domingo, 23 de setembro de 2012

OS DEFICIENTES E A OPERAÇÃO DE ADIÇÃO

Ensinar os deficientes a somar não é difícil, mas a grande preocupação é fazê-los entender o que estão fazendo. Por isso, não se pode esquecer que estas crianças precisam de uma carga maior de atenção e de exercícios concretos.


1º PASSO
Eu começo com um jogo. Um jogo formado por uma base de cartolina, com um espaço em branco que pode ter qualquer formato. Para as operações, uso bichinhos, florzinhas, bolinhas ou outro elemento qualquer. Com este jogo avalio se a criança está pronta para aprender as operações.


O jogo consiste em colocar uma quantidade pedida. Eu coloco um e peço que ela coloque dois, por exemplo. E pergunto: quantos ficaram? A criança conta. E pergunto novamente: ficou mais do que você colocou? Depois de responder, retira-se tudo e recomeça-se com outra quantidade, usando o mesmo procedimento. Entendida a brincadeira, a criança passa a fazer sozinha. O importante é que a criança participe ativamente. 

2º PASSO
Depois desta fase, uso brinquedos pequenos. Fico com uma parte dos brinquedos e a criança com outra. Coloco uma quantidade e a numeração correspondente. E peço para que a criança coloque o quanto desejar e procure o número correspondente.

 mais

E pergunto: quanto fica 5 brinquedos mais 1 brinquedo? Ao falar a palavra  "mais", empurro os brinquedos que ela colocou para junto dos que eu coloquei. Ela conta e volto a perguntar se ela ficou com mais coisas. Deixo que ela tente fazer sozinha. Fico de olho se ela repete a palavra "mais".

3º PASSO
Depois, em folhas ou no caderno, utilizo desenhos ou colagens. E faço vários exercícios como estes. Sempre com a criança contando.

 

4º PASSO
A seguir, vem a fase do Material Dourado. E trabalho com eles como na fase dos brinquedos, enfatizando as palavras "mais" e "igual a..."


 igual a
                            3 mais 5

5º PASSO
É a fase das continhas verticais.Nesta fase, também ensino a criança a representar as operações com o material, colocando o número superior num lado e o inferior no outro. Peço que junte, conte e coloque a resposta na conta.

Em qualquer um dos passos, o movimento de juntar é muito importante.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

APRENDER A APRENDER

Ah! se todo professor fosse assim!...

Assistam ao filme, pois é simplesmente, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!


ESTE DEVERIA SER O LEMA DA EDUCAÇÃO NO MUNDO.
 MAS, INFELIZMENTE, NÃO É ASSIM QUE ACONTECE.  
UM DIA, QUEM SABE... 

NÃO PERCAMOS A ESPERANÇA!

domingo, 9 de setembro de 2012

A VELHA A FIAR

Olá, minha gente!

Trouxe, hoje, uma música infantil que pode ajudar muito a qualquer criança. Principalmente, para os deficientes intelectuais pequenos.

A letra tem versos repetitivos que facilitam a aprendizagem. Mas, também tem um ar de desafio, pois mudam os personagens em cada verso. A repetição deles todos, no final de cada estrofe, é um bom treino para a memória.

Ensinar esta música para os deficientes deve ser feita por partes, na maioria das vezes. Mas, tudo depende da pessoa com quem estamos lidando. Elas podem querer ir um pouco mais além.

O clip é bem engraçadinho!


Bem, fica aqui a sugestão.

Até mais.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

DISORTOGRAFIA

TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM


A disortografia é um transtorno neurológico de linguagem que influencia na escrita. Pode estar ou não, associado com a dislexia. Estima-se que em 90% dos casos, esse transtorno aparece em crianças que começam a falar tardiamente. Já nos 10% restantes, existe uma disfunção cerebral.

As principais características da disortografia são:

·       1- A troca de letras (e não precisa ser, necessariamente, semelhantes como t/d, p/b, c/g) tanto na fala quanto na escrita.. Oralmente, a linguagem se parece com a fala do Cebolinha, personagem da Turma da Mônica. Isto porque, a dificuldade em discriminar os sons auditivamente está envolvida.

      2-Os disortográficos encontram dificuldade em pontuar frases, acentuar palavras, ordenar frases em parágrafos, usar travessões etc.

         
·    3-Cometem erros grosseiros na escrita porque não compreendem a aplicação das regras ortográficas.

·    4-Na formação de frases, encontram dificuldades em coordenar e subordinar as orações.
       
·      5-Seus textos são curtos e escritos em bloco único.

·    6-Na escrita, emendam palavras, repetem ou omitem silabas do começo ou no final das palavras. O mesmo acontece na linguagem oral.

·      7-Por não entenderem as regras ortográficas, a separação de sílabas é incorreta.
         
·      8-Apresentam dificuldade na estruturação espaço-temporal.

·      9-Possuem fraca imagem corporal.

·     10-Dificuldade na dominância lateral.

·     11-Dificuldade em manter-se atento e concentrado até mesmo em atividades que goste muito.

·      12-Pouco interesse pela escrita.

         
   Com relação a estes estudantes, os professores devem evitar cópias, os tais treinos ortográficos e ditados.   As cópias porque agem mecanicamente e sem compreender o que copiam. Os treinos ortográficos não funcionam porque, geralmente  fixam mais rápido os erros que a forma correta. Os ditados, devido a discriminação auditiva.

O diagnosticado por neurologista e o tratamento com psicopedagógico em conjunto com o fonoaudiológico.

Fonte:
anotações de aula

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ARTE DIGITAL

Alô, pessoal!

Hoje, o que trouxe para vocês não é uma novidade. Mas, continua sendo uma sugestão de atividade que é muito importante, principalmente quando se trabalha com deficientes.  

A sugestão de hoje são os desenhos e pinturas realizados no "Paint" do computador.

Muitas crianças e jovens deficientes possuem computadores em casa e mexem neles. Portanto, sabem fazer alguma coisa. Para os que não sabem, começo por colorir a folha toda. Depois, com a borracha vão apagando do jeito que quiserem.


 

Salvo suas tentativas e mostro a eles sua produção.

 
Depois que pegam a prática, parto para os desenhos rabiscados 
e que são coloridos ao final. Formam lindas pinturas abstratas!

Mais tarde, insiro figuras sem colorido encontradas 
na Internet para que possam colorir. Eles ficam felizes quando 
conseguem preenchê-las totalmente.


Bem mais tarde, depois de trabalhar muito cada etapa, 
deixo que eles criem. Não ficou linda esta casinha?

Com isto, além da criatividade, trabalha-se a coordenação motora fina, o conhecimento de cores, formas, a oralidade porque sempre querem falar sobre o que fizeram. Mas, o melhor de tudo, é que eles melhoram muito a auto-estima e a autoconfiança. 

Abro uma pastinha para cada um e, ao final do trabalho do dia, mostro tudo o que fizeram e toda a produção digital. Eles ficam admirados com suas produções. Sentem-se capazes. Somente o fato de guardar os trabalhos, já é importante. Eles se sentem valorizados e respeitados.

Fica aqui a sugestão porque sei que, no corre-corre das atividades 
escolares, acabamos por esquecer desta parte.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

TRABALHANDO A SEQUÊNCIA NUMÉRICA

Ensinar os números para deficientes não é o mais difícil. O complicado é fazê-las entender que os números seguem uma sequência, que é lógica. Muitos deficientes intelectuais conseguem memorizar essa sequência. Mas, no fundo, não entendem o porque o 9 vem depois do 8 antes do 10. 

Costumamos dizer que é porque a quantidade aumenta. Embora percebam, elas não fazem esta relação. E como recitam a sequencia oralmente feito papagaios , acreditamos que sabem.  Mas, na hora de fazer o exercício....

Mesmo trabalhada com materiais concretos se transforma em dúvida quando o trabalho é feito no caderno. 

Como ensinar esta noção?

Enquanto trabalhamos a relação número/quantidade, já podemos iniciar esta noção. Começamos com brincadeiras, como a montagem de torres, por exemplo. E para isto, podemos utilizar caixas de todos os tamanhos e formatos que as crianças empilham como torre.

   

Enquanto montam, ensaiam várias posições e possibilidades, intuindo que há uma sequência que deve ser obedecida, porque senão a torre desaba. Por fim, a montam corretamente.

Feito isto, passo para o trabalho no caderno ou em folhas. Trabalho com muitas figuras coloridas e o mais próximas possíveis do gosto de cada um. Figuras e o colorido atuam como apoio visual.  Os deficientes intelectuais necessitam muito desse apoio para ajudar na memorização. Com as figuras,  tentam descobrir o que está "antes" e o que está "depois" ou o que está na frente e atrás. Eu uso posições e elementos diferenciados para que precisem pensar.  Como estas, por exemplo:
 
Uso uma porção delas até que as crianças já os descubram com alguma facilidade. Depois, parto para outras, como estas:

 
Da mesma forma, trabalha-se bastante ou até que sejam capazes de descobrir o antes (o que vem na frente) e o depois (o que vem atrás). 

Esta etapa é importante para que o conceito se fixe na memória.  Faço cartões com a mesma figura e os numero na sequência que quero trabalhar. Peço que a criança me ajude a colocar os pregadores nos cartões (para mantê-los em pé) e, enquanto isso, o exercício vai fortalecendo os músculos dos dedos e da mão. Feito isso, colocamos em ordem. E a criança visualiza que um está atrás do outro.
 
Com essa sequência fica bem mais fácil para a criança visualizar o que vem "antes" e o que vem "depois".  Numa folha à parte,  escrevo um número sobre o outro. A própria criança chega a conclusão de que não dá para visualizar nenhum número. 

Se não concluir sozinha, faça perguntas como: Onde está o número X? Você o vê perfeitamente? Com isto, digo a elas que, no caderno, os números ficam lado a lado. E para não ficarem misturados, são separados por tracinhos. 

Trabalho primeiro, tudo oralmente. E depois, voltamos ao caderno. Por um tempo, mantenho a sequência como apoio e aproveito para trabalhar alguns jogos. Uso poucos números de cada vez. 


Neste caso, trabalho o 11, 12 e 13. Mostro que é a mesma ordem da sequência mostrada nos cartões e a criança visualiza. Então, começo o exercício. Com o apoio visual, fica fácil no início. Feito isso, e aos poucos, vou aumentando a quantidade de números  e  introduzindo outros exercícios.

 
O primeiro, trabalha outros números da sequência. Depois, a sequência inteira para completar ou completando com alguns números faltantes e com questionamentos orais. E, para fixar tudo, trabalho os "caminhos", onde os números são colocados numa certa posição que permite que a criança ligue com traços todos os números na sequência. Como variação, utilizo também os liga-pontos, labirintos  e os pinta-pontos, cujos pontos são substituídos por números.


Minha gente, sei que é trabalhoso. Mas, o resultado é muito bom.