sábado, 25 de maio de 2019

CONVERSA DE ADULTOS

Não é segredo para ninguém que “amo” falar de Educação. Afinal, vivi a minha vida inteira em torno dela, estudando ou trabalhando com ela.



O termo Educação vêm de longa data. Esse termo surgiu de uma língua que há muito tempo não existe mais: o latim. Mas o termo não se formou assim prontinho, mas houve a justaposição do prefixo “ex” com o termo “ducare”. “Ex significava “ fora” e o significado literal de “ducare” é “conduzir, levar ou direcionar”. Juntando os dois termos fica: “exducare ou educere” que significa “conduzir a criança (os seres humanos) para fora dela mesmo”. E este significado é muito bonito na medida que a criança vai aprendendo ao mesmo tempo que o mundo se amplia para ela. Sem educação o mundo da criança fica muito limitado. Hoje em dia, o termo EDUCAR, apresenta vários significados.


A primeira infância (de 0 a 6 anos) é uma fase importante da vida. Não só pelo desenvolvimento físico que podemos observar, mas principalmente por uma parte invisível aos nossos olhos, mas que marca sua vida e o influencia na vida adulta: o desenvolvimento neurológico.


Nessa fase, a atitude dos pais é fundamental para que “a criança saia de um estado de estagnação e dependência, para um estado de conhecimentos adquiridos pela experiência e pela vivência pessoal que lhe permita dominar o mundo e garanta sua autonomia”.

O desenvolvimento físico já está programado pelo DNA de cada criança. Ele atua sozinho e independente da vontade dos pais. O que os pais precisam, é estar de olho para que os ganhos aconteçam na época correta ou procurar ajuda profissional, caso atrase muito. O que os pais devem fazer nesta fase é, justamente, dar oportunidade para que o desenvolvimento neurológico da criança ocorra de forma sadia.



Porém, muito mais importante é o desenvolvimento neurológico.  As ações dos pais, no tocante aos ensinamentos, influeciam decisivamente nas funções neurológicas, porque agem diretamente nas conexões entre as células cerebrais: os neurônios. E estas é impossível de ver, porém observável através das atitudes e reações das crianças. estas conexões não são visíveis a olho nú porque ocorrem dentro do cérebro, porém são observáveis através das atitudes e reações das crianças. 

O que os pais devem fazer nesta fase é criar oportunidades para que o desenvolvimento neurológico da criança ocorra de forma sadia. Como fazer isso? Será assunto de nossa próxima postagem.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

AUTISTAS E SAVANTS PODEM TER RELACIONAMENTO AMOROSO?


Há algum tempo atrás, não víamos tantas pessoas com autismo como vemos na atualidade. Os motivos disso eram: a) a falta de uma classificação clara do distúrbio; b) pelo preconceito que era muito maior do que é hoje (que ainda é grande), muitas vezes, os pais se “envergonhavam” de ter um filho com problemas e os escondiam dentro de casa; c) a falta de saber onde procurar ajuda profissional especializada e d) pela falta de conhecimento sobre esta Síndrome.

Embora o autismo e savantismo não tenha cura, o diagnóstico não é uma sentença condenatória para os possuidores desta síndrome. Muitos vivem uma vida muito próxima do que chamamos de “vida normal”. Com os avanços da neurociência já entendemos que, quanto mais cedo estimularmos os autistas e savants, mais próximos da “vida normal” eles se estarão. Não há impedimentos para sua vida futura de estudar e chegar à universidade, de trabalhar, namorar e constituir família, dizem os estudiosos do assunto.


Casar e constituir família? De que maneira, se os autistas e savants apresentam problemas de relacionamento? Como poderão compreender as obrigações que isso implica? O assunto “sexualidade” é discutível, desafiante e estimulante entre as pessoas comuns, mas é ainda mais instigante em se tratando de deficientes intelectuais, autistas e savants.

Sabemos que deficientes intelectuais, savants e autistas estão classificados como moderados graves e severos e com limitações físicas ou intelectuais devido ás chamadas “comorbidades”, isto não é possível. Eles apresentam um grande isolamento, ausência de contato com as pessoas do ambiente em que vive, apatia, falta de interesse a estímulos externos e sem qualquer interação social.

Muitos nem conseguem se comunicar verbalmente e, muito menos, da forma não verbal. Não são capazes de expressar afetividade e de receber carinho. Muitos não reconhecem os próprios pais. São comuns crises de agressividade contra si mesmos e para com os outros, acessos de fúria, raiva e gritos. Detestam mudanças de rotina e perdem o controle quando isso acontece. Necessitam de auxílio constante para iniciar e manter as atividades básicas do cotidiano como: alimentação, vestuário, banhar-se entre outras necessitando de uma pessoa que cuide disso. É comum a presença de padrões repetitivos de comportamentos inadequados e até bizarros, como cheirar e levar à boca objetos não digeríveis e não comestíveis. E com todos estes sintomas fica evidente que o assunto não se destina a essas pessoas. São pessoas que precisam de cuidados constantes e permanentes.


No entanto, as pessoas com graus mais leves (leves e moderados leves e sem outras complicações), quando bem estimulados precocemente e embora precisem de alguns cuidados, podem ter uma qualidade de vida bem próxima da realidade, pois encontram menos dificuldades que os mais graves.

Nos autistas e savants de todos os graus, os processos físicos da puberdade entram em ação como nas pessoas comuns. As glândulas sexuais entram em desenvolvimento e produzem seus hormônios, o corpo se modifica e a sexualidade desperta. A diferença é que os mais graves não percebem estas mudanças porque são demasiadamente introspectivos, o que não ocorre com os de graus mais leves. Estes percebem e acabam se interessando amorosamente por alguém.

OS RELACIONAMENTOS

Pessoas com autismo leve podem ter um relacionamento amoroso, se casar, ter uma família com pessoas comuns ou com outro autista.

Os relacionamentos comuns nem sempre é fácil devido as rotinas, maneirismos, crises e movimentos involuntários que possuem. Por isso, os responsáveis devem estar sempre vigilantes para as crises possam ser mediadas para que os déficits, quando presentes, não cheguem a comprometer a vida do casal.

Vale lembrar que pais e familiares também precisam de suporte e orientação adequados desde a fase da paquera porque vivem num mundo diferente do nosso. É preciso ensinar o que fazer, o que pode ou não pode dizer, amparar quando não dá certo. O mesmo acontece durante o namoro e posteriormente, durante o casamento, como acontece com os deficientes intelectuais.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

SAVANTS E AS DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO

O grande problema de Savants e autistas (ou de ambos ao mesmo tempo) é a dificuldade que essas pessoas têm com a comunicação. E isso começa cedo, antes mesmo dos 3 anos de idade. Antes do diagnóstico e por aparentarem não ter qualquer deficiência física ou intelectual, essas crianças são consideradas mau educadas, insensíveis, que não gostam de ninguém ou não possuem empatia. E isto não é verdade.


Raiva, tédio, angústia, felicidade, alegria, carinho, amor são sentimentos profundos nessas pessoas, mas elas não sabem como comunicá-los. O resultado dessa inabilidade é um deslocamento do que acontece à sua volta e um represamento da realidade emocional. Essa inabilidade compromete a comunicação, a imaginação e a interação social, por que se trata de um distúrbio do sistema nervoso central (SNC). É um distúrbio crônico, genético (em muitos casos) e adquiridos (em outros), como consequência de infecções e/ou de problemas perinatais. 


Estudos realizados mostram que outros fatores biológicos podem estar envolvidos e ainda não identificados. Com certeza, vivências psicológicas da infância não estão ligadas a esses distúrbios.


A integração social é uma dificuldade de autistas e Savants, pois não conseguem dividir suas experiências e descobertas infantis com outras pessoas.


A fala também fica comprometida (incapacidade de falar, a demora ou a ecolalia (repetição do que outro dizem)) são sintomas desse mesmo distúrbio. Mesmo a fala correta, mas não é usada para conversas e trocas de experiências, mas para discursarem sobre um tema de seu interesse. Segurar ou puxar o braço de alguém ou apontar para o que quer é uma característica comum entre essas crianças.


A forma como brincam é diferente das crianças comuns. Preferem brincar sozinhos (o que favorece o isolamento) e não brincam da maneira convencional. Os brinquedos e objetos possuem um ponto que lhes chamam a atenção e é nesse ponto que autistas e Savants depositam seu foco. Se desistem de uma brincadeira e, mais tarde, voltam a ela, brincam da mesma maneira e com o mesmo foco. Isto porque, a área cerebral da imaginação é diferenciada da mesma área em pessoas comuns. Isto porque, há uma fixação das rotinas, temas e comportamentos repetitivos.


COMO AJUDAR?



Toda a ajuda aos autistas e Savants (com ou sem diagnóstico) está nas mãos dos pais. Estes precisam estar atentos e procurar ajuda profissional assim que percebam que há algo errado com o filho. Embora parentes e amigos insistam para esperar com a justificativa de que com o tempo a situação muda, não dê ouvidos. Procure o PEDIATRA ou um PSICÓLOGO. Saber o que acontece com o filho é dever dos pais. E tudo o que pode ser resolvido precocemente é MELHOR do que deixar que complique ainda mais.

Para conseguir melhorias, além do que o proposto pelos especialistas indicarem, é preciso que os pais compreendam que o tratamento é custoso, mas necessário e que não podem haver: faltas, displicências ou irregularidades e deve ser feita por toda a vida. Embora o autismo e o savantismo não tenham curo, a melhoria da qualidade de vida é importantíssima.

A medicação depende de caso a caso e quando for recomendada. Em casa, os pais também podem ajudar o filho, brincando com eles, propondo mudanças de comportamentos em relação às tarefas diárias, com relação às habilidades de comunicação, no ensino de regras e rotinas. Esse trabalho familiar é essencial e deve ser contínuo e perseverante, para que os efeitos benéficos sejam alcançados.

Hoje em dia, há autistas e Savants que frequentam escolas regulares e chegam a cursar faculdades.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

AJUDA MÉDICA PARA OS SAVANTS


Não é porque sejam geniais em algumas habilidades que não precisam de ajuda. Como vimos anteriormente, outras doenças, físicas ou psíquicas, podem influir em suas vidas. Nesses casos, o acompanhamento de um ou mais especialistas se faz necessário.


O diagnóstico é importante e garante um acompanhamento feito por especialistas. Mas diante dos rompantes de genialidade, familiares e médicos buscam estimular essas habilidades incomuns.

O diagnóstico da Síndrome de Savant é clínico. O diagnóstico é feito por neurologistas, neurocirurgiões, psiquiatras, pediatras, psicólogos e psicopedagogos.
As consultas costumam ser breves, principalmente quando os pais informam com precisão uma série de questionamentos. Para isso, os pais devem:


a) anotar qualquer sintoma enfrentado, mesmo os que você acha que não são relevantes.

b) anote as informações pessoais importantes (datas de nascimento, filiação, datas em meses que: sentou, engatinhou, andou, falou, da aparição dos sintomas, doenças, internações e a causa delas, doenças que o examinado já teve, etc).

c) anote as perguntas que deseja fazer aos especialistas. E se não entender o que eles falam por usarem uma linguagem mais técnica, não se intimide em dizer o que não entendeu.


d) anote todos os medicamentos (incluindo vitaminas ou suplementos)  que o examinado estiver tomando, o que já tomou, e se houve reações em relação a algum (alguns) deles.

e) leve sempre um outro parente ou amigo à consulta. Às vezes, é difícil lembrar de tudo o que foi dito durante a consulta. Assim, essa outra pessoa poderá lembrar se esqueceu ou perdeu alguma informação.

f) leve todos os laudos que você tiver de outros terapeutas, boletins e relatórios da escola.

Normalmente, os médicos e terapeutas fazem várias perguntas. E é importante que você esteja preparado. Se não lembrar, use as anotações feitas.

Após avaliar o histórico clínico do paciente, o médico ou terapeuta pergunta para: a)identificar a área afetada; b) saber se existe antecedentes familiares para saber se há algum fator hereditário; c) se trata de algo específico como uma lesão, tumor ou outra coisa que tenha provocado os sintomas que você descreveu.

Essas perguntas ainda têm outros objetivos: a) identificar o problema; b) determinar a área afetada; c) utilizar e favorecer as habilidades; d) diminuir as faltas de habilidades em outras áreas correlacionadas; e) dar melhor qualidade de vida ao paciente.

Só lembrando que epilepsia e hiperatividade são transtornos que podem estar associados ao autismo e Savants, mas ainda sem estudos que explique porque ocorrem em alguns e em outros não, embora se apresentem nessas pessoas no mundo todo e independente da sua raça. Os meninos são mais atingidos na proporção de 4 casos masculinos para 1 caso feminino.

A síndrome de Savant não tem cura. Ela é uma condição da pessoa. Portanto, não há um tratamento específico para essas pessoas. Porém, como é uma condição da pessoa e, geralmente, há comprometimento em outras áreas, é preciso socializa-la e encontrar soluções para evitar problemas futuros.

Daí a indicação do acompanhamento de psicólogos, fonoaudiólogos ou psicopedagogos que, considerando os pontos fortes e fracos de cada sujeito e com objetivos a serem cumpridos a curto, médio e longo prazo, poderão ajudar o sujeito a melhorar os problemas emocionais, problemas de fala ou de articulação das palavras ou problemas na aprendizagem escolar respectivamente, decorrentes dessa condição. Cabe ainda a esses profissionais trabalhar a inclusão social e sua inserção na sociedade.

quarta-feira, 27 de março de 2019

ALTÍSSIMAS HABILIDADES


Você já sabe que os Savants têm habilidades inacreditáveis, são talentosíssimos e geniais e, são diagnosticados como Savants, justamente por conta dessas habilidades. No entanto, em outras áreas apresentam muitas dificuldades por conta de que, essa síndrome pode estar associada a outros fatores associados e não devido a própria síndrome.

Mas falemos da virtuosidade dessas habilidades. A genialidade presente nas habilidades dos Savants pode ocorrer em vários campos do conhecimento humano e depende de um poder de foco, que se assemelha a um desejo ou fixação incontrolável. O sujeito focado uma única direção faz com que todas as outras habilidades que estão atuando diminuam de intensidade, como por exemplo as atividades básicas e essenciais para sua vida. Ex: pode esquecer ou ter dificuldade em ir de um lugar para outro, organizar-se nas tarefas domésticas ou escolares, fazer e manter amizades entre outras.

Que habilidades tão poderosas são essas?

1 - LINGUAGEM – Sabemos que a comunicação entre os autistas com Savant é complicada. Mas ainda assim, eles são capazes de compreender e dominar de um a 15 idiomas, como já foi provado em alguns casos, na Europa.

2 - MEMORIZAÇÃO – Todos têm uma enorme facilidade de memorizar. Segundo estudiosos realizados desde 1970, supõe-se que os Savants tenham uma memória eidética (mais conhecida como memória fotográfica) muito desenvolvida. 

O termo “eidética” tem origem no termo grego “eidos” (εἶδος) cujo significado é “o que foi visto”. Atualmente, chamamos de memória fotográfica (ou eidética) para descrevermos um tipo de memória extraordinária, precisa e eficaz nos detalhes do que é visto.

Por isso, alguns Savants preferem a memorização de listas telefônicas, palavras dos dicionários, catálogos, partitura músicais, etc. Esse tipo de memória age como se fotografasse aquilo que foi visto, mesmo que por uma única vez. Nesse caso, sua memória reportaria na prática de uma habilidade com toda a perfeição.

3 - CÁLCULO – Os Savants com foco nos cálculos (mesmo os mais complicados) conseguem resolvê-los sem qualquer material que lhes sirva de suporte, como calculadoras, tabletes, computadores.

4 - MÚSICA – Basta ouvirem uma vez para que reproduzam a música integralmente e com toda a precisão. Se tocada ao piano, violão, teclado ou outro instrumento musical, eles também o fazem com maestria e sem nunca terem aprendido a tocá-los.

5 – ARTES – Os Savants encontram muita facilidade em desenhar, pintar, esculpir, fotografar, fazer colagens incríveis, dependendo do foco de cada um. Também não precisam estudar para fazerem belos trabalhos artísticos. E muito se tornam famosos por isso.

sexta-feira, 22 de março de 2019

CAUSAS DO SAVANTISMO

Desde a descoberta da Síndrome de Savant, os avanços das técnicas de imagem cerebral contribuíram para que os pesquisadores tivessem uma visão mais detalhada dessa condição. As razões que levam ao savantismo não é determinada por exames de imagem, nem mesmo com o mais moderno deles, a ressonância magnética. Diante disso, muitos estudiosos têm dedicado grande parte do seu tempo em pesquisas na tentativa de encontrar alguma explicação plausível para esse acontecimento.

funcionamento normal

Dentre esses estudiosos está Mirian Revers que acredita na existência de uma disfunção cerebral em determinadas regiões desse órgão. Segundo ela, essa disfunção pode provocar uma hiperativação de algumas áreas cerebrais. Essa hiperativação poderia ter a capacidade de estimular outras áreas cerebrais, no sentido de facilitar a aprendizagem sobre um determinado setor do conhecimento humano. Essa hiperativação foi chamada de “Facilitação Funcional Paradoxal” por Kapur, em 1996.

hiperativação - manchas brancas


Para Kapur, um dano cerebral no hemisfério esquerdo e em determinada região, o dano ativa e reconfigura os neurônios fazendo aparecer capacidades latentes e as desinibe em forma de habilidades previamente armazenadas e reorganizada pelo processo de ativação.



Em estudos realizados por Bernard Rimland, em 1978, no Autism Research Institute (Instituto de Pesquisa do Autismo), Califórnia, USA, encontra-se a citação: “as habilidades presentes estão associadas ás funções do hemisfério direito (que incluem aptidões relativas a música, arte, matemática, cálculos, etc) enquanto no hemisfério esquerdo se relacionam e incluem habilidades mais sofisticadas como as linguagens e as especializações da fala, razão pela qual são mais deficientes”.

Assim, as principais capacidades (genialidades) em artes, música, cálculo de calendário, matemática, habilidades mecânicas/ visuo-espaciais são mais frequentes do que as de linguagem (poliglotia), discriminação sensorial, atletismo, conhecimento em áreas específicas, como neurofisiologia, estatística, programação de computadores.


Mirian Revers revela que essas capacidades (vistas como sintomas da Síndrome de Savants) podem variar, podendo ser pequenas e restritas como as habilidades de memorização ou cálculo. No entanto, em outros indivíduos podem ser de grandes habilidades e mais gerais, como se fossem verdadeiros prodígios.


Imagens Google

Fontes:
Mirian Revers Biasão, psiquiatra da infância e adolescência, coordenadora clínica do PROTEA, programa de estudos do TEA da FMUSP

terça-feira, 19 de março de 2019

SÍNDROME DE SAVANT X TEA






Muitos Savant podem ser confundidos com Aspergers. Mas há muitas razões que podem resolver esta confusão. Aspergers fazem parte dos TEA por compartilharem da mesma fisiopatologia. Por isso, o termo Asperger está caindo em desuso.

Uma pessoa pode ter TEA e ser diagnosticado com SAVANT. Mas nâo é uma regra geral, pois cerca de 50% de Savant são associados ao TEA e outros 50% associados a outros transtornos. Porém, apenas 10% dos indivíduos com TEA manifestam a Síndrome de Savant.




Indivíduos com TEA apresentam interesses restritos, ou seja, a um determinado assunto por focarem sua atenção nesse assunto. Podem estudar sobre ele e, devido a isso, acabam por dominá-lo.


Já os Savant não precisam estudar o assunto. Eles simplesmente sabem a fundo desde muito pequenos. Ex: uma criança Savant, aos 4 anos, ouve atentamente um músico tocar uma música de Mozart ao piano. Assim que ela avista um piano, ela senta-se e toca exatamente como o músico tocou sem nunca ter estudado. o esmo acontecem com os Savant pintores. eles não precisam de cursos de desenho ou pintura. Basta ver uma obra e eles fazem, usando as mais variadas técnicas.