quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

RESPONDENDO AS DÚVIDAS SOBRE OS ÁSPERGERS

1- OS AUTISTAS SÃO AGRESSIVOS?


Na maioria das vezes, os Aspergers afirmam que “o mundo parece esmagá-los”. Por isso, ficam ansiosos e podem entrar em crise.

As pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) são hipersensíveis com estímulos que surgem do ambiente. Muitos são hipersensíveis a barulhos e ruídos, outros são hipersensíveis a água, areia, terra, que estão relacionados com o sensorial. Outros tem aversão relacionados a certos alimentos e assim por diante. Diante destas hipersensibilidades, as pessoas com TEA não sabem como agir. Ficam ansiosas e irritadas. Tudo isto ocorre por conta de um estímulo deflagrador da crise de hipersensibilidade proveniente do ambiente. Por exemplo: um ambiente muito barulhento, tentar colocá-los para mexerem ou andarem descalços na areia, na terra ou na água.

Devemos lembrar que, normalmente, pessoas com autismo NÃO SÃO AGRESSIVAS. Mas, em uma crise de hipersensibilidade, isso pode vir a acontecer. As pessoas com TEA, diante desses estímulos, não entendem o que está acontecendo e, justamente por essa incompreensão, podem reagir com maior ou menor agressividade. Podem sair correndo para buscar um lugar menos barulhento, podem gritar, chorar, atirar coisas ao chão ou jogar-se ao chão, como numa birra. Mas também podem morder, chutar ou bater em alguém que queria, simplesmente, tentar acalmá-las.

Cito como exemplo, uma festa de aniversário em que uma criança com TEA é convidada. Ela chega a essa festa calma e tranquila. Outras crianças chegam e se juntam às que já estavam lá para brincarem. Pouco depois e durante a brincadeira. as crianças colocam-se a gritar. A criança com TEA fica irritada, impaciente e incomodada. Ela não entende por que as crianças gritam e tampa os ouvidos com as mãos para não ouvir os gritos. E como as crianças não param, ela reage da forma como sente vontade naquele momento, ou seja, agressivamente. 

Pais atentos logo percebem o incômodo do filho e o retiram dali em busca de um lugar mais tranquilo e quieto. E ficam ali até que se acalme. Quando a criança com TEA já se acalmou, os pais conversam com ela e explicam o ocorrido. Só então, voltam para a festa.

2- PESSOAS COM TEA PODEM MUDAR DE GRAU?



Sim, podem. Tanto do grau severo para o moderado, como do moderado para o grau leve, dependendo se houve um atendimento terapêutico precoce.  Mas o inverso também é verdadeiro, caso não o tenha tido.

3- PARA TER ATENDIMENTO NÃO PRECISA DO DIAGNÓSTICO?
O maior inimigo das pessoas com TEA e com Síndromes que causam a deficiência intelectual é, sem dúvida, o TEMPO.  Geralmente os diagnósticos são demorados porque envolvem muitas áreas do conhecimento e pelas mãos de muitos profissionais.

4- COMO É O TRATAMENTO DO AUTISMO?


Apesar do autismo em qualquer grau não ter cura, precisa ser tratado. E o tratamento é multiprofissional, ou seja, precisa do acompanhamento de vários profissionais, porque as áreas afetadas são diversas podendo haver ou não comorbidades (outros problemas de saúde associados ao TEA).

MÉDICOS – O TEA precisa ser examinado por vários deles: pediatras, neuropediatras, (em crianças e adolescentes) e psiquiatras. Se for adulto bastam: o neurologista e o psiquiatra. Alguns casos necessitam de medicamentos específicos para combater sintomas relacionados com algumas comorbidades ou no tratamento de problemas diversos do comportamento.

TERAPEUTAS – O TEA precisa de muitos terapeutas devidos a várias áreas afetadas. Entre elas:

a) FONOAUDIÓLOGO – para cuidar dos problemas de fala e de comunicação que são comuns em autistas. Nas sessões, vários exercícios são apresentados para aumentar o vocabulário e melhorar a entonação de voz. Jogos e brincadeiras são usados para atrair e trabalhar a atenção das crianças autistas.

b) PSICÓLOGO – para cuidar dos problemas emocionais agressão, hiperatividade, compulsividade e dificuldade para lidar com a frustração.

c)PSICOPEDAGOGO – para cuidar das aprendizagens escolares.

d)TERAPEUTA OCUPACIONAL – trabalha com autistas com dificuldades motoras graves e no tratamento precoce.

e) NUTRICIONISTA - Muitos autistas apresentam resistência a alimentos. Alguns alimentos podem agravar ou melhorar os sintomas do autismo, como por exemplo, os que incluem leite e seus derivados porque esses alimentos incluem uma substância chamada CASEINA. Devem ser abolidos alimentos que contém glúten, farinha de trigo, cevada, centeio e alguns tipos de aveia Alimentos Industrializados e com corantes devem ser ingerados com moderação ou retirados de vez. Por isso, a atenção ao que a criança come deve ser redobrada. É melhor oferecer alimentos saudáveis por serem mais ricos em antioxidantes e em ômega.

f) PSICOMOTRICISTA – é uma especialista que ajuda as crianças a focar a atenção em uma coisa de cada vez através de brincadeiras e jogos, Ao mesmo tempo, ensina a criança a trabalhar certos aspectos importantes tanto para a vida como para as aprendizagens escolares, como por exemplo: amarrar os sapatos, abotoar camisas, dar nós e laços etc, ajudando a controlar os movimentos e combater os movimentos repetitivos comuns aos autistas.

g) MUSICOTERAPEUTA – Todos sabemos que a música nos ajuda a entender nossas emoções e nos faz interagir com o mundo a nossa volta. O objetivo não é cantar ou dançar, Nem tampouco aprender a tocar um instrumento qualquer. O objetivo principal é saber ouvir e expressar-se por meio de sons que os instrumentos produzem em ambiente leve e agradável.

h) EQUOTERAPIA – é a terapia realizada com cavalos. Essa terapia ajuda a manter a postura do corpo, a coordenação motora, o controle da respiração e desenvolver a autoconfiança. Para isso, a criança precisa aprender a controlar o animal, com sessões semanais que varia de 30 minutos a 1 hora. A equoterapia não é boa apenas para autistas, mas para todos os tipos de deficiência intelectual, inclusive a paralisia cerebral. No entanto, por não ser muito conhecida, esta é ainda, uma terapia cara, infelizmente.

domingo, 3 de fevereiro de 2019

DIFICULDADES PARA UM ASPERGER

a) NA COMUNICAÇÃO SOCIAL


Embora tenham facilidade na linguagem oral, a maior deles é a interpretação das diferentes linguagens. Na linguagem verbal compreendem o sentido literal dos termos. Por exemplo: na expressão “verde de fome”, eles sabem que “verde” é uma cor e que “fome” é a vontade ou a necessidade de comer alguma coisa. No entanto, não relacionam esses dois termos ao termo “faminto” que, nada mais é do que “estar com “muita” fome, ou, que está “passando mal” de tanta fome. Ou seja, não conseguem fazer uso de uma segunda interpretação.

Outro exemplo característico se refere ás linguagens não verbais, como gestos, tons de voz, expressões faciais e/ou corporais, desenhos, onde encontram bastante dificuldade de interpretação. Muitas vezes, passam a imitar ns gestos inadequados usados por outras pessoas por acharem engraçado ou por entenderem que seja apropriado. Daí ter-se um cuidado extremo de “policiamento pessoal” para que não sejam usados diante de Aspergers. 

Apesar de inteligentes (alto funcionamento) e de terem boa habilidade linguística encontram dificuldade de entendimento com piadas, sarcasmos, discursos imprecisos ou incompletos e conceitos abstratos usados em conversas do cotidiano. Palavras inadequadas podem ser repetidas pelos Aspergers, pois eles não possuem discernimento entre o que certo e errado, do adequado ou inadequado.

A ecolalia (repetição do que foi dito por outra pessoa) pode ser uma dificuldade em pessoas com grau leve e Aspergers. Lembrando que ecolalia e imitação são conceitos diametralmente diferentes. Imitação é algo voluntário. Imitamos ou repetimos porque gostamos ou achamos interessante. Ecolalia é uma dificuldade em formular seus próprios pensamentos de imediato, pois precisaria de um tempo mais longo para a pessoa possa processar a resposta a uma pergunta mesmo que simples, por exemplo. Então repete o que ouve no todo ou em parte, porque sabe que ao perguntar, espera-se uma resposta imediata.

b) NA INTERAÇÃO SOCIAL


Os Aspergers encontram dificuldades em ler as outras pessoas. Ou seja, encontram dificuldades de reconhecer e de entender a expressão dos sentimentos, emoções e intensões de outras pessoas. Por isso, muitas vezes parecem insensíveis á tristeza, choros, dores, alegria dos outros. 

Eles também não sabem como expressar seus próprios sentimentos ou emoções. A falta do que chamamos “traquejo social” é muito difícil para eles. Por isso, ficam raivosos com algo que querem e demora a ser atendido, não acarinham pessoas quando estão tristes ou doentes, os contatos físicos (beijos e abraços) são escassos ou inexistentes. 

Muitos comportam-se de maneira “estranha” ou “inadequada” diante de outras pessoas. Pode ser difícil para eles fazer novas amizades ou conservar as antigas, embora queiram ou desejem interagir com elas. Mas não sabem o que fazer para isso ocorra.

c) COMPORTAMENTO REPETITIVO E ROTINAS



Para os Aspergers, o mundo não é um lugar previsível. E se sentem confusos. Razão pela qual, gostam da rotina, assim, sabem o que pode acontecer todos os dias. Levantar e deitar-se, comer e lanchar, ir para a escola e desempenhar tarefas (caseiras ou escolares) sempre no mesmo horário fazem parte dessa rotina. Comer sempre os mesmos alimentos no café, almoço e jantar é exemplo dessa rotina.

O uso de regras a serem cumpridas é importante. Nada de hoje pode e, amanhã, não pode. Ou fazer hoje de um jeito e, amanhã, de outro. Isso os confunde e a falta ou a quebra da causam-lhe medo e incerteza, pois não sabem lidar com elas.

Os Aspergers são altamente focados, desde muito pequenos. Principalmente em algo que lhes interessa. São intensos, são do tipo do tudo ou nada. Com o tempo, podem vir a ter outros interesses e dedicar a eles a mesma atenção que davam ao interesse anterior e que agora não serve mais e é “esquecido” num canto qualquer. Outros Aspergers podem manter um interesse surgido na infância e pela vida afora. 
Gostam de arte, carros, computadores, coisas do ambiente, animais etc. Outros canalizam seu foco para os estudos, trabalhos ou uma ocupação qualquer desde que sejam relevantes para eles, para seu bem-estar e sua felicidade..

d) NA SENSIBILIDADE SENSORIAL

Muitos Aspergers gostam em maior ou menor grau de experiências sensoriais ou não gostam delas, recusando-se sumariamente a realizar experiências. São sensíveis a sons, toques, gostos, cheiros, temperaturas e dores. Conheci um autista leve que adorava mexer com areia, mas ficava aos gritos quando a brincadeira era com água. 

Trabalhei com um outro que pegava qualquer tipo de insetos e animais nocivos, mas não conseguia encostar nas folhas de uma planta. Isto porque causa-lhe uma ansiedade tão grande ou provoca uma dor física deveras insuportável que os bloqueia e paralisa.

Por exemplo, eles podem encontrar dificuldades em ambientes em que aja certos sons de fundo, fato que algumas pessoas comuns gostam ou ignoram. No entanto, este som pode ser insuportável, causar ansiedade ou dor física. No entanto ficam fascinados por luzes (piscantes ou aleatórias) e objetos giratórios (como ventiladores, caixas de música etc) ou pendulares (relógios antigos e objetos decorativos).

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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO


Muitas famílias, ao perceberem que o filho é “diferente” de seus irmãos sentem medo em procurar ajuda e ficam esperando que, um dia, a situação se reverterá. Outras, no entanto, sabem que devem procurar uma ajuda, mas com a justificativa do filho receber um rótulo que não melhorará em nada, desistem e deixam para lá.
Mas a coisa não é bem assim. Ser avaliado e ter em mãos um diagnóstico completo pode ser muito útil para a criança e para a família. Por quê?

a) Porque o diagnóstico ajuda pais e familiares, parceiros, professores, amigos, colegas, empregadores a entenderem a maneira como agem e as dificuldades que enfrentam. Ajuda também o que podem agir e fazer sobre eles. Nesse sentido, permite que seu filho tenha acesso a serviços e suportes. E que, todo esse pessoal que cuida de seu filho, possa te ajudar a cuidar e desenvolvê-lo da melhor maneira possível, pois passam a entender e a explicar melhor o “por quê” das coisas serem difíceis para eles.

 

b) E porque ajuda os professores a saber como lidar com seu filho. Entendendo seus problemas e o seu jeito de ser, pensar e agir, o relacionamento fica mais fácil e, em consequência, as aprendizagens também.

Se você tem alguma dúvida sobre as “esquisitices” de seu filho, você precisa procurar um psicólogo, um neuropsicólogo, um psicopedagogo ou um neuropsicopedagogo que são os profissionais mais adequados para iniciarem um tratamento adequado a ele.

Caso você não tenha um Asperger na família, ainda assim você pode ajudà-los, divulgando sobre o autismo e levando a compreensão do assunto mais pessoas. A Associação Amigos do Autista (AMA) http://www.ama.org.br/ e Associação de Atendimento e Apoio ao Autista (AMPARA) http://www.aamparaautismo.org.br/ sempre precisam de ajuda, seja como voluntariado ou com doações.

Ser autista não é vergonha alguma. Vergonhoso é o preconceito, a discriminação, o bullying. Vergonhoso é não compreender que essas pessoas não pediram para serem assim, que não sabem porque são assim. Vergonhoso é não entendermos que todos somos diferentes uns dos outros (somos gordos ou magros, altos ou baixos, brancos ou negros, homens e mulheres) e nos incomodamos com a presença de um deficiente intelectual ou de um autista.


O que essas pessoas fizeram para terem tanta bronca delas? Mas nem todas, não é? Alguns autistas são aclamados e reverenciados por seus feitos divulgados pela mídia. Aí viram deuses. Só que não sabem ou escondem a verdade de que são Asperegers. São eles: Bill Gates (diretor da Microsoft); Vincent Van Gogh (pintor clássico); Albert Einstein e Isaac Newton (cientistas e físicos); Steven Spielberg, Woody Allen e Tim Burton (diretores de cinema); Tim Burton (ator de cinema); Keanu Reeves (ator de cinema); Lionel Messi (jogador de futebol); Michael Phelps (penta campeão olímpico em natação) e Ludwig Van Beethoven (músico virtuoso e compositor clássico).

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE ASPERGER

O diagnóstico é realizado por uma equipe multidisciplinar, que inclui com frequência: um fonoaudiólogo, pediatra, psiquiatra e psicólogo.


Como as pessoas com Síndome de Asperger falam bem, conseguem se relacionar e interagir com as pessoas e apresentar pouca ou nenhuma atividade motora peculiar (esteriotipia), o diagnóstico é complexo e difícil. Isto porque, alguns aspectos podem ser confundidos com outros comportamentos, como por exemplo: o isolamento pode ser confundido com excentricidade e a falta de relacionamento ou de comunicação, com timidez, introversão ou mania. E como um difere do outro, o diagnóstico fica mais complexo ainda. Mas, assim como no autismo, o diagnóstico pode ser realizado em qualquer idade (crianças, jovens e adultos).

Por tudo isso, podemos dizer que os Aspergers são autistas de “ALTO FUNCIONAMENTO”.

O QUE É NECESSÁRIO PARA UM BOM DIAGNÓSTICO


Para que um diagnóstico seja confirmado ou refutado, o sujeito deve apresentar dificuldades na comunicação e na interação social e apresentar padrões repetitivos de comportamentos. Essas dificuldades devem limitar e/ou prejudicar as ações da vida no dia a dia. Isso caracterizaria o “espectro autista”.

No entanto, muitos Aspergers possuem padrões repetitivos muito discretos (quase imperceptíveis) ou inexistentes. Alguns Aspergers encontram dificuldade em compreender as linguagens verbais (falada, escrita, leitura) e não-verbais (gestos, desenhos, tonalidades de vozes), bem como compreender piadas, gozações ou sarcasmos, ou ainda, conceitos mais abstratos. Outros, encontram mais facilidade nessas percepções. Por sua vez, há os que se expressam muito bem oralmente, enquanto outros, encontram mais dificuldade. Há os que conseguem se relacionar e conviver com outras pessoas e fazer amigos, enquanto outros, não conseguem. E ainda assim, todos são Aspergers.


Nestes casos, por apresentarem uma divergência no comportamento padrão do espectro autista, esses sujeitos são classificados como “AUTISTAS ATÍPICOS”, ou seja, pessoas que possuem uma capacidade incomum e própria desses sujeitos e que é chamado pelos estudiosos como “alto funcionamento”.

Para diagnosticar esta atipicidade é preciso que novos termos sejam propostos e adicionados ao que já é conhecido. Mas essa facilidade ou habilidade só pode ser encontrada em apenas um dos itens do padrão do espectro autista.


No entanto, muitos Aspergers possuem padrões repetitivos muito discretos (quase imperceptíveis) ouinexistentes. Alguns Aspergers encontram dificuldade em compreender as linguagens verbais (falada, escrita, leitura) e não-verbais (gestos, desenhos, tonalidades de vozes), bem como compreender piadas, gozações ou sarcasmos, ou ainda, conceitos mais abstratos. Outros, encontram mais facilidade nessas percepções. Por sua vez, há os que se expressam muito bem oralmente, enquanto outros, encontram mais dificuldade. Há os que conseguem se relacionar e conviver com outras pessoas e fazer amigos, enquanto outros, não conseguem. E ainda assim, todos são Aspergers.

Messi é um autista de alto rendimento no futebol
e se enquadra nos "autistas atípicos ou de 
alto rendimento"

Nestes casos, por apresentarem uma divergência no comportamento padrão do espectro autista, esses sujeitos são classificados como “AUTISTAS ATÍPICOS”, ou seja, pessoas que possuem uma capacidade incomum e própria desses sujeitos e que é chamado pelos estudiosos como “alto funcionamento”.

Para diagnosticar esta atipicidade é preciso que novos termos sejam propostos e adicionados ao que já é conhecido. Mas essa facilidade ou habilidade só pode ser encontrada em apenas um dos itens do padrão do espectro autista.


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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

MAIS UM ANIVERSÁRIO DO BLOG


Hoje, o blog MIL MANEIRAS ESTIMULAÇÃO PEDAGÓGICA completa seu 8º ano de existência. Seu principal objetivo sempre foi o de ajudar pais e professores a lidarem com alunos chamados de "especiais".

Esses "alunos tão especiais" merecem nossa atenção. Cada um é especial, não pela síndrome que o afeta, mas por seu jeito próprio de ser, de sentir e agir diante de uma adversidade que lhe foi imposta,  porque são guerreiros. E são guerreiros porque lutam diariamente para vencer suas próprias dificuldades, porque superam seus  limites. porque são perseverantes e corajosos.

E como é lindo e como é bom trabalhar com eles. Ver os traços, tortinhos e desalinhados, se transformando em escrita. Ver as junções silábicas se transformando em palavras, ouvir os sons de suas primeiras leituras, a formação das primeiras frases e das primeiras histórias contadas sobre um desenho feito. Mais que lindo, é gratificante. 

E como essas criaturas tão especiais nos ensinam. Elas nos ensinam tanto que no final das contas, é muito mais do que ensinamos a eles. E sou grata a todos eles por esse aprendizado: de perseverar nos meus objetivos sem reclamar se é demorado ou não para chegar onde quero, de nunca desistir no meio do caminho, de crer no que nos parece impossível, de olhar para além do que me é mostrado e de tornar o que era "impossível", em algo possível, visível e palpável.

Com eles ainda aprendi: a perseverar nos meus objetivos, de buscar respostas para meus questionamentos; de avaliar e reavaliar continuadamente minhas estratégias e procedimentos; de criar possibilidades onde pareciam não existir; de acreditar no impossível e transformá-lo em algo possível, concreto e comprovável.

Minha gratidão também aos inúmeros pais e professores que se comunicam comigo pelo endereço de contato, aos leitores e seguidores que deixam seus comentários e àqueles que não deixam também. Minha gratidão aos inúmeros estudantes que usam meus textos e atividades como fonte de pesquisa e aos convites que tenho recebido para palestras e outras atividades. 

Minha gratidão aos seguidores assíduos e leitores esporádicos deste blog e peço desculpas por algum atraso na ajuda e/ou comunicação. Obrigada a todos de coração.


Sueli Freitas

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

SÍNDROME DE ASPERGER

Dentro do espectro autista encontramos a Sindrome de Asperger que, durante muito tempo, foi considerada como um TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO, um “transtorno neurobiológico” com características que se assemelham ás do autismo de grau leve. Porém, em 2013, foi encaixada ao grupo TEA (Transtorno do Espectro Autista). A partir daí, novos estudos foram realizados e mudanças importantes surgiram no diagnóstico, nos graus de comprometimento e na condução do tratamento. 


SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS 

Embora o autismo e a Síndrome de Asperger compartilhem das mesmas dificuldades comunicativas, interativas e comportamentais pode ainda apresentar outros problemas de saúde ou de ordem mental, psicológica ou emocional, cujas implicações particulares também transforma cada indivíduo em seres únicos. 

Outra característica comum é que, cada autista ou Asperger enxergam e interagem com o mundo e com as pessoas de forma diferenciada. E é, este conjunto de influências, que lhes confere uma identidade pessoal e própria a autistas e Aspergers. 

Infelizmente, os Down, os Cri du Chat, os Retts, paralíticos cerebrais, autistas, Aspergers e tantos outros ainda são vistos como pessoas doentes. E, na verdade, não são. Essas pessoas são vítimas de erros genéticos, de ocorrências no nascimento ou de uma programação equivocada de seu DNA e que lhes confere uma “condição específica de sujeito” com a qual deverão conviver para o resto de suas vidas. Nasceram ou adquiriram uma “condição especial de pessoa” que agem, atuam e sentem de uma maneira diferente das demais e continuarão assim para o resto de suas vidas. Portanto, não pessoas são “doentes”. Simples assim. 

- Ah!, mas são diferentes de nós!?! Sim, e daí? Eu sou diferente de outras pessoas também: vejo a vida a meu modo, gosto de coisas que os outros não gostam, prefiro determinadas comidas que a maioria detesta, prefiro teatro a cinema, gosto mais de músicas eruditas enquanto a maioria prefere as populares, etc. E isso faz de mim alguém “doente”? Gente, é apenas isso. 

Mas posso entender que seja muito difícil para algumas pessoas entenderem o que seja uma “condição específica de alguns sujeitos”. Vejamos o significado de cada termo: condição é o modo de ser de algumas pessoas, ou seja, dela estar no mundo. Específica é o mesmo que própria, especial, diferenciada. Sujeito é o mesmo que pessoa. Resumindo, uma pessoa que vive uma vida diferente da nossa. Uma vida que não escolheram, que não pediram para viver e que, simplesmente, aconteceu. Por que? Por terem algo no seu DNA que causam essa especialidade de seres, por motivos divinos, por acaso ou destinos? Ainda não se têm respostas a tais questionamentos. 


No entanto, as pessoas “querem rotular” a todos os que são, pensam e sentem de modo diferente como “pessoas doentes”. Por isso, preocupam-se tanto com a “cura”. E se não há doença, não há cura. Simples assim. 

Sabe-se que a maioria destes seres especiais são os meninos, enquanto as meninas são em quantidade bem menor. Esta especialidade não escolhe classe social, portanto, os encontramos entre os ricos, remediados e pobres. Calcula-se que apenas no Brasil eles sejam perto de 2 milhões de pessoas disseminados pelos três graus, Aspergers e Savants (em quantidade bem menor). 

O que se sabe é que uma estatística correta e eficiente poderia auxiliar e muito nas políticas públicas e sociais que atendam, com eficiência, as necessidades dessas pessoas. Mas, infelizmente, os dados estatísticos são incompletos e geram políticas ineficientes. Em específico, os Aspergers e Savants (falaremos deles em outra oportunidade) apresentam condições biológicas, físicas e mentais bem diferenciadas dos autistas em geral. E quando se fala em políticas públicas e sociais nos referimos aos tipos de apoios que essas pessoas necessitam, ou seja, falamos do apoio médico, psicológico, educativo e social. 

INTELIGÊNCIA E APOIO AOS ASPERGERS e AUTISTAS DE GRAU LEVE


Os autistas de grau leve são mais inteligentes que os de grau moderado e severo, embora tenham uma inteligência um pouco abaixo da média. Encontram mais dificuldades específicas de aprendizagem, mas quanto mais baixo for seu nível de afetação do espectro podem vir a aprender a ler, escrever e conhecer números. Podem encontrar dificuldade na comunicação falada e escrita, falta a compreensão da leitura, porque as palavras são entendidas pelo seu valor literal (mesa é mesa e nada mais), nenhum entendimento das linguagens figuradas (provérbios e gírias), dificuldades nas operações matemáticas e daí o fato de precisarem de uma ajuda constante e ininterrupta. São facilmente irritáveis com luzes ou sons fortes e apresentam esteriótipos motores claros e visíveis. 

Já os Aspergers apresentam uma inteligência média ou acima dela. Aprendem a ler, escrever, contar, calcular e resolver problemas, embora a leitura ainda tenha um entendimento limitado. No entanto, quando um determinado tema lhes chama a atenção, debruçam-se sobre ele e buscam um conhecimento mais aprofundado, como por exemplo, sabem tudo sobre um determinado animal ou memorizar placas de carro. Em relação à fala, apresentam poucos problemas. Mas podem encontrar dificuldades em entender e processar as diferentes linguagens, razão pela qual precisam de ajuda constante. Com um apoio contínuo podem melhorar sua condição de vida, de terem uma vida mais significativa e gratificante e fazer suas próprias escolhas. São mais sociáveis e expressam mais afetividade que os de grau médio. Os esteriótipos motores são mais discretos e ocasionais, sendo que alguns podem não ser fáceis de se verificar.

domingo, 23 de dezembro de 2018

FELIZ NATAL

Que tenham um Natal de paz, amor e união.


São os votos do Mil Maneiras e meus 
a todos vocês.