terça-feira, 8 de outubro de 2013

CONCEITUANDO " VIDA "

 CIÊNCIAS PARA DEFICIENTES INTELECTUAIS - ESTUDO DOS SERES VIVOS


O que você, caro leitor, me responderia se eu te perguntasse: "O QUE É VIDA"

Resposta difícil, não é mesmo? Difícil porque é um assunto abstrato, complexo e que pode ser visto por vários pontos de vista: social, religioso, biológico, psicológico, filosófico etc. Mas, crianças com deficiência intelectual precisam desse entendimento para saberem do que se trata quando lhes falamos em "seres vivos".

Fiz essa pergunta a uma criança com diagnóstico de limítrofe e a resposta veio pronta: - "vida é não estar morto". Por meio desta resposta, pude perceber que ela podia diferenciar entre algo que está vivo e algo que não está. E já era um bom começo.

Pedi que me mostrasse, na sala de atendimento, coisas que não tinham vida. Ela olhou, pensou e apontou algumas coisas: armário, lápis, quadrinhos. Fiz então uma nova pergunta: Por que essas coisas não tem vida? A criança tentou responder, mas não conseguiu. Propus algumas dicas, como por exemplo, se elas elas comiam, tinham sede, se cresciam. E a resposta era sempre negativa. Ao perguntar  se saiam do lugar por conta  própria e iam passear no shopping, deu uma boa gargalhada. E disse: "Já sei, estar vivo é fazer coisas".

Pronto. Havia encontrado uma definição prática para o termo "vida". Eu já tinha um gancho para continuar o trabalho. Então pergunto: que coisas do mundo podem fazer coisas? Ela respondeu que eram os animais e insisti: que mais? Pensou e me olhou com um jeito de quem não sabia.

Dou outra dica: E você, está viva ou morta? "Viva, né", foi a resposta com ar de gozação. Então insisto: Então, o que você pode fazer? Pensou por alguns instantes e respondeu: brincar. Insisti ainda mais. Ao final, descobriu que podia fazer outras coisas como andar, falar, escrever, contar, desenhar etc. 

Mas, faltava ainda um elemento da natureza de quem ainda não havíamos falado: os vegetais. E pergunto: E as plantinhas, o que fazem? Pensou novamente e disse: "elas crescem". E contou que em sua casa tem muitas plantas e que as vê crescer.

Assim, reunimos em uma conversa o conhecimento básico para o estudo dos seres vivos: animais, plantas e pessoas têm vida. Fechei a conversa nesse ponto e repetimos oralmente este conceito. 

Depois, iniciamos os trabalhos no caderno, recortando e colando figuras sobre esses três elementos. Para finalizar o atendimento, cobriu com canetinha a expressão "seres vivos" que estava tracejada, escreveu os termos: animal, plantas e desenhou pessoas. 

Caros pais e professores

Este é o resultado de um longo trabalho que vem sendo realizado há pouco mais de um ano. Um trabalho de revisão de bases, de estimulação, de fixação repetida dos conceitos. Por isso, este estágio. Pode ser que vocês encontrem crianças que estejam mais adiantadas que esta , ou outras, em estágio inferior. Portanto, não se assustem se os resultados não surtam efeitos imediatos.A chave para tudo é o trabalho contínuo e a repetição. Acredite sempre, trabalhe com afinco que elas chegarão onde queremos. Tudo depende de nós, adultos.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ESTUDANDO CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS

Uma escola não vive apenas de alfabetização e cálculos, não é mesmo? Existem outros conhecimentos que devem ser ensinados e que as crianças precisam e devem aprender.

Crianças com deficiência intelectual também precisam ter outros conhecimentos. Mas, antes de ensiná-los é preciso relembrar que elas possuem um cérebro mais lento e, por isso, custam a memorizar certos conceitos. É preciso lembrar também que, muitas crianças deficientes intelectuais possuem poucas ou nenhuma experiência de mundo. Muitas, conhecem apenas o espaço onde vivem. Outras, possuem uma visão distorcida do mundo e da realidade, porque os percebem mal. Portanto, o estudo de Ciências, História ou Geografia deve ser pausado e com tempo para experimentar coisas e situações novas.

Assim, esses conhecimentos não devem ser ensinados tudo de uma vez como se faz com a maioria das crianças da sala de aula. Muitas informações só as confundem. Escolha uma frase que tenha um conceito importante e trabalhe isso até que aprenda.

Estudando de Ciências, o tema é "SERES VIVOS". Tema que envolve alguns outros conceitos  importantes. Por isso, é preciso saber o que ela sabe e o que ela não sabe do conhecimento do mundo. 

"COISAS DO MUNDO"

Peço que a criança diga que coisas conhece e que tem no mundo. Suponhamos que ela diga: pessoas, carro, mesa, cadeira, casa, cachorro. Insisto algumas vezes: "o que mais"? Se disser coisas do mar, do ar e da terra, seu conhecimento de mundo estará mais ampliado. Então, pulo esta parte, pois ela conhece outras coisas.

Mas, ela não diz. E isto me dá uma visão de um conhecimento de mundo restrito. Então, com os dados obtidos, começo o trabalho de ampliação do conhecimento. Mostrar o que existe no mundo além do que ela conhece. Para isso, uso figuras de revista que vamos folheando e  comentando. 

Depois, peço que recorte de outra revista coisas que o mundo tem e faça uma colagem. A revista é outra para perceber se o que foi comentado foi aprendido, ou se ela faz relação com o que foi dito. Em outra ocasião podem: podem colorir figuras desenhadas numa paisagem que podem ser de jardim, mar, céu, rua, cidade etc; desenvolver origamis ou atividades artísticas sobre o assunto.

Algumas sugestões:

 
cenas para colorir

 
colar figuras ou construir castelos

 
numerando ou em atividades de alfabetização

 
desenhando ou emoldurando uma cena

 com origamis

 
ou montando cenas recortadas de revista ou jornal

Continuamos na próxima postagem

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

E A PRIMAVERA CHEGOU!...

Olá, amigos.

Estamos na primavera. E com ela, voltam as flores. O cenário da natureza fica mais bonito e perfumado. E por que não levá-las para a sala de aula? 

Trago mais uma sugestão de atividades que podem ser realizadas por qualquer criança. Se forem crianças com deficiência intelectual e não tendo problemas motores podem fazer também. E elas gostam bastante.

Você irá precisar de:
  • canudinhos feitos com tiras de jornal ou de folhas de revista. Você poderá ensinar as crianças a enrolarem com o auxílio de um palito de churrasco. Caso sejam deficientes, leve-os já prontos.
Como fazer:
  • Depois, é só enrolar alguns canudinhos em forma de rolinho. Cada canudinho faz um rolinho.
  • Risque algumas folhas para que os pequenos recortem 
  • Deixe as crianças montarem  colando os rolinhos para formarem os raminhos.
  • As hastes podem ser feitas com  um canudinho ou desenhada com canetinhas, lápis de cor ou giz de cera. Também podem ser feitos raminhos sem as hastes.
  • Se quiser incrementar um pouco mais, risque pequenas flores (de color set, papel camurça, de revista, jornal ou outro que tiver) e cole os rolinhos para fazer os miolos.



Ficam uma graça!


Você estará trabalhando a coordenação motora fina no enrolar os canudinhos e os rolinhos, nos recortes e na colagem; planejamento, organização,  e o senso estético na montagem dos raminhos. Além da criatividade, as crianças aprendem a fazer escolhas e a tomar decisões. 

E ainda podem servir em atividades de linguagem como escrevendo  mensagens, frases, quadrinhas ou pequenos poemas. 

domingo, 15 de setembro de 2013

QUEREM TER FILHOS RESPONSÁVEIS?



Para criar filhos responsáveis basta seguir estas 7 dicas básicas:

1- Seja o modelo. Não mande, apenas. Faça você primeiro para que seu filho observe o quê e como fazer.

2- Peça que "todos" os membros da casa participem das tarefas do lar. O maridão, também.

 3- Divida as tarefas do lar de forma adequada para cada idade.

4- Ensine seus filhos a cuidar do que é deles.  

5- Mostre também que é preciso cuidar do que é de todos.

6- Não faça as tarefas pelo seu filho.

7- Converse com seu filho e estabeleça as regras

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

MEMÓRIA E AS APRENDIZAGENS

Dificuldades de aprendizagem

Pais e professores reclamam que filhos e alunos não se lembram do que aprenderam no dia anterior. Muitas vezes, nem se lembram do que foi dito poucos minutos atrás. E, por causa dessa falta de lembranças dizemos que são dispersos ou desatentos.

A função da memória é a de identificar, selecionar e arquivar as informações, conhecimentos, conceitos, sensações e pensamentos em espaços próprios para lembrar em outra ocasião. Por exemplo: imagens vão para a memória visual (localizada no lobo occipital); o que se ouve para a memória auditiva (localizadas nos lobos temporais); o que fazemos com as mãos e com o corpo para a memória sensório-motora (localizada no córtex sensório-motor) e assim por diante. E isto exige um gasto de energia mental.


Imaginemos um álbum de fotografias. Cada foto nos remete a uma situação ou fato vivido. Podemos lembrar: do lugar, dos odores, das pessoas e dos fatos que aconteceram em certo lugar e certa época como se fosse há uns instantes atrás. A foto é um fragmento da situação, do fato ou do evento, mas não é a realidade completa. E quanto mais fotos, mais lembranças. Porém, à medida que o tempo passa as fotos vão ficando amareladas e apagadas, tornando-se difícil de reconhecê-las. Então, já não nos serve mais e as jogamos fora. Para que as fotos não se percam é preciso que as restauremos de tempos em tempos.


A memória funciona como esse álbum. As percepções e as aprendizagens são arquivadas em forma de pequenos “flashes” que nos permitem lembrar. Mas, se não usados, com o tempo ficam turvos e se apagam. E para que isso não aconteça ou que dure por mais tempo é preciso saber que existe uma memória de curta duração e outra de longa duração.


Imagine que alguém está querendo trocar uma torneira e não sabe como fazer. Para executá-la pede a explicação para alguém. Essa explicação é gravada rapidamente, o suficiente para realizar a troca da torneira. Depois, é esquecida.

Para que ela dure mais tempo ou passe para outro nível, ao nível da memória de longa duração é preciso repetir essa ação várias vezes.

Assim acontece com as tarefas escolares. Dizer ou mostrar um conceito apenas uma, duas ou três vezes para um aluno, não adianta nada, pois logo esquecerá. É preciso repetir várias vezes para que um conhecimento se torne permanente. E o segredo está na repetição.

Mas, nos dias de hoje, há um conceito em moda: o de que as repetições são desnecessárias e as escolas ou professores que as usam são tradicionalistas. Mas, conte isso para nossa memória. Ela não sabe o que é modernidade ou tradicionalismo educativo. Sabe apenas que para que ela desempenhe sua função adequadamente precisa das tais repetições.

E, por falar em repetições, somos diferentes uns dos outros. Portanto, o número de repetições que uma pessoa necessita não é comum a todos. Uns precisam de mais repetições que outros. Isto independe da vontade dos alunos. E isto também não quer dizer que sejam dispersos, desatentos ou preguiçosos. O fato é simples: eles não tiveram tempo de “repetir” a quantidade de vezes que fosse suficiente para transformarem uma aprendizagem em algo mais duradouro. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SIR KEN ROBINSON - AS ESCOLAS ESTÃO MATANDO A CRIATIVIDADE DE NOSSAS CRIANÇAS

Este é um video para pais e professores. 

Engraçado, divertido, mas com reflexões importantíssimas para a educação de crianças e jovens. Todo legendado. 


sábado, 17 de agosto de 2013

DESENVOLVENDO HABILIDADES

(EM BUSCA DA AUTONOMIA)

Em se tratando de deficientes intelectuais é importante verificar que atividades motoras a criança domina. Isto porque a maioria das famílias adotam uma educação protetora e acabam deixando de desenvolver algumas habilidades importantes. E uma dessas habilidades é o saltar.

Portanto, antes de começar a trabalhar essa habilidade, é preciso conhecer o que a criança sabe fazer e como ela o faz.

Foi pedido para esta criança que pulasse um pequeno degrau existente na saída da sala de atendimento. Na primeira foto observa-se que ela não se prepara para saltar, ou seja, não une os pés. E quando foi dada  a ordem, simplesmente esticou a perna como se fosse para andar. 


Uma outra verificação foi feita. O objetivo era saber se conseguiria saltar para a frente. E para isso foi utilizado a distância de um piso. A criança em questão foi colocada na posição correta e diante do piso marcado. Ao receber a ordem, ela se afastou um pouco a tomar impulso. Foi um pequeno salto, com pequena distância (meio piso)  e ergueu-se a poucos centímetros do chão. O piso marcado fora esquecido também. Ao tocar o chão apresentou um pequeno desequilíbrio, inclinando o tronco para a frente e para o lado direito.



Daí, já se pode concluir que todo um trabalho de base deve ser feito antes que ela aprenda a saltar. Começo esse trabalho em breve e vou apresentando aqui o que for encontrando. Ok?