terça-feira, 22 de janeiro de 2019

A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO


Muitas famílias, ao perceberem que o filho é “diferente” de seus irmãos sentem medo em procurar ajuda e ficam esperando que, um dia, a situação se reverterá. Outras, no entanto, sabem que devem procurar uma ajuda, mas com a justificativa do filho receber um rótulo que não melhorará em nada, desistem e deixam para lá.
Mas a coisa não é bem assim. Ser avaliado e ter em mãos um diagnóstico completo pode ser muito útil para a criança e para a família. Por quê?

a) Porque o diagnóstico ajuda pais e familiares, parceiros, professores, amigos, colegas, empregadores a entenderem a maneira como agem e as dificuldades que enfrentam. Ajuda também o que podem agir e fazer sobre eles. Nesse sentido, permite que seu filho tenha acesso a serviços e suportes. E que, todo esse pessoal que cuida de seu filho, possa te ajudar a cuidar e desenvolvê-lo da melhor maneira possível, pois passam a entender e a explicar melhor o “por quê” das coisas serem difíceis para eles.

 

b) E porque ajuda os professores a saber como lidar com seu filho. Entendendo seus problemas e o seu jeito de ser, pensar e agir, o relacionamento fica mais fácil e, em consequência, as aprendizagens também.

Se você tem alguma dúvida sobre as “esquisitices” de seu filho, você precisa procurar um psicólogo, um neuropsicólogo, um psicopedagogo ou um neuropsicopedagogo que são os profissionais mais adequados para iniciarem um tratamento adequado a ele.

Caso você não tenha um Asperger na família, ainda assim você pode ajudà-los, divulgando sobre o autismo e levando a compreensão do assunto mais pessoas. A Associação Amigos do Autista (AMA) http://www.ama.org.br/ e Associação de Atendimento e Apoio ao Autista (AMPARA) http://www.aamparaautismo.org.br/ sempre precisam de ajuda, seja como voluntariado ou com doações.

Ser autista não é vergonha alguma. Vergonhoso é o preconceito, a discriminação, o bullying. Vergonhoso é não compreender que essas pessoas não pediram para serem assim, que não sabem porque são assim. Vergonhoso é não entendermos que todos somos diferentes uns dos outros (somos gordos ou magros, altos ou baixos, brancos ou negros, homens e mulheres) e nos incomodamos com a presença de um deficiente intelectual ou de um autista.


O que essas pessoas fizeram para terem tanta bronca delas? Mas nem todas, não é? Alguns autistas são aclamados e reverenciados por seus feitos divulgados pela mídia. Aí viram deuses. Só que não sabem ou escondem a verdade de que são Asperegers. São eles: Bill Gates (diretor da Microsoft); Vincent Van Gogh (pintor clássico); Albert Einstein e Isaac Newton (cientistas e físicos); Steven Spielberg, Woody Allen e Tim Burton (diretores de cinema); Tim Burton (ator de cinema); Keanu Reeves (ator de cinema); Lionel Messi (jogador de futebol); Michael Phelps (penta campeão olímpico em natação) e Ludwig Van Beethoven (músico virtuoso e compositor clássico).

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE ASPERGER

O diagnóstico é realizado por uma equipe multidisciplinar, que inclui com frequência: um fonoaudiólogo, pediatra, psiquiatra e psicólogo.


Como as pessoas com Síndome de Asperger falam bem, conseguem se relacionar e interagir com as pessoas e apresentar pouca ou nenhuma atividade motora peculiar (esteriotipia), o diagnóstico é complexo e difícil. Isto porque, alguns aspectos podem ser confundidos com outros comportamentos, como por exemplo: o isolamento pode ser confundido com excentricidade e a falta de relacionamento ou de comunicação, com timidez, introversão ou mania. E como um difere do outro, o diagnóstico fica mais complexo ainda. Mas, assim como no autismo, o diagnóstico pode ser realizado em qualquer idade (crianças, jovens e adultos).

Por tudo isso, podemos dizer que os Aspergers são autistas de “ALTO FUNCIONAMENTO”.

O QUE É NECESSÁRIO PARA UM BOM DIAGNÓSTICO


Para que um diagnóstico seja confirmado ou refutado, o sujeito deve apresentar dificuldades na comunicação e na interação social e apresentar padrões repetitivos de comportamentos. Essas dificuldades devem limitar e/ou prejudicar as ações da vida no dia a dia. Isso caracterizaria o “espectro autista”.

No entanto, muitos Aspergers possuem padrões repetitivos muito discretos (quase imperceptíveis) ou inexistentes. Alguns Aspergers encontram dificuldade em compreender as linguagens verbais (falada, escrita, leitura) e não-verbais (gestos, desenhos, tonalidades de vozes), bem como compreender piadas, gozações ou sarcasmos, ou ainda, conceitos mais abstratos. Outros, encontram mais facilidade nessas percepções. Por sua vez, há os que se expressam muito bem oralmente, enquanto outros, encontram mais dificuldade. Há os que conseguem se relacionar e conviver com outras pessoas e fazer amigos, enquanto outros, não conseguem. E ainda assim, todos são Aspergers.


Nestes casos, por apresentarem uma divergência no comportamento padrão do espectro autista, esses sujeitos são classificados como “AUTISTAS ATÍPICOS”, ou seja, pessoas que possuem uma capacidade incomum e própria desses sujeitos e que é chamado pelos estudiosos como “alto funcionamento”.

Para diagnosticar esta atipicidade é preciso que novos termos sejam propostos e adicionados ao que já é conhecido. Mas essa facilidade ou habilidade só pode ser encontrada em apenas um dos itens do padrão do espectro autista.


No entanto, muitos Aspergers possuem padrões repetitivos muito discretos (quase imperceptíveis) ouinexistentes. Alguns Aspergers encontram dificuldade em compreender as linguagens verbais (falada, escrita, leitura) e não-verbais (gestos, desenhos, tonalidades de vozes), bem como compreender piadas, gozações ou sarcasmos, ou ainda, conceitos mais abstratos. Outros, encontram mais facilidade nessas percepções. Por sua vez, há os que se expressam muito bem oralmente, enquanto outros, encontram mais dificuldade. Há os que conseguem se relacionar e conviver com outras pessoas e fazer amigos, enquanto outros, não conseguem. E ainda assim, todos são Aspergers.

Messi é um autista de alto rendimento no futebol
e se enquadra nos "autistas atípicos ou de 
alto rendimento"

Nestes casos, por apresentarem uma divergência no comportamento padrão do espectro autista, esses sujeitos são classificados como “AUTISTAS ATÍPICOS”, ou seja, pessoas que possuem uma capacidade incomum e própria desses sujeitos e que é chamado pelos estudiosos como “alto funcionamento”.

Para diagnosticar esta atipicidade é preciso que novos termos sejam propostos e adicionados ao que já é conhecido. Mas essa facilidade ou habilidade só pode ser encontrada em apenas um dos itens do padrão do espectro autista.


imagens Google

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

MAIS UM ANIVERSÁRIO DO BLOG


Hoje, o blog MIL MANEIRAS ESTIMULAÇÃO PEDAGÓGICA completa seu 8º ano de existência. Seu principal objetivo sempre foi o de ajudar pais e professores a lidarem com alunos chamados de "especiais".

Esses "alunos tão especiais" merecem nossa atenção. Cada um é especial, não pela síndrome que o afeta, mas por seu jeito próprio de ser, de sentir e agir diante de uma adversidade que lhe foi imposta,  porque são guerreiros. E são guerreiros porque lutam diariamente para vencer suas próprias dificuldades, porque superam seus  limites. porque são perseverantes e corajosos.

E como é lindo e como é bom trabalhar com eles. Ver os traços, tortinhos e desalinhados, se transformando em escrita. Ver as junções silábicas se transformando em palavras, ouvir os sons de suas primeiras leituras, a formação das primeiras frases e das primeiras histórias contadas sobre um desenho feito. Mais que lindo, é gratificante. 

E como essas criaturas tão especiais nos ensinam. Elas nos ensinam tanto que no final das contas, é muito mais do que ensinamos a eles. E sou grata a todos eles por esse aprendizado: de perseverar nos meus objetivos sem reclamar se é demorado ou não para chegar onde quero, de nunca desistir no meio do caminho, de crer no que nos parece impossível, de olhar para além do que me é mostrado e de tornar o que era "impossível", em algo possível, visível e palpável.

Com eles ainda aprendi: a perseverar nos meus objetivos, de buscar respostas para meus questionamentos; de avaliar e reavaliar continuadamente minhas estratégias e procedimentos; de criar possibilidades onde pareciam não existir; de acreditar no impossível e transformá-lo em algo possível, concreto e comprovável.

Minha gratidão também aos inúmeros pais e professores que se comunicam comigo pelo endereço de contato, aos leitores e seguidores que deixam seus comentários e àqueles que não deixam também. Minha gratidão aos inúmeros estudantes que usam meus textos e atividades como fonte de pesquisa e aos convites que tenho recebido para palestras e outras atividades. 

Minha gratidão aos seguidores assíduos e leitores esporádicos deste blog e peço desculpas por algum atraso na ajuda e/ou comunicação. Obrigada a todos de coração.


Sueli Freitas

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

SÍNDROME DE ASPERGER

Dentro do espectro autista encontramos a Sindrome de Asperger que, durante muito tempo, foi considerada como um TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO, um “transtorno neurobiológico” com características que se assemelham ás do autismo de grau leve. Porém, em 2013, foi encaixada ao grupo TEA (Transtorno do Espectro Autista). A partir daí, novos estudos foram realizados e mudanças importantes surgiram no diagnóstico, nos graus de comprometimento e na condução do tratamento. 


SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS 

Embora o autismo e a Síndrome de Asperger compartilhem das mesmas dificuldades comunicativas, interativas e comportamentais pode ainda apresentar outros problemas de saúde ou de ordem mental, psicológica ou emocional, cujas implicações particulares também transforma cada indivíduo em seres únicos. 

Outra característica comum é que, cada autista ou Asperger enxergam e interagem com o mundo e com as pessoas de forma diferenciada. E é, este conjunto de influências, que lhes confere uma identidade pessoal e própria a autistas e Aspergers. 

Infelizmente, os Down, os Cri du Chat, os Retts, paralíticos cerebrais, autistas, Aspergers e tantos outros ainda são vistos como pessoas doentes. E, na verdade, não são. Essas pessoas são vítimas de erros genéticos, de ocorrências no nascimento ou de uma programação equivocada de seu DNA e que lhes confere uma “condição específica de sujeito” com a qual deverão conviver para o resto de suas vidas. Nasceram ou adquiriram uma “condição especial de pessoa” que agem, atuam e sentem de uma maneira diferente das demais e continuarão assim para o resto de suas vidas. Portanto, não pessoas são “doentes”. Simples assim. 

- Ah!, mas são diferentes de nós!?! Sim, e daí? Eu sou diferente de outras pessoas também: vejo a vida a meu modo, gosto de coisas que os outros não gostam, prefiro determinadas comidas que a maioria detesta, prefiro teatro a cinema, gosto mais de músicas eruditas enquanto a maioria prefere as populares, etc. E isso faz de mim alguém “doente”? Gente, é apenas isso. 

Mas posso entender que seja muito difícil para algumas pessoas entenderem o que seja uma “condição específica de alguns sujeitos”. Vejamos o significado de cada termo: condição é o modo de ser de algumas pessoas, ou seja, dela estar no mundo. Específica é o mesmo que própria, especial, diferenciada. Sujeito é o mesmo que pessoa. Resumindo, uma pessoa que vive uma vida diferente da nossa. Uma vida que não escolheram, que não pediram para viver e que, simplesmente, aconteceu. Por que? Por terem algo no seu DNA que causam essa especialidade de seres, por motivos divinos, por acaso ou destinos? Ainda não se têm respostas a tais questionamentos. 


No entanto, as pessoas “querem rotular” a todos os que são, pensam e sentem de modo diferente como “pessoas doentes”. Por isso, preocupam-se tanto com a “cura”. E se não há doença, não há cura. Simples assim. 

Sabe-se que a maioria destes seres especiais são os meninos, enquanto as meninas são em quantidade bem menor. Esta especialidade não escolhe classe social, portanto, os encontramos entre os ricos, remediados e pobres. Calcula-se que apenas no Brasil eles sejam perto de 2 milhões de pessoas disseminados pelos três graus, Aspergers e Savants (em quantidade bem menor). 

O que se sabe é que uma estatística correta e eficiente poderia auxiliar e muito nas políticas públicas e sociais que atendam, com eficiência, as necessidades dessas pessoas. Mas, infelizmente, os dados estatísticos são incompletos e geram políticas ineficientes. Em específico, os Aspergers e Savants (falaremos deles em outra oportunidade) apresentam condições biológicas, físicas e mentais bem diferenciadas dos autistas em geral. E quando se fala em políticas públicas e sociais nos referimos aos tipos de apoios que essas pessoas necessitam, ou seja, falamos do apoio médico, psicológico, educativo e social. 

INTELIGÊNCIA E APOIO AOS ASPERGERS e AUTISTAS DE GRAU LEVE


Os autistas de grau leve são mais inteligentes que os de grau moderado e severo, embora tenham uma inteligência um pouco abaixo da média. Encontram mais dificuldades específicas de aprendizagem, mas quanto mais baixo for seu nível de afetação do espectro podem vir a aprender a ler, escrever e conhecer números. Podem encontrar dificuldade na comunicação falada e escrita, falta a compreensão da leitura, porque as palavras são entendidas pelo seu valor literal (mesa é mesa e nada mais), nenhum entendimento das linguagens figuradas (provérbios e gírias), dificuldades nas operações matemáticas e daí o fato de precisarem de uma ajuda constante e ininterrupta. São facilmente irritáveis com luzes ou sons fortes e apresentam esteriótipos motores claros e visíveis. 

Já os Aspergers apresentam uma inteligência média ou acima dela. Aprendem a ler, escrever, contar, calcular e resolver problemas, embora a leitura ainda tenha um entendimento limitado. No entanto, quando um determinado tema lhes chama a atenção, debruçam-se sobre ele e buscam um conhecimento mais aprofundado, como por exemplo, sabem tudo sobre um determinado animal ou memorizar placas de carro. Em relação à fala, apresentam poucos problemas. Mas podem encontrar dificuldades em entender e processar as diferentes linguagens, razão pela qual precisam de ajuda constante. Com um apoio contínuo podem melhorar sua condição de vida, de terem uma vida mais significativa e gratificante e fazer suas próprias escolhas. São mais sociáveis e expressam mais afetividade que os de grau médio. Os esteriótipos motores são mais discretos e ocasionais, sendo que alguns podem não ser fáceis de se verificar.

domingo, 23 de dezembro de 2018

FELIZ NATAL

Que tenham um Natal de paz, amor e união.


São os votos do Mil Maneiras e meus 
a todos vocês.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

ESMIUÇANDO OS NÍVEIS DOS GRAUS

Dentro dos diferentes graus existem o que os estudiosos chamam de NÍVEIS. Esses níveis nada mais são do que uma escala progressiva de dificuldades, partindo de um espectro autista fraquíssimo (no limiar da normalidade) até os casos mais grave ou severo.


Assim, entre um grau e outro existem vários níveis do espectro autista que vai de um extremo ao outro. De um lado os menos afetados e do outro, muita afetação do espectro. Seguindo esse raciocínio, podemos observar que uns não falam nada, mas ouvem; outros que falam com mais dificuldade e os que falam bem e fluente. Há os que não conseguem ler, os que decodificam os sinais e os que leem, compreendem parcialmente o que leram. Há ainda outras questões envolvidas como os que têm e os que não apresentam estereotipias, os mais pacíficos e os mais agressivos etc.

PARA QUE SERVEM OS NÍVEIS?

Além de nos mostrar como agem os autistas em cada grau e na variação que ocorre em cada um, os níveis nos mostram também a quantidade de “apoio” os autistas devem receber em cada grau. Desse modo, os autistas severos precisam de maior apoio que os moderados e, estes, mais apoio que os autistas leves. O mesmo ocorre com os níveis dentro de cada grau.

Diante do exposto podemos imaginar como é difícil e demorado para diagnosticar uma pessoa com autismo. Porém, é muito mais difícil quando se trata dos autistas que estão muito próximos da linha de “normalidade”. Isto porque muitos comportamentos podem ser confundidos com excentricidade, como timidez, desatenção ou outras explicações. Nesses casos, os movimentos repetitivos e estranhos não aparecem, mas a fixação a um objeto, sim e pode ser qualquer coisa: não largam o videogame, o celular, um objeto de estimação, um livro ou um cobertor. Esses objetos, conhecidos como objetos de apego, ajudam a acalmar e a tranquilizar os autistas. Podemos afirmar que:

GRAU SEVERO

Os autistas de grau severo são os mais afetados por haver grande prejuízo na verbal e não-verbal (gestos, desenhos), com grandes limitações na interação com as pessoas e quase nenhuma resposta em relação com os outros. Vivem numa espécie de estado catatônico, uma espécie de perturbação psicomotora psicológica ou neurológica, que deixa o indivíduo passivo (que perde a capacidade de manter a rotina que tinha antes) e com uma imobilidade prolongada, fica mudo (perdendo a capacidade de falar embora não seja surdo) e com rigidez corporal ou com grande agitação. É resistente a mudanças no ambiente e na rotina ou as que interferem diretamente em vários contextos de suas vidas. As mudanças de foco causam resistências e aumentam o nível de estresse. Os movimentos motores são repetitivos e restritivos.

Em outras palavras, o indivíduo fica alheio ao mundo, não reage a nenhum tipo de estímulo e seu olhar é vago, parecendo olhar para o nada. Não se conecta com ninguém, nem mesmo as pessoas mais próximas que são os pais. Essa extrema dificuldade que é involuntária e sem controle do indivíduo. 

Podem aprender a ler, escrever e contar? Não. No entanto, os que estão mais próximos do extremo moderado, podem aprender habilidades como comer sozinho, vestir-se, calçar sapatos etc.

GRAU MODERADO



Já os de grau moderado encontramos indivíduos com um déficit considerável nas comunicações verbais e não-verbais. Embora as palavras não podem ser fluentes, eles conseguem repetir o que ouvem dito por outra (s) pessoa(s). Essa repetição funciona como um eco, daí receber o nome de “ecolalia”. Ex: Pode-se perceber ainda que em outros casos, as respostas são mais simples. Usando o mesmo exemplo para que se vislumbre uma diferenciação, alguém diz: - “Você tomou o leite”? E o autista responde: - “Leite”.

Como se pode perceber por esses exemplos, o prejuízo dessa comunicação é inquestionável. No entanto, existe um avanço na quantidade de palavras retidas no primeiro exemplo do que no segundo caso. Mas, ainda assim, a comunicação é reduzida e atípica.

No comportamento social, ainda apresente uma certa dificuldade com relação a interação e mudanças na rotina e em lidar com isso. Ocorrem os movimentos repetitivos e também podem ocorrer as “ecopaxias”, ou seja, a imitação dos gestos dos outros. É ainda verificada a dificuldade na manutenção do foco em tarefas simples e a facilidade que tem de estressar-se. Podem aprender a ler, escrever e contar? Sim. Mas apenas como decodificação dos símbolos (letras e números). Melhora quando se aproxima do extremo na direção do grau leve.

GRAU LEVE

Todos os autistas do grau leve são considerados inteligentes. E quanto mais próximos do limiar da “normalidade” mais inteligentes serão, sendo o contrário, também verdadeiro. Estes autistas conseguem aprender a ler, escrever e calcular. Mas, em alguns casos, a interpretação e compreensão da leitura fica comprometida.

impressionante neste grau é que muitos autistas se destacam pelo aprofundamento sob um tema, lendo e gravando muitas informações sobre o tema escolhido. Nesse sentido, os temas são os mais variados. 

Outros se encantam pela música, pelos esportes ou artes. Gostam de falar sobre esses assuntos e dão verdadeiras aulas usando as informações que possuem e pela facilidade em memorizá-las. E entre eles, se encaixam os Asperger, que veremos em breve.

domingo, 16 de dezembro de 2018

ESMIUÇANDO OS GRAUS DO AUTISMO

Em primeiro lugar, é preciso informar que o autismo não tem cura. Ou seja, uma vez autista, continuará sendo pelo resto da vida. Geralmente, os autistas são observados pelas famílias, familiares e professores, possibilitando serem diagnosticados entre os 3 a 5 anos. No entanto, esta não é uma regra fixa, pois muitos outros são diagnosticados bem mais tarde como na puberdade, adolescência ou na idade adulta, já que esse transtorno está em todas as fases da vida. O que ocorre é que, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a qualidade de vida desse sujeito.

Os sujeitos diagnosticados como autistas possuem características comuns a todos os graus e níveis pelos quais o diagnóstico é realizado. As principais características do autismo são: dificuldades na interação social, na comunicação e no comportamento. Mas como saber isso para observar?
1) DIFICULDADES NA INTERAÇÃO SOCIAL



Entende-se por interação social todas as formas como as pessoas se relacionam umas com as outras e como elas agem entre si. Lembrando sempre que é uma condição do espectro e não como um ato voluntário, os autistas encontram dificuldades nesse relacionamento e na interação. Uns encontram mais dificuldades que outros e não se encontra dois autistas que ajam da mesma maneira. Portanto, afirmar que cada autista é único em sua forma de ser e agir, é verdadeiro.


As características mais gerais são:

a) mostram-se indiferentes às pessoas, mesmo estando em meio a elas. É como se ignorassem a presença das pessoas ao seu redor. Os autistas, na maioria das vezes, parecem não perceber que existem pessoas à sua volta. Obs: os de grau leve são mais sociáveis, se relacionam e interagem com os outros de forma mais adequada.

b) parecem não perceber ou não se incomodar com os sentimentos das pessoas, como por exemplo: se estão tristes, alegres, bravos, doentes etc.

c) evitam o contato visual com as pessoas, porque quando as pessoas forçam este tipo de olhar, os autistas se sentem ameaçados e invadidos. 

d) passam muito tempo sozinhos (isolamento) como se estivessem absorvidos por algum pensamento. Ou se afastam quando estão em um grupo. Um bom jeito de contornar esta situação é olhar para a ponta do nariz deles.

e) brincam sós e sempre com as mesmas coisas, sejam elas brinquedos ou um objeto qualquer (coisas que giram, espelhos, animais etc). E com eles passam muitas horas (hiperfoco). Um fato interessante é que, quando um objeto sai do seu campo visual, os autistas não os procuram. É como se deixassem de existir.


2) DIFICULDADES NO COMPORTAMENTO

Além do isolamento que também é um tipo de comportamento, os autistas podem:

a) se batem ou esbarram em alguém acidentalmente, não pedem desculpas, porque não conseguem perceber as regras sociais.

b) rirem ou repetem palavras e frases inadequadas e/ou improprias em momentos inoportunos, como por exemplo, gargalhar num velório ou xingar e/ou ofender pessoas desconhecidas.

c) demonstram não sentir dor, nem sentir frio, fome/sede e saciedade, por não saber identificá-los. Por isso, tiram a roupa e andam descalços, mesmo em dias muito frios. Ex: fazem isso em qualquer lugar e em público.

d) demonstram não terem medo de situações perigosas. Como exemplos, pulam de escadas altas, sobem e descem com agilidade em lugares altos, enfrentam animais perigosos e peçonhentos. Em contrapartida, a maioria teme coisas que são inofensivas, como folhas de uma planta, de um bibelô que enfeita sua casa ou um objeto de uma determinada cor.

e) apesar do “hiperfoco” (capacidade de se manter concentrado por longos períodos de tempo), os autistas encontram dificuldade em manter a concentração em tarefas simples. E, em geral, essas tarefas não são terminadas.

f) agem como surdos quando chamados pelo nome.

g) na maioria dos casos são calmos, mas teimosos. Porém, diante de algumas situações (sensibilidade a ruídos, luzes fortes e a mudanças inesperadas na sua rotina) podem ter acessos de raiva e se tornarem agressivos.

h) a maioria dos autistas apresentam movimentos motores estereotipados (estranhos). Esses movimentos são reflexos, inconscientes, involuntários e repetidos com uma certa frequência. Portanto, impossível de ser controlado. Estes movimentos diferem de um autista para o outro e não importa o grau.

São movimentos que nada tem a ver com expressões de alegria, tristeza, raiva ou outro sentimento qualquer, mas que chamam a atenção de qualquer observador.


3) DIFICULDADES NA COMUNICAÇÂO



a) Os de grau severo não falam, embora ouçam. Os de grau médio falam com dificuldade, geralmente com uma palavra e frase com duas ou três palavras. Os de grau leve falam com certa fluência, fazem uso de frases inteiras e com sentido. Mas todos encontram grande dificuldade em expressarem seus sentimentos por gestos ou pela própria fala. Pouco falam de si mesmos.




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