terça-feira, 29 de março de 2016

AS DIFICULDADES MATEMÁTICAS



Todo mundo se preocupa com as dificuldades na leitura e na escrita e relegam as dificuldades matemática a um segundo plano. Geralmente, são vistas como algo passageiro, já que se tem um hábito cultural de se dizer que esta disciplina é difícil e que, cedo ou tarde, todos esbarramos com uma dificuldade qualquer. Já os professores costumam julgar a criança (ou jovem) como preguiçoso, desatento e/ou desinteressado pela disciplina.

No entanto, asseguro-lhes que não é assim tão fácil, nem tão simples. Ao contrário, é muito mais desafiador encontrar os motivos que levam a ir bem ou mal na matemática.

Assim como na leitura e na escrita, as aprendizagens matemáticas também decorrem de processos cognitivos que devem ser desenvolvidos em determinado período (dos 2 aos 6 anos de idade). Este é um período onde as competências e habilidades começam a se desenvolver e dentre elas as competências e habilidades matemáticas. Espera-se que as aprendizagens de noções consideradas fundamentais (como as de quantidade, grandeza, extensão) sejam realizadas de forma natural, ou seja, através do contato com os adultos, com o meio e motivadas pela curiosidade infantil.

O sucesso ou insucesso na relação com a matemática depende dessas aquisições e da maneira como foram realizadas nesse período. Crianças que não foram estimuladas ou não obtiveram sucesso nessas aprendizagens apresentam falhas em suas competências e em suas habilidades para lidar com as questões matemáticas, o que compromete a percepção, a linguagem, a escrita numérica, os cálculos, o raciocínio e a resolução de problemas orais e escritos. Essas falhas se traduzem numa inabilidade para desempenhar as tarefas escolares.


Essa inabilidade pode se manifestar como um déficit de atenção em competências conceituais (a criança não sabe explicar uma noção ou conceito) ou de procedimentos (não sabe fazer, representar ou relacionar informações). Decorrem de uma imaturidade dos princípios de contagem que compromete todo o desenvolvimento dos conceitos e procedimentos que terá de lidar mais adiante na escola. E podem manifestar-se como déficit de memorização, déficit visuoespacial, inabilidade de processamento informativo, que segundo estudiosos, são os precursores básicos das dificuldades matemáticas. 

Os processos matemáticos relacionados ás quantidades e seus símbolos numéricos são fundamentalmente abstratos, o que exige uma boa dose de atenção, de abstração e de raciocínio matemático. A consequência é o agravamento da situação quando a escola adota métodos de ensino inadequados e na insistência em realizar cálculos isolados, desfavorecendo o raciocínio.


Dificuldades relacionadas ao armazenamento (memória de longo ou de curto prazos) e a recuperação (lembrar, recordar) das informações fazem com que os alunos cometam mais erros e apresentem maior lentidão que seus colegas sem dificuldades.


Outras dificuldades são de origem visuoespacial da informação que alteram a conexão entre a quantidade e os símbolos numéricos. A consequência é um conhecimento numérico confuso (principalmente com números semelhante), desorganizada na direção da escrita matemática e falhas nas tarefas sobre uma reta numerada.

Como vimos, as dificuldades matemáticas não são homogêneas. Nem as crianças chegam á escola com o mesmo nível de desenvolvimento porque cada qual está inserida num ambiente cultural diferente uns dos outros. Diferentes também são suas oportunidades de manusear, experimentar e se desenvolver como é esperado. As falhas e suas consequências também devem ser levadas em conta.

Podemos então dizer que as dificuldades matemáticas formam dois grupos distintos: a) das dificuldades na leitura e na matemática e b) as dificuldades apenas em matemática. Veremos cada uma delas em separado nas próximas postagens.

fonte:


MONTIEL, José M. e CAPOVILLA, Fernando.  “Atualizações em transtornos de aprendizagem”. São Paulo, Artes Médicas, 2009.

segunda-feira, 21 de março de 2016

LEMBRANCINHA DE PÁSCOA DE ÚLTIMA HORA


Olá, minha gente!


A Páscoa está chegando e lembrá-la é sempre importante. Porém, as coisas estão difíceis, pouco tempo, finanças apertadas, bolsos curtos, falta de tempo. Os dias passaram e você não pensou nas lembrancinha que dará a seus filhos (ou alunos). 

Não tem problema, podemos preparar uma lembrancinha rápida e de custo bem baixo nestes dias que faltam para a festa da Páscoa. Isso aconteceu comigo, mas eu mesma pintei com lápis de cor e usei papel crepom para fazer os saquinhos. Então vamos a ela.

Procure na internet a figura de um coelho (já colorido), copie, cole e imprima na quantidade desejada. Feito isso, recorte grosseiramente o coelho para tirar o excesso de papel. Cole a figura sobre um papel mais grosso (cartolina, color set, canson ou outro qualquer), espere a secagem (bem seca mesmo) e recorte, agora no contorno do coelho. 

Compre bombons, balas (ou outros docinhos do seu agrado) e alguns metros de fita de tecido (ou aquelas de presentes), se não tiver em casa. Compre também uma folha de papel crepom ( papel celofane ou saquinhos plásticos).

Enquanto espera a colagem (bem seca) dos coelhos, corte as folhas de crepom (ou celofane) em quadrados grandes. Coloque os docinhos dentro e amarre feito uma trouxinha (ou ovo), colando-a por trás do coelho.

Agora é só montar. O saquinho com os doces ajudam a manter o coelho em pé. Veja como ficaram bonitinhos.



segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

ATIVIDADES SENSOPERCEPTIVAS

Todo início de ano é a mesma coisa: crianças novas chegam e é preciso avaliá-las para saber por onde começar a trabalhar. Durante a avaliação proponho algumas "atividades sensoperceptivas". Faço isto para todos.

O que é isto? São atividades ou exercícios simples e fáceis que vão desenvolver a parte sensorial e a parte perceptiva e que pode ser aplicada desde a criança com ou sem deficiência intelectual. Ao mesmo tempo, a parte motora também é desenvolvida transformando-se, pouco a pouco, em "habilidades".

São atividades em que perceber detalhes, posições, igualdades e diferenças é muito importante. Atividades que desenvolvem as habilidades de colorir com lápis, recortar com tesoura e colar. 

Começo com exercícios simples e a medida que nossos encontros acontecem, vou "complicando" um pouco. O objetivo é perceber quem tem dificuldades para tentar melhorar ou sanar o problema.



Este exercício é composto de dois quadrados exatamente iguais. Num colocamos o que queremos e no outro a criança repete o que foi feito. Neste, alguns quadradinhos são coloridos de azul e outro fica em branco. A criança deve observar e copiar no outro exatamente como o anterior.

Vejam outros exemplos:

 

 
As figuras 1 e 4 trabalham o posicionamento das letras.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

BRINCANDO E APRENDENDO


Olá pessoal!


Hoje trouxe para vocês uma brincadeira muito divertida para os pequenos, sejam eles deficientes intelectuais ou não. Brincadeira para eles, porque para nós (adultos) é um exercício de habilidade, onde fazemos com que nossos pequenos desenvolvam a preensão, a coordenação motora e a criatividade.


O material é simples. Bastam pedaços de esponja de furos largos cortada  e alguns palitos de dente. O exercício consiste em enfiar os palitos na esponja. Vejam:




Assim, a criança espeta os palitos um a um até que todos os palitos tenham sido colocados na esponja.

Depois de repetirem esse exercício, a criança pode ter a permissão para fazer o que quiser. E vejam o que esta criança fez:


 


Em outras oportunidades, a esponja pode ser substituída por isopor, por legumes (batata, cenoura ou pimentão crús).

As crianças amam fazer estes exercícios e você poderá saber se a criança tem habilidade ou não e se é criativa.

Espero que tenham gostado e se gostarem que este exercício seja usado em casa ou na escola.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

CONTANDO DE 10 EM 10

Os atendimentos recomeçaram. E após uma pequena revisão para verificar o que ficou na memória dos conteúdos do ano passado, notei que esta criança se confundia toda na contagem de 10 em 10.

Enquanto terminava de fazer um exercício, preparei sobre um móvel as Barras Vermelhas e Azuis, um material montessoriano. Este material tem 10 cm em cada cor. Ele é todo em madeira e depois pintado como se vê na foto.

Podemos trabalhar várias conteúdos com este material. Eu o usei para trabalhar a contagem de 10 em 10 como objetivo principal. Para isso, a criança passou a transportar do móvel para a mesa trabalho, segurando cada barra pelas pontas e com dois dedos (indicador e médio). Ela começou pela barra menor e foi ajeitando sobre a mesa na sequência.

 Expliquei como deveria colocar sobre a mesa



                                       

Depois de montada questionei sobre qual barra era a maior, a menor, a mais longa, a mais curta, a intermediária. E ela foi respondendo a contento.

Mostrei a menor e disse que valia 10. Coloquei a barra no lugar. Peguei a segunda barra e apontando a parte vermelha disse: "vale 10" e  em seguida, apontando para a parte azul disse: "vale 10". E passando o  indicador sobre as duas partes disse: "vinte".

Repeti da mesma forma com a terceira barra e ao final disse: "trinta" e deixei que ela fizesse o restante. Ela quis recomeçar e repetiu direitinho. Trabalhamos o desenho das barras no caderno.

E antes de dar por encerrado o trabalho, voltamos a contar de 10 em 10, apenas olhando para as barras. E não é que acertou tudo novamente?

Mas não é só a contagem que podemos trabalhar com essas barras. Trabalhamos o sensorial com o simples manuseio. À medida que as barras vão aumentando de tamanho a criança percebe diferentes medidas. Ao dizer as palavras ligadas ao conteúdo trabalhado, desenvolvemos a oralidade e a compreensão dos fatos matemáticos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

RECOMEÇANDO OS TRABALHOS

As férias chegaram ao fim. Em algumas escolas as aulas já recomeçaram. um novo ano letivo recomeça e com ele, muito trabalho e muitas preocupações também.


A Grécia e sua mitologia tem um exemplo para isso: o Mito de Sísifo. Sísifo era um pastor e filho do deus do vento (Eolo). Inteligente e muito esperto  e malandro tentou enganar Zeus, o deus supremo do Olimpo. Porém, recebeu deste um  castigo por sua esperteza. Deveria rolar uma enorme pedra montanha acima. Mas toda vez que quase chegava  ao topo, a pedra escapava-lhe das mãos pelo cansaço produzido e rolava montanha abaixo. no dia seguinte, Sísifo retornava ao trabalho e de novo, perdia o trabalho realizado.


Nós, professores, temos um pouco de Sísifo no nosso trabalho. Temos sempre que recomeçar do mesmo ponto. Ano após ano. Nos esforçamos, nos preocupamos, vivemos procurando a melhor forma de fazermos nossos alunos a adquirir o conhecimento. Conseguimos boa parte de nossa jornada. E no último dia do ano letivo, os perdemos. Eles se vão para outra escola, para outra sala, outra turma. E nós, recomeçamos tudo outra vez. Mas não é um esforço desperdiçado. Entendemos como um processo do caminho de cada aluno.

E com este mito, quero desejar a todos os professores 

um feliz recomeço.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

RAINHA DA NEVE


Olá amigos. Finalzinho de férias, não é mesmo? E logo, logo as aulas recomeçam. Então trouxe mais um conto de fadas para incentivar as crianças a agir com amizade e carinho para com os companheiros de turma.

Neste conto, as crianças aprenderão o valor da amizade e do companheirismo não importando os obstáculos que enfrentem. Um bom tema para o reinício das aulas. além disso, um pouco de magia não faz mal a ninguém.

Chame as crianças para assistir a este belo conto. E bom trabalho, boas conversas e muita ação.