contrária para apagar alguma coisa que saiu errado, dão indícios de sua lateralidade.

Desenhando, começam a revelar sua motricidade fina (até os 6 anos) ou da psicomotricidade (depois dos 7 anos). A forma como seguram o lápis, facilitando ou dificultando a execução do trabalho, revela sua capacidade de preensão. A forma correta é esta:
para canhotos e
para destros.
A pressão que o lápis exerce sobre o papel revela o tônus muscular. A forma do traçado, suas marcas e aspecto nos falam da fluência do movimento. As figuras desenhadas, reconhecíveis ou irreconhecíveis, os ângulos de certas formas,  revelam sobre forma como percebem cada objeto (percepção visual). 

A colocação das figuras, o tamanho e disposição no papel, falam da orientação espacial. 

Para os pequenos (até 6 anos) a presença de sol, lua, estrelas, nuvens, chuva é importante, pois revelam a orientação temporal. básica (dia e noite). Para os maiores (dos 7 anos em diante), essa orientação é observada pelo movimento das figuras,  ou seja, devem fazer alguma coisa.
 Nesta foto, o menino olha a paisagem. (criança de 10 anos)

As figuras humanas revelam a noção de imagem corporal e a idade com relação ao desenvolvimento do grafismo. Aqui, quanto mais idade, maiores são as exigências.
 Nesta foto está o desenho de uma criança de 10 anos. Observa-se a estrutura básica de uma figura humana, isto é, cabeça, tronco e membros. No entanto, para essa idade, as figuras deveriam revelar se são femininas ou masculinas. Outro detalhe importante é a ausência de detalhes do rosto. Porém, a figura menor mais a frente, possui orelhas exageradamente grande e ausência de braços ou dando a impressão de estarem presos ao corpo,  isto nos leva a crer (pela história que foi contada) que a criança em questão tem uma imagem corporal mal organizada, 

Além disto, todas as tarefas possuem um tempo estipuladodo (início-término). Há crianças que terminam antes desse prazo terminar e, outras, que vão além dele e nem sempre conseguem terminá-las. A rapidez ou a lentidão nos dão indícios do ritmo da criança.

Basicamente, é isto que verificamos. Mas, dentro de cada item, há ainda uma porção de coisas a serem verificadas.

MELLO, MIRANDA E MUSZKAT. Neuropsicologia. SP, Mennon, 2005.
Apontamentos de aula  (Arte-Terapia) 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

PROCESSOS MENTAIS E A APRENDIZAGEM (2)

SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE CONTEÚDO


Tudo o que é percebido é levado ao cérebro. Lá dentro, dependendo do tipo  de informação, é encaminhada a um dos hemisférios. As informações não-verbais, ou seja, as que não exigem palavras, vão para o hemisfério direito. As informações verbais, ou seja, as que necessitam de palavras, vão para o hemisfério esquerdo.

São informações não-verbais as experiências e vivências, as atividades da vida diária, as imagens, sons, gestos, expressões faciais e mímico-gestuais, além de todas as sensações, sentimentos e emoções dos sujeitos diante de tudo que existe no ambiente. São informações verbais os sons da fala, o raciocínio verbal, o vocabulário, os cálculos, a leitura e a escrita.

Assim, cada hemisfério desempenha as funções que lhes cabe, que é a de processar a informação, ou seja, de distinguir, identificar, analisar, planificar uma resposta , sintetizar e guardar na memória específica de cada cada coisa e de cada hemisfério.

O hemisfério direito ainda associa tudo às sensações, sentimentos e emoções que surgiram no momento da percepção dos estímulos e  guardando-os na memória para voltarem à tona, cada vez que uma associação é solicitada. Exemplificando: todas as vezes que o inverno se aproxima, sinto o cheiro de flanela nova. Isto  porque, quando era criança, minha mãe costurava pijamas de flanela para meus irmãos e para mim. Eles eram macios e quentinhos. Este é um sentimento bom. Mas, uma informação pode estar ligada a sentimentos de dor, de medo, de tristeza, de frustração, etc.

Ao mesmo tempo em que cada hemisfério realiza sua tarefa de forma independente, eles também se comunicam entre si. No caso de minhas lembranças, falar, escrever ou ler algo sobre o inverno, faz com que o meu hemisfério esquerdo se comunique com o meu hemisfério direito e troque informações. É através dessa troca que sinto o cheiro da flanela nova, e que visualizo minha mãe sentada na máquina de costura, fazendo um pijama azul-claro com estampa de patinhos amarelos. Nesse caso, a informação “inverno” do hemisfério esquerdo se associou às informações do hemisfério direito “cheiro”, visão da mãe”, “a cor do meu pijama” e os detalhes dele “patinhos amarelos”. A sensação que tenho dessas lembranças são as de carinho e atenção da mãe para com os filhos. Portanto, uma associação positiva.

Com as crianças, principalmente em época de alfabetização, todo cuidado é pouco. Uma palavra, um gesto, uma expressão facial pode impregnar a criança de sensações negativas e criar bloqueios em torno do conhecimento, gerando as dificuldades de aprendizagens e o fracasso escolar.

Fonte:

Fonseca, Vitor da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem: Porto Alegre, RS, Artes Médicas, 1995

domingo, 24 de julho de 2011

MODELAGEM

ALÔ PESSOAL!


A modelagem, seja com massa plástica ou com argila, é sempre muito criativa. Ela ajuda na coordenação motora e nas destrezas manuais. E ainda serve como estimulante das terminações nervosas existente nas mãos e estimulando as sensações táteis. Hoje, trouxe para vocês a modelagem com massa plástica.

Mas não basta entregar o pacote de massinha, como é comumente chamada, para a criança e deixá-la fazer o que quiser.  Muitas crianças socam a massa ou a atiram de um lado para o outro, fazendo uma barulheira infernal, porque não sabem como trabalhar com ela. Proponha desafios, principalmente para essas crianças. Desafios com "vamos ver quem consegue". Lembre-se: tudo é um processo.e, como tal, tem etapas.

A primeira etapa é a de amassar a massa plástica ou plastilina com as mãos. As muito macias não servem para a estimulação, pois oferecem pouca resistência. As muito duras, também não, porque cansam logo. A intermediária é ótima para isso. Pode ser utilizada por crianças no início da alfabetização.

 A segunda etapa é a de a criança a fazer rolos. O rolo se consegue colocando a massinha sobre a mesa e fazendo-a rolar. Trabalham-se rolos grossos e depois os finos. O desafio é fazer rolos finos sem que a massa se parta. Se partir, a criança deve começar de novo.

A terceira etapa é a de se fazer bolas. Da mesma forma que os rolos, pode-se começar na mesa e, depois, apenas com as mãos. Faz-se bolas grandes, médias e pequenas. E outras bem pequenas em que as crianças tenham que rolar a massa entre os dedos. Enrolar a massa com os dedos, fazendo rolos ou bolas, estimula e melhora a preensão, principalmente, nas crianças com problemas motores.


A quarta etapa é construir pequenas figuras, como anel, pulseira, etc. Não são as figuras que estimulam, mas os exercícios que são feitos enquanto ela brinca e produz formas e figuras.


Por fim, está pronta para fazer o que quiser. E o resultado é sempre muito bom.


Boa atividade!