sexta-feira, 14 de junho de 2013

ATIVIDADES COTIDIANAS

EM BUSCA DA AUTONOMIA (2)


O treino das AVDs (atividades da vida diária) é importante para os deficientes intelectuais porque dão a eles maior autonomia. Aprender a cuidar de si mesmos também dá uma boa ajuda aos pais.

Uma das principais AVDs é o abotoar a própria roupa. Muitos dependem dos genitores para realizar esta tarefa que envolve coordenação viso-motora, motora fina e habilidade.

Para treinar o abotoamento, Maria Montessori instituiu os quadros de laçagens. Um para cada tipo: abotoar,  fechos de pressão,  fechar com colchetes, de ziper, de afivelar e o de laços. Mas, recentemente, surgiram uns cubos em que estas etapas podem ser encontradas e praticadas pela criança. Em forma de brincadeira ou de desafio, a criança vai treinando. Primeiro, um de cada vez. 

Neste caso, a criança treina o "abotoar".

 

 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

CONTANDO HISTÓRIAS ORAIS

A maioria dos deficientes intelectuais possuem muita dificuldade em inventar e/ou contar histórias. Isto porque não foram estimuladas desde pequenas. 

Não é culpa dos pais. Eles tem tanto o que fazer para atender as necessidades da criança (levar aos terapeutas, cuidar das necessidades pessoais da criança, alimentar, vestir, banhar) , as suas próprias, as da casa e as do  trabalho fora de casa que, quando sobra um tempinho, o que querem mesmo é descansar. 

Por isso,  quando chegam a terapia psicopedagógica precisam ser estimuladas. Começo pela formação de frases, com figuras isoladas, para que a criança comece a desenvolver pensamentos sobre algo, além de fazer com que utilize as sílabas aprendidas e outras para ir intuindo, conhecendo a sequência das letras na palavra e  a grafia, do jeito que expliquei na postagem anterior sobre este assunto.

Enquanto isso, vou trabalhando oralmente as figuras dos próprios exercícios.
 
exercício  de leitura e rastreamento

 
figura de apresentação de uma nova letra ou de uma outra figura
 trabalhada em outra disciplina (no caso, em ciências)


Com essas figuras sempre pergunto: "O que ela vê na figura?" (para ampliar o vocabulário, verificar se há algo que ela não conheça e explicar ou nomear). Depois de trabalhar bastante, acrescento uma nova pergunta: "O que o personagem está fazendo?  Trabalho mais algum tempo as duas perguntas e proponho outras, uma de cada vez e sem esquecer as demais, como por exemplo: "Por que ele está fazendo isso?", "o que aconteceu durante a ... (situação da figura ou da ideia apresentada pela criança), "e como termina a história"? E assim, ela vai respondendo e criando sua história oral. Uma história pequena, é verdade, mas sempre uma história.

Mais tarde, apresento uma sequência de figuras que contam uma história. Este é apenas um exemplo:
  
Apresento fora de ordem e com o avesso para cima. A criança vira a figura, coloca em ordem e conta oralmente o que acontece em cada uma delas. Geralmente, elas contam apenas o que estão vendo.

Trabalho várias histórias deste jeito. Neste caso, não faço pergunta alguma. Apenas ouço. Quando a criança está bem firme, peço que ela conte para o pai ou a mãe (ou ambos) que a está acompanhando. E as crianças se sentem muito importante e os pais constatam seus progressos. 

Evidentemente, em algumas ocasiões, posso pedir que escreva uma das frases ditas. Neste caso, ela escolhe o quadro do qual ela escreverá a frase. E assim, vou trabalhando até que possa passar para outra etapa.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

DIFICULDADES DE PERCEPÇÃO AUDITIVA

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM


As percepções auditivas são tão importantes quantos as percepções visuais para quem estuda. Ouvir a explicação dos professores é essencial para a compreensão do conteúdo ensinado. Mas, não basta ser capaz de ouvir. É preciso que se tenha qualidade daquilo que se ouve. E ter qualidade significa poder ouvir, reconhecer e identificar todos os sons de nossa língua.



A Língua Portuguesa possui muitos sons semelhantes. E muitas crianças e jovens vão mal nessa disciplina porque não conseguem distinguir o som do “p e b”, ”t e d”, “f e v”, “j e ch”, “c e g seguidos pelas vogais a, o, u”, “que (i) e gue (i)” tanto na fala quanto na escrita. Assim, falam ou escrevem de maneira ilógica, como por exemplo: “A faca esdá no basdo” quando queriam dizer que “a vaca está no pasto”. Ou, “A chanela estafa aperta” quando a intenção era “a janela estava aberta”. Podem ainda fazer trocas inusitadas, como dizer “bolito” no lugar de “bonito”.

Outro exemplo:

A falta de qualidade no falar ou no registrar por escrito tem um nome: “Processamento das Informações Auditivas”, um trabalho cerebral realizado pelo lobo temporal. A dificuldade de processamento aparece quando, durante esse trabalho cerebral, alguns sons chegam de modo confuso e o cérebro não consegue identificar, enviando uma resposta errada.


Este problema pode ser percebido desde a infância. Até os 4 anos, as trocas de letras no falar são normais. Porém, se continuam após essa idade é melhor procurar um fonoaudiólogo. Com a entrada na escola, o acompanhamento com um psicopedagogo é essencial para o ensino de técnicas para que ele descubra qual letra deve utilizar.

Outro problema menos comum, mas que traz um incômodo bastante grande para quem o possui, é o “Transtorno Sensorial Auditivo”. 



Trata-se de uma hipersensibilidade a ruídos fortes e agudos como o barulho de gritos no pátio da escola, buzinas de carros, sirenes de ambulância, liquidificador, chiado das panelas de pressão etc. Esses ruídos produzem uma irritação nos sujeitos que pode fazê-los chorar ou demonstrar medo e aversão. Muitos pais não ligam para estes sintomas acreditando ser manha da criança. Mas, não é. E precisa de tratamento. 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

ENSINANDO A FORMAR FRASES

Uma das tarefas mais complicadas para os deficientes é a formação de frases. Difícil porque eles não compreendem o significado dos termos "formar" e "frase". Por mais que se explique são termos abstratos demais para seu entendimento.

Como ensinar um deficiente a formar uma frase?


Para que isto aconteça é preciso que se conscientizem de que podem escrever tudo o que pensam. E eles pensam, sim. E também conhecem uma porção de coisas que acreditamos que desconheçam. Isto porque temos ideias ultrapassadas, preconceituosas e crenças em  mitos com relação ao pensamento dos deficientes intelectuais. 

Assim, em vez de dizer a eles "forme uma frase com a palavra X"  diga "O que você pensa sobre X". A criança com deficiência intelectual deverá dizer a frase oralmente para que possamos auxiliar na escrita. 

A nota é boa.
O nenê é bom.
A Naná é feliz.
Eu gosto da nuvem.

Como toda criança no inicio da alfabetização, as primeiras frases são do tipo : "A boneca é bonita", ou "A maçã é gostosa". Estas frases devem se aceitas sim, mas só no começo da aprendizagem. Isto porque toda criança reafirma algo que experimentou e foi aceito como correto. 

Porém, se ela continuar formando este tipo de frase é preciso mostrar que existem outras formas, porque a escrita exige mais que uma forma padrão. Exige variedade  e, portanto, mais criatividade. E dentro de suas limitações, elas podem aprender a serem mais criativas, sim. 

Para isso, reformule o pedido de tempos em tempos. como "O que você acha da (figura, bicho ou palavra) X.""Como a (o) menina (o) está vestida (o)", "O que aconteceu com o(a) menino(a)"? ou "Onde a criança (ou o bicho) vai"?, ou ainda, "Como o menino está se sentindo diante de uma determinada situação"?  E, com os progressos que forem surgindo, de uma frase para outra.

A pipoca é gostosa.
A bola é da menina.
No bule tem café.
A caneta escreve.

Algumas vezes, incoerências podem aparecer como na frase: "O navio entrou no hotel". Claro que está frase tem algo incoerente. Neste caso, pergunte se ela sabe o que é hotel, se já viu um navio e, se não souber, explique. Pode ser falta de conhecimento anterior. Pergunte, ainda, se ela acha que está correta a forma como pensou. E permita que ela possa corrigir sua frase e dê tempo para que o faça. Caso não consiga, ajude-a sugerindo algumas formas mais correta e deixe que ela faça a escolha. Por fim, auxilie o registro deste novo pensamento.

A ave voa no céu.
Maria pintou o desenho com o pincel.

A criança que pensou estas frases tem  diagnóstico de limítrofe.  São frases simples, dentro do  que está aprendendo e  de acordo com sua capacidade.   Pouco a pouco, noto seus progressos.  E, se ela consegue, outros também podem. Tudo depende do conhecimento que se tem da criança e da forma como se propõe a atividade.

sábado, 11 de maio de 2013

FELIZ DIA DAS MÃES


A TODAS AS MÃES



Um feliz dia, repleto de amor e paz.

MÃES
                                    
                                         Ana Karolina

Aquela que ama, que cuida,

que passa horas acordada 

só pra te ver dormir.

Muitas vezes falam por gestos,

e com carinhos, 

A que compra um doce só pra lhe ver sorrir 

A única em que pode confiar e a única que te ama

De verdade... 

Domina suas vontades e luta por seus direitos, 

Sacrifica-se Mãe,

 Teu colo nos afaga e nos tira a tristeza,

teu colo, que nos aquece 

tem um único nome 

Mãe...
http://www.mensagenscomamor.com/poemas-e-poesias/poemas_maes.htm

Com carinho

Sueli Freitas

quinta-feira, 9 de maio de 2013

EM BUSCA DA AUTONOMIA


Qualquer criança precisa de autonomia. Autonomia é poder fazer coisas como segurar a mamadeira, sentar-se sem apoio, andar livremente, alimentar-se, banhar-se sem a ajuda dos adultos.

 

Ter autonomia é uma questão de maturação cerebral e dos órgãos internos. E se expressa por meio de uma vontade ou desejo de fazer coisas. E realizando pequenas coisas, as crianças desenvolvem habilidades, capacidades, criam o hábito, ficam mais inteligentes e rápidas e preparam-se para novos desafios impostos pelo crescimento e pela vida. A autonomia é, portanto, uma questão de sobrevivência física e psíquica.

Muitos pais amam tanto seus filhos que, em nome desse amor e da felicidade da criança, passam a se dedicar integralmente a eles. Fazem tudo por eles, para eles e no lugar deles. Chegam a ficar sem tempo para si mesmo ou, abdicam de certos direitos pessoais.

Mas, isto é uma tremenda bobagem. Primeiro, porque a maturidade da criança independe da vontade dos pais por ser parte da evolução de todo ser humano. Segundo, porque ao fazer tudo por eles e no lugar deles, os pais atuam no sentido oposto ao do desenvolvimento da criança, impedindo que esse desenvolvimento aconteça. Terceiro, até pode ser que as crianças sejam felizes no início da vida e sintam-se amadas porque não entendem a extensão dessa posição famílias. Mas, cedo ou tarde, chega à idade em que começam a compreender. E essa ajuda toda, torna-se um verdadeiro pesadelo para as crianças. E, em vez de crianças felizes como desejavam seus pais, tornam-se pessoas infelizes porque se sentem inúteis, incapazes, com sentimentos de baixa autoestima e de autoconfiança.

Por mais que pais se dediquem, acabam por perceber o crescimento dos filhos. Estão cansados e esgotados. É quando percebem que os filhos amados tornaram-se pessoas exigentes, preguiçosos, desleixados, irresponsáveis. E, algumas vezes, tornaram-se verdadeiros tiranos. Nunca estão satisfeitos, nada é suficientemente bom.


É aí, que alguns pais “acordam”. Porém, não sabem o “por quê” da transformação do filho. E, na tentativa de dar outro rumo, passam a exigir deles, em termos de comportamentos e atitudes, o que não haviam ensinado na época adequada. E dependendo da época em que esse acordar (conscientização) acontece, pode ser tarde demais.

Se a autonomia é importante para as crianças sem deficiência, mais importante ainda é para as que possuem deficiência intelectual. Isto porque elas precisam aprender como sobreviver neste mundo.

Crianças com deficiência intelectual devem ser estimuladas a fazer coisas sozinhas. E, quanto mais cedo, melhor. Ensinar pequenas coisas e com dificuldades progressivas é o recomendado. E criar oportunidades diárias para que a criança possa praticar essa nova habilidade.


Uma delas se refere à alimentação. Por um tempo, os pais deram comida na boca (por serem pequenas demais ou por apresentarem alguma dificuldade motora), depois comeram sozinhas e fazendo o uso da colher ou do garfo. Porém, aos 7 anos (idade cronológica ou mental) é hora de novos desafios.

SERVIR-SE DE ALIMENTOS

Vão aqui algumas dicas para todos. Nessa idade, as crianças já podem colocar no próprio prato:

1-   Alimentos frios – como as saladas, por exemplo. Enquanto isso se ensina a pegar pouco (para evitar desperdícios) e, se quiser mais, poderá pegar outra vez. Alimentos quentes e mornos são servidos pelos pais nesta fase. Quando estiver bem aprendido, passa-se para a segunda.

 

2- Alimentos mornos – são os bolinhos, verduras e outros acompanhamentos. Só os alimentos quentes serão servidos pelos pais. Reforçam-se os ensinamentos anteriores. E quando estiver bem aprendido, passa-se para a terceira fase.

 

3-   Alimentos quentes - as crianças passam a servir-se deles também, mas, um tipo de cada vez. Comece com arroz e feijão, depois massas e, por último, as sopas e caldos. Enquanto isso, os pais podem colocar no prato os alimentos que não estiverem sendo trabalhados.

 

sábado, 4 de maio de 2013

CARTÃO PARA O DIA DAS MÃES

Olá, Pessoal!


O Dia das Mães está chegando! Nada melhor do que fazermos com as crianças um pequeno mimo para elas. Pensei muito no que fazer e, tirando uma ideia daqui, outra dali e montei estes cartões. Vou mostrar a vocês passo a passo. Ok?

Escolha uma cartolina (ou color set) na cor desejada e uma branca ou uma cor clara e suave que combine com a cor escolhida. Corte 2 retângulos do mesmo tamanho (como desejar). 

 

No retângulo mais claro, dobre-o e marque o meio, e trace um retângulo de 3 cm de comprimento por 2 cm de largura. Recorte apenas as laterais. Abra tudo, coloque esta aba para o lado de dentro. Marque 1 com no lado da dobra.  Dobre essa marcação como se fosse um leque, fazendo com que a dobra do meio fique para dentro.

 

Depois disso feito, vire esta parte para baixo e cole o outro retângulo, deixando livre a lingueta cortada. Com uma tesoura de picotar recorte todo o contorno do cartão. Decore a capa como quiser.


Eu escolhi fazer uma colagem preparei vasos com flores. Com um furador decorado cortei várias flores de tipos diferentes e folhas. Com um retalho de outra cor, desenhei os vasos e recortei.  Montei tudo numa outra cartolina da cor da parte interna.  
 
Colei o vaso, depois as folhas para dar um ar mais real, e por último, as flores. Com lápis de cor dei uma aparência melhor no vaso e nas flores, e no miolo, um pingo de cola glitter. Depois de seco, recortei o arranjo, dobrei ao meio e colei na lingueta do cartão. Dei uma ajeitada e pronto. Ao abrir o cartão, o vaso fica em relevo. Por fim, escreva uma linda mensagem.

Veja outros modelos:

 


Esta é a minha sugestão de mimo para as Mães.

Espero que tenham gostado.

obs: Eu fiz estes cartões por um motivo muito especial. Mas, as crianças podem fazê-los também.