quarta-feira, 19 de outubro de 2016

AVALIAÇÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL

PRIMEIRO DIA DE AVALIAÇÃO

Supondo que você receba na sala de aula uma criança (ou um jovem) com Paralisia Cerebral (PC) de moderada à grave. Você não a conhece, nem sabe de suas possibilidades, porém sabe que essa pessoa tem: biplegia dos membros inferiores (portanto não anda e é cadeirante), deficiência intelectual, baixa visão, fala dificultada, fortes problemas motores sendo lado direito mais funcional e o esquerdo nada eficiente. Sabe que já esteve na escola, mas não está alfabetizada. O que se pode fazer neste caso?

A primeira coisa a fazer é procurar saber o que ele pode realizar. A isto chamamos avaliar e seu objetivo é conhecer as possibilidades que ele tem de ler, escrever, contar e fazer alguns cálculos. É preciso saber que esta avaliação não é feita num único dia, mas ao longo de todo o processo alfabetizador. no entanto, este primeiro dia de avaliação já nos dá uma ideia de "como" e "por onde começar" nosso trabalho com essa criança ou jovem.Para isso, prepare algumas atividades que ele possa fazer.

OBS:

É preciso que o leitor saiba também que, nesta avaliação começamos uma sequência de atividades, mas que por sua extensão fica difícil colocá-la toda de uma vez. Mas que ao final, leva no máximo uma hora de trabalho, divididos em trabalhos de coordenação motora fina, trabalho de alfabetização em Lingua Portuguesa, leitura e escrita e alfabetização matemática.



PRIMEIRAS ATIVIDADES AVALIATIVAS

A primeira atividade é perceber a capacidade de “RABISCAR”. Nestas atividades é preciso que você ou alguém esteja do lado dele para instruir, observar e anotar os resultados.

1- VERIFICANDO A COORDENAÇÃO MOTORA

Entregue uma folha a ele e giz de cera (que são mais grossos e facilita a pegada). Mostre a ele (a) como você quer que ele faça e deixe que trabalhe sem interferências.
Nesta atividade observe: como ele encaixa o lápis na mão (pega com facilidade? Usa a outra mão para ajudar a encaixar o lápis?) É destro ou canhoto? A resposta a estas questões já dá uma orientação de qual lado do corpo é mais fácil ou mais difícil de trabalhar.

Observe os rabiscos. São longos ou curtos? São juntos ou apresentam espaços entre um risco e outro?  Levanta o cotovelo e trabalha com o braço no ar ou apoia o braço todo na mesa e na folha? Aparecem formas diferentes das que você pediu, como traços verticais, círculos, quadrados?
Como se vê, há rabiscos juntos e distantes, aparecem letras e um traço vertical. Apesar da PC e rigidez muscular, seus traços são leves e fracos (claros).

Observando como ele rabisca você tem uma noção de partida para o trabalho com ele. Se os traços forem curtos e juntos é sinal que os nervos e músculos estão muito enrijecidos ou ele apoia o braço e pulso sobre o papel e na mesa. Se forem mais longos e espaçados, há maior mobilidade. Se aparecerem traços verticais ou outra forma qualquer é sinal que ele avançou nas fases de desenvolvimento do desenho. É sinal que ele consegue erguer o braço.

Como uma segunda atividade é perceber se ele já desenvolveu a “TRAVA MUSCULAR”, ou seja, se ele tem noção de começar um traço e parar logo depois. Este é um exercício importante para a escrita. Escrever é começar e terminar uma palavra, deixar um espaço em branco e começar outra.

Para isso, em uma outra folha, passe na primeira metade traços horizontais (de 3 a 4 cm mais ou menos) e interrompidos por um espaço. Na segunda metade da folha, passe traços verticais também interrompidos. Lembrando que a baixa visão necessita de traços fortes, largos e de preferência escuros. Mostre primeiro os traços horizontais e mostre a ele como deve fazer. E deixe que trabalhar sozinho e sem interferências.
Vemos aqui, traços horizontais contínuos e ao final, tentativa de interrupção.E muito claros, sem pressão forte. Já os verticais, são mais fortes e interrompidos

Se ele traçar horizontal e verticalmente e parar mais ou menos onde você parou, é sinal que ele já possui a trava muscular bem desenvolvida. Caso tenha traçado até o final da folha, ainda não desenvolveu.

Mas também pode ser que realizou bem as linhas verticais e traçou a horizontal linhas retas contínuas ou vice-versa. É sinal que desenvolveu a trava apenas na direção em que deixou o espaço e não na outra. E você pode começar seu trabalho por aqui.


Um terceiro exercício, caso tenha aparecido formas diferentes nos rabiscos, é saber se essas formas foram ocasionais ou se ele sabe mesmo. Como no exercício anterior, em outra folha, passe metade da folha com círculos e a segunda metade com quadrados. Mostre como fazer (um de cada vez, e deixe que ele trabalhe sozinho sem interferência.

Vemos que encontra dificuldade nos dois. Os círculos ficam quadrados e os quadrados são abertos.

Caso não consiga realizar nenhum dos dois, é sinal de que foram ocasionais. Caso resolva os dois, com ou sem dificuldade é sinal de que ambos devem ser explorados no trabalho. E ambos podem ser trabalhados em momentos oportunos. Caso resolva um e o outro não, pode ser trabalhado o que encontrou mais dificuldade. 



Até a próxima postagem e segunda parte do trabalho do primeiro dia: AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DAS VOGAIS.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

ALUNOS COM PARALISIA CEREBRAL NA ESCOLA


As pessoas com paralisia cerebral podem ter efeitos leves, moderados ou graves. Os que têm Paralisia Cerebral (PC) leve, muitas vezes, não parecem que possuem paralisia cerebral. Isto porque sua aparência nos impede de observar, à primeira vista, os seus efeitos. Podem ser mais lentos que seus pares escolares de mesma idade, e porque apresentam capacidade para aprender. Basta repetir mais vezes o assunto e os exercícios. De quando em quando, devem esses conteúdos devem ser retomados para evitar esquecimentos.

Você seria capaz de dizer qual destes 
jogadores tem Paralisia Cerebral?

Já as pessoas com PC moderado podem apresentar uma dificuldade motora mais ou menos acentuada. Mesmo assim, há os moderados leves e os moderados mais graves com ou sem deficiência intelectual, e que podem aprender a ler e a escrever. Para estes últimos, quando as mãos apresentam mais dificuldade, suas letras geralmente são mais irregulares e podem ficar tremidas por causa do esforço que fazem. Para isso, existem no mercado adaptadores baratos que se encaixam em lápis e canetas e os tornam mais grossos para facilitar a pegada. Caso não encontrem, uma solução simples é grudar várias voltas de fita crepe com a mesma finalidade. 

Rapaz com PC e sua mãe formando-se  em Direito

Para alfabetizá-los, é melhor que sejam apresentadas letras em bastão (de imprensa) por terem formato mais simplificado. As letras cursivas apresentam muitas curvaturas e se tornam mais difíceis para eles. Estas pessoas também podem e devem aprender a ler e a escrever, desde que suas dificuldades motoras sejam respeitadas.  O mesmo acontece com as dificuldades visuais.

Os problemas visuais também variam de uma pessoa para outra. Há pessoas com PC leve que apresentam problemas visuais de vários graus e pessoas com PC mais severo que podem apresentar uma visão razoável.  Para os que apresentam baixa acuidade visual (ou baixa visão), o melhor é escrever com canetas hidrocores grossa ou digitar os exercícios em cor preta e com um tamanho de fonte bem alta (48 ou 72) para que não forcem a visão.


Há ainda pessoas com PC que andam, correm, saltam e outros que nem podem mexer as pernas, os braços ou ambos. Há PCs que apresentam biplegia (ambos os braços) nos membros superiores ou nos membros inferiores (ambas as pernas).

Na PC, geralmente, um lado é mais afetado que o outro. Assim, um lado é mais eficiente enquanto o outro é pouco funcional. Quem determina o lado funcional, a bi ou a tetraplegia é a localização da lesão cerebral. Nestes casos, o uso da tecnologia é o mais eficiente.

Há ainda os muito severos que os impede de movimentar os membros superiores e os inferiores (tetraplegia). Normalmente, pessoas com alto grau de severidade pouco aprendem o convencional da escola.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

PARALISIA CEREBRAL (PC)


Imagine um tear trabalhando normalmente e entrelaçando os fios para produzir um lindo tecido. De repente, apresenta um desarranjo qualquer e passa a produzir um tecido com uma série de defeitos e o que era belo já não é tão belo assim. 



Ás vezes,  quase não se percebe o defeito. Outras vezes, o defeito é bem grande que fica impossível não reparar.

Assim é a Paralisia Cerebral. Um distúrbio provocado por uma lesão cerebral que acontece quando o cérebro ainda está em formação e cujas consequências atingem os movimentos e a postura. Porém, a paralisia cerebral após o nascimento é muito rara. Mas, não é impossível. 

Em países desenvolvidos, em que a mãe recebe todo um cuidado durante a gestação a paralisia cerebral ocorre de 1 a 5 crianças atingidas para cada 1000 nascimentos vivos. Já em países subdesenvolvidos, os casos são de 7 ou 8 para cada 1000 nascimentos vivos. O Brasil, infelizmente, não tem estatística.

Embora frequentemente a paralisia cerebral seja anterior ao nascimento, ela só é detectada algum tempo depois dele. A família percebe que o bebê não faz alguns movimentos comuns a maioria dos bebês, como virar a cabeça sozinho, manter a cabeça firme sobre o pescoço, mudar de posição no berço, dificuldade na deglutição etc. É quando procuram o pediatra para saber o que há com a criança. Outras famílias só notam bem mais tarde, quando a criança não consegue permanecer sentada ou quando passam da época de aprender a andar. Só então, procuram o médico.

As causas são variadas, tais como infecções da mãe no período de gravidez, trauma físico ou ocorre um erro metabólico durante o parto, falta de oxigenação cerebral ou trauma craniano durante o trabalho de parto, o fator Rh do bebê incompatível com o da mãe ou o bebê com icterícia grave.

As consequências da paralisia cerebral podem ser: dificuldade para falar, mastigar  e deglutir os alimentos, paralisia de um lado do corpo ou de ambos, impedir de andar, deficiência intelectual, afeta o equilíbrio do corpo, provocar cegueira, surdez ou epilepsia.


 
O ator RJ Mitte, nem parece ter paralisia cerebral

Outros, no entanto, os efeitos são bem visíveis.

Os efeitos da paralisia cerebral não se dão do mesmo jeito para todos que a possuem. Uns podem andar, outros não. Uns apresentam impossibilidade de movimentos no corpo inteiro, outros só nas pernas ou braços. Uns apresentam uma deficiência intelectual mais severa, outros mais moderada e ainda outros, uma pequena lentidão. Essas diferenças acontecem devido à localização da lesão e as áreas cerebrais que são afetadas e que formam os tipos de paralisia cerebral e que podem ser: espástica, discinética e atáxica.

A Paralisia Cerebral Espástica é quando a pessoa apresenta uma dificuldade nos movimentos causados por uma rigidez muscular, que por sua vez, é causada por uma lesão cerebral, mais precisamente no sistema piramidal. Outra consequência é a do nascimento de bebês prematuros.

A Paralisia Cerebral Discinética é aquela em que a pessoa apresenta movimentos atípicos (incomuns) e involuntários.

A Paralisia Cerebral Atáxica é aquela em que a pessoa apresenta sensação de desequilíbrio e de percepção de profundidade, causadas por uma disfunção do cerebelo.

Seja qual tipo a pessoa tiver, quanto mais rápido e precoce for o diagnóstico melhor será para o bebê. Isto porque ele precisa de atendimento precoce com vários especialistas para minorar os efeitos da paralisia cerebral e ter uma melhor qualidade de vida.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

ATIVIDADES ARTÍSTICAS E A DISGRAFIA

Como prometi, vamos a mais algumas atividades artísticas que ajudam a melhorar a letra de quem possui disgrafia.

ALINHAVOS - os alinhavos além de serem exercícios perceptivos, ajudam na coordenação motora e na preensão. São exercícios que as crianças gostam de fazer.


 

ROLINHOS DE PAPEL E COLAGENS - fazer rolinhos de qualquer tipo de papel e depois colar em forma de flor, outro motivo qualquer ou contornando uma figura tem o mesmo efeito dos alinhavos, pois trabalham as mesmas coisas.


COLAGEM DE PALITOS - podemos usar esta colagem em forma de exercícios com linhas em ziguezague ou para contornar uma figura grande ou de forma irregular. Trabalha a percepção, a preensão, a lidar com objetos finos e com texturas diferentes.


 MODELAGEM COM PAPEL - para este trabalho escolha um desenho e recorte as peças individualmente. Monte também um modelo. Ao trabalhar com a criança deixe que ele olhe o modelo por 1 minuto e depois guarde-o. A criança deve usar as peças soltas para montar o seu o mais parecido com o modelo observado. Este trabalho além de trabalhar a coordenação motora e a preensão, trabalha também a percepção, a observação, a ordenação das peças e a memória visual.

Para crianças menores é melhor entregar junto com as peças, uma folha com o contorno do trabalho. Caberá a criança colocar as peças no lugar certo. Neste caso use um desenho com no máximo 4 peças. E aos poucos, pode ir aumentando o número delas.



ORIGAMIS - As dobras são bons exercícios para melhorar a caligrafia.  Comece com origamis fáceis. Aos poucos, vá aumentando a dificuldade. Os origamis trabalham a atenção e a concentração, memoria visual, a habilidade manual e as destrezas anteriores.



Após trabalhar bastante estes exercícios, pode-se introduzír os cadernos e o traçado das letras. Visto todas, aí sim, podemos começar com os cadernos de caligrafia para dar uma uniformizada no tamanho das letras. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

DISGRAFIA E ATIVIDADES ARTÍSTICAS (parte 5)

Quando os exercícios cansam, é hora de usar a criatividade e fazê-los trabalhar de uma forma mais prazerosa. E nada mais agradável do que uma atividade artística.

Não precisa ser nada muito complicado, mas que envolvam os movimentos necessários para a escrita. Seguem alguns exemplos do pode ser feito.


a) JOGO DE CONSTRUÇÃO - onde a criança trabalha a preensão, o transporte de peças, a delicadeza do movimentos para que a construção não desmorone.





b) ATIVIDADES ROTINEIRAS como as de abrir e fechar um ziper, abotoar um agasalho com botões ou colchetes, amarrar o cordão do tênis. que se faz usando a própria roupa da criança.


c) FAZER E COLAR bolinhas de papel crepom. Ao  APERTAR  O TUBO DE COLA a criança faz um exercício que ajuda na musculatura dos dedos necessários para a escrita. Esse movimento é exercído repetidamente para a colagem das forminhas de doce, dos palitos, folhas e das próprias bolinhas de papel.



E se não quiser fazer com bolinhas, o exercício será feito da mesma maneira.


 d) COLAGEM COM GRÃOS - trabalha a preensão, forçando os dedos a formarem a pinça. Aqui podemos usar feijão, milho, ervilha seca, arroz e outros. Pode usar também macarrãozinhos.

 

e) COLAGEM COM AREIA - trabalha o aperto do tubo de cola, porém, mais prolongado porque tem que cobrir o traçado todo do desenho. Pode colar areia de várias cores ou de uma só.




f) ORIGAMI - a sequência de dobras que um origami (dobradura) contém é um ótimo exercício perceptivo, desenvolve a atenção e ao mesmo tempo que traz mais habilidade manual. 




g) Existe uma atividade na internet chamada "doodle", cuja tradução é "rabisco". Essa atividade é bastante interessante e pode-se trabalhar aqueles exercícios que se faz no caderno ou em folhas.  E é muito fácil de fazê-lo. Usando um desenho qualquer (flor, bichinho, folhas, ou criando o seu próprio desenho) desenhe em cada  parte dele, um exercício diferente e as crianças devem terminar de preencher . Supondo que o seu desenho seja o de um "menino com boné". Faça, por exemplo, algumas bolinhas no boné, linhas onduladas na camisa, listras no short, e assim por diante. Veja como eu fiz para um garoto:


No final, o garoto quis dar um colorido para "ficar mais bonito". Como coloriu com lápis de cor, a cor ficou meio apagada na foto. 

Na próxima postagem, mais sugestões de atividades artísticas.

sábado, 20 de agosto de 2016

EXERCÍCIOS PERCEPTIVOS PARA A DISGRAFIA (parte 4)

Com estes exercícios podemos trabalhar tanto os problemas perceptivos (que envolve o traçado de letras e números) quanto os motores que causam a disgrafia. Podemos trabalhá-los em folhas soltas ou no caderno que seu aluno costuma usar.

TRABALHANDO A FREIO MUSCULAR

Há crianças que, quando escrevem, o fazem emendando uma palavra na outra. Ao escrevermos, seja na forma cursiva ou com a letra de imprensa ou bastão, é preciso deixar um espaço entre as palavras. O que parece normal para a maioria da população escolar podem não ser para algumas crianças.


Há várias causas para que isso aconteça: seja porque a trava muscular das mãos funciona deficitariamente e ela não consegue parar, ou porque não consegue perceber o final da palavra porque quando fala, diz uma porção delas ao mesmo tempo.

Um bom exercício para corrigir esse problema você pode imprimir ou desenhar um quadriculado numa folha ou caderno e pedir que a criança pinte um quadradinho e deixe o outro vazio. A medida que for ficando fácil para ela, aumente a quantidade de quadradinho a serem pintados, mais 1 por vez, mantendo sempre um quadradinho em branco (medida do espaço das palavras). Repita até que se tornem fácil e aumente mais uma. E assim por diante, até uma quantidade de 5 ou 6 coloridos por 1 em branco. Os quadradinhos se assemelham as sílabas que as palavras possuem.

Cada linha é um exemplo diferente.

Outra variação é misturar a quantidade de quadradinhos a serem pintados, como por exemplo: 2, 4, 1, 3 por um sem pintar. Esta forma assemelha-se ás palavras em uma frase.

Um jogo que também trabalha o freio muscular é o jogo dos pontinhos. Pode ser feito em qualquer tipo de papel ou no caderno e é bem divertido. Podem se feitos muitos pontos ou poucos pontos (no aprendizado do jogo). Ele consiste em um jogo de duplas, onde as estratégias de jogo se desenvolvem com a repetição e da vontade de ganhar. 

 
                     Tabuleiro                                                              jogo

As regras, para quem não o conhece, são:

1- cada jogador liga dois pontos na horizontal ou na vertical, em qualquer parte do tabuleiro e passa para o adversário que faz o mesmo.

2- caso feche um quadradinho, coloca a inicial do seu nome ou pinta com uma cor pré-determinada. Pode ser discutida a vantagem de ter uma nova jogada para cada quadrinho feito.

Ao final do jogo, quem tiver mais quadradinhos com o seu nome ou cor, vence a partida.


TRABALHANDO O TRAÇADO DE LETRAS CURSIVAS

Antes é preciso lembrar que a maioria das consoantes cursivas possuem movimentos iniciais baseados nos movimentos do traçado das vogais “a, e, i”. Por exemplo: os movimentos básicos do “a” cursivo aparecem nas seguintes consoantes: “c, d, g, o, q”. Com o “e” traçamos o “l, b, f, h, k”. Com o “i”, traçamos o “u, t, j”. Daí saltamos para “n, v, w, y” cujos movimentos iniciais são semelhantes. E finalmente, trabalhar o grupo “r, s, z”, únicas letras com movimentos iniciais diferenciados. Assim, trabalhando os movimentos básicos de cada vogal fica mais fácil e mais rápido para que crianças e jovens possam diferenciar uma letra da outra. 
Os exercícios são simples, fáceis e gostosos de fazer. Podem ser bem divertidos dependo da sua criatividade.

Se você quiser começar a trabalhar pela a vogal “a”, é preciso lembrar que o movimento básico dessa letra na forma cursiva é um círculo. Sendo assim, nada mais fácil que...

 a) COLORIR BOLINHAS – Desenhe numa folha ou no caderno uma série de bolinhas e peça para a criança as pinte. Pode ser pintado numa cor só ou com 2 ou 3 cores (caso queira fazer um treino de preensão do lápis). Neste caso, fique de olho para que peguem o lápis da maneira correta cada vez que trocar de cor.


VARIAÇÃO – Você pode deixa-lo mais divertido, se você usar outras formas (quadrado, retângulo, triângulo, em forma de bichinhos ou uma outra forma irregular qualquer).

b) COLORIR BOLHINHAS COM MOVIMENTOS DIFERENTES – Faça como no exercício anterior. Desta vez, porém, serão usadas 2 cores. Por ex: colorindo de azul com movimentos da direita para a esquerda e de azul, da esquerda para a direita. Mas verifique se estão variando os movimentos.

VARIAÇÃO - pode se fazer também uma volta para a esquerda e outra para a direita, deixando o número de vezes maior para aquela em que a criança encontra maior dificuldade.

c) DESENHAR BOLINHAS – Desenhe pontinhos numa folha ou caderno com um bom espaço com eles. Marque a direção (esquerda ou direita) que devem seguir para traçar o círculo, com uma pequena flecha. E deixe a criança trabalhar, mas de olho verificando a correção do movimento.


VARIAÇÃO - Pode-se variar na forma (quadrados, triângulos, losângo etc)


d) COBRIR LINHAS PONTILHADAS – Trace várias linhas do caderno com letras “a” unidas umas as outras (imitando a escrita) com linha pontilhada ou com pequenos tracinhos. Com um lápis colorido (ou caneta hidrocor), a criança deve unir esses pontos (ou traços) sem tirar o lápis do lugar.

  


VARIAÇÃO - Pode-se usar objetos para este exercício, como bolinha de gude, bonecos, barquinhos de papel  e tudo mais que sua imaginação desejar. Ou passa o lápis primeiro e depois um ou dois objetos diferentes.



e) Como a mesmice cansa, desagrada e desanima. E para dar uma cara nova ao exercício, você pode usar sua imaginação e criatividade inserindo algo novo, como por exemplo, traçar no caderno a letra trabalhada com linhas duplas e deixando entre elas um espaço. No centro desse espaço você pode colocar tracejado, pontos, bolinhas para que as crianças os uma e assim aprendem a traçar a letra isoladamente. Pode ainda colar sementes, flores, pedrinhas, colar areia ou algodão desde que o sentido do traçado seja respeitado. Vejam alguns exemplos:

 

f) a)    COSTURANDO A LETRA – Em um pedaço de madeira ou papelão grosso trace a letra trabalhada em linha dupla, com 1,5 ou 2 cm distante uma da outra. Faça furos sobre os traços (ou no centro se preferir), para que por eles seja possível passar um cordão de tênis (barbante ou fita fina). Use uma das pontas do cordão (ou passe cola se não usar o cordão) como agulha  e dê um nó reforçado na outra ponta. Assim, em movimentos de alinhavos as crianças traçam a letra no sentido do traçado.



Todos estes exercícios trabalham os movimentos de traçado de todas as letras, o freio muscular e da preensão. E não esqueça que não é fazer uma única vez e pronto. Nada disso. São necessárias várias repetições do exercício, mas com criatividade e imaginação que sei que você é capaz.

Até a próxima postagem com mais sugestões.



segunda-feira, 15 de agosto de 2016

COMO AJUDAR NA DISGRAFIA (parte 3)

TRABALHANDO A PREENSÃO

Os movimentos de preensão são aqueles em que os dedos se tocam nas pontas e assumem uma posição de pinça. Todos os dedos o fazem, mas para a escrita importa a pinça feita pelo indicador e o polegar.

A pega do lápis correta é essencial para a escrita, por dar mais firmeza e mobilidade. O lápis deve ser segurado pelo indicador e o polegar e apoiado no dedo médio.


TRABALHANDO A MUSCULATURA DO POLEGAR E INDICADOR

Os exercícios para melhorar a preensão são bem variados. Podem ser feitos em brincadeiras com os dedos indicados até exercícios com mais dificuldades. O importante é que eles fortalecem os nervos e músculos dos dedos na execução das tarefas em que a preensão seja necessária, como por exemplo, na escrita.

Uma brincadeira gostosa é usar esses dois dedos para imitar o bico de pássaros e podem ser usados com músicas infantis. É um exercício simples, fácil e barato e que pode ser realizado em qualquer lugar.

Brincar de sombra, fazendo bichinhos como estes, mostrado abaixo. Ensine para suas crianças como fazer e ficarão horas nesta brincadeira saudável e exercitando sem perceber. Na Internet tem outros exemplos do que e como fazer.

Seja qual for o exercício escolhido procure variar na forma, no desenho, nos objetos, mas nunca o objetivo. A variação garante a novidade e a criança faz o exercício sem perceber.

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS

1-Arranje de 25 a 30 pregadores de roupa e que tenha boa pressão. No mercado existe vários tipos de pregadores e são baratinhos, mas dê preferência aos que tiverem maior pressão. Aperte-o com os dedos indicados e solte-o num papelão, borda de um pote, cesta ou outro lugar que desejar. Você pode associar este exercícios com outros de identificação de letras e números.



VARIAÇÔES:

a)           Você também pode usar as “calcinhas de cabelo” ou vários elásticos de uma só vez. Colocar o indicador e o polegar dentro da calcinha ou do elástico e com os movimentos de abrir e fechar os dedos em pinça. Repita de 5 a 10 vezes, aumentando aos poucos, conforme a dificuldade da criança.



b)           Colocar moedas num cofrinho é outro exercício que as crianças gostam muito. E é fácil.


c)          Colocar palitos de dente em paliteiro fechado e pelos furinhos é outro que as crianças gostam muito. Se for em tom de desafio fica mais divertido ainda.

d)      Enfiar palitos de dentes em uma esponja de louça ou em isopor é outra brincadeira legal e que eles gostam de realizar. A esponja ou o isopor podem ser substituídos por batata, cenoura, chuchu, etc, e podem ser confeccionados vários bichinhos.



e)           Trabalhos de perfuração com palitos (de dente ou de churrasco) também são ótimos.

f)              Rasgar papel aleatoriamente também é bom, desde que a criança os segure com os dedos indicados

g)       Uma brincadeira muito legal é a de imitar a lavagem de roupa de bonecas e pendurá-las no varal. Serve tanto para meninas como para meninos e, se quiser, pode mudar o foco para pendurar no varal cartões com objetos do carro, do navio, da casa etc.



COM TRABALHOS ARTÍSTICOS:

A colagem com objetos grãos é sempre um bom exercício por proporcionarem uma graduação das dificuldades. Estes exercícios ajudam a criança a pegar objetos com o polegar e o indicador em pinça. Crianças que usam outros dedos na pega dos objetos e do lápis precisam ser observadas e corrigidas.

a)           Pode-se fazer trabalhos de bricolagem, utilizando outros objetos em graduação de dificuldades como pedrinhas, tampas de refrigerante, palitos redondos ou chatos de madeira, garfos e colheres para doces (plásticos ou de acrílico), cotonetes, etc. Existe uma variedade enorme de coisas que podem ser usadas nesta atividade. Comece sempre pelas maiores e diminua aos poucos em atividades posteriores.

b)           Pode-se também usar grãos, começando sempre pelos maiores e diminuindo aos poucos em atividades posteriores. Pode-se usar: grão de bico seco, feijão, ervilhas ou lentilha secas, milho seco, arroz, e outras sementes menores que possa encontrar ou bolinhas feitas de papel.



c)          Colagem com macarrão é outra opção. Podem ser usados macarrões chatos, tubulares, ou outros como os de lacinho ou de conchinhas. Este tipo de colagem é mais apropriado para bordas de desenhos ou outros trabalhos.

d)     Papéis também podem ser usados, pois também permitem graduação de dificuldades, mas depois das opções anteriores terem sido trabalhadas. Comece com os mais grossos (papelão) e aos poucos vá diminuindo a espessura.

e)           Variações em papel com colagem de pequenas peças e de diferentes texturas, rolinhos ou bolinhas de papel (sobras de material reaproveitado) também podem ser realizadas.


Continuamos na próxima postagem e com novos exercícios.