sábado, 23 de junho de 2012

TRABALHANDO EM CADERNOS

Após o trabalho  com as letras sensoriais, com a caixa de areia e no papel é chegada a hora de enfrentar o caderno. Embora sejam capazes de traçar corretamente as letras, a coordenação motora de cada uma ainda é bastante irregular. Ora ficam grandes demais, ora pequenas ou, até mesmo, num tamanho bom. Alguns deficientes apresentam ainda a dificuldade de seguir as linhas dos cadernos comuns. Por isso, começo por um caderno de linhas verdes. Esse caderno se assemelha ao caderno de caligrafia, porém o espaço onde se escreve é bem maior e regular.

Nesse caderno escreve-se dentro das linhas verdes que servem para regular as letras. Crianças com letras muito grandes passam a fazê-las em tamanho menor. As que possuem letras muito pequenas, aumentam o tamanho pois não podem passar dos limites do verde. Não se preocupem se no início as crianças não conseguem chegar a esses limites ou os ultrapassam. É a regularidade e a constância quem faz esse trabalho.

  

Para os números, uso o caderno quadriculado de 1 cm. O quadriculado pequeno não serve por exigir um esforço maior da criança. Este caderno também facilita a contagem para exercícios de cálculos, de rastreamento, numeração etc.

  
Por último, quando a criança já se sentir segura e, aos poucos, vá apresentando o caderno comum. Um pouco de cada vez e pulando linha.

domingo, 17 de junho de 2012

FESTAS JUNINAS

Junho é um mês diferente dos demais. Tem cheiro de pipoca, quentão, batata doce assada na fogueira. Tem sabores diferentes também. como o do pinhão, doce de leite, curau, pamonha e pé-de-moleque.

O frio da estação contrasta com o calorzinho vindo da fogueira ou da agitação das danças juninas: quadrilhas, forrós, baião e tantos outros ritmos que fazem a gente se aquecer. 

E as quermesses então? Um beijo por uma prenda na barraquinha montada em torno da igreja, na praça principal de uma cidadezinha do interior ou nas escolas. O chapéu de palha, a saia rodada, pintura exagerada no rosto, as tranças postiças... tudo para festejar estas festas que fazem parte de nossa tradição cultural e, portanto, do nosso jeito caipira de ser.

Mas, assim como tantas outras festas, pouco a pouco, esta também vai sendo modificada por outras influências. Os country e os Tchu-tcha-tcha substituem hoje em dia os nossos ritmos tradicionais. Coisas da modernidade? Será? 


Boas Festas Juninas a todos.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

ADORNOS PARA FESTAS.

AS FESTAS JUNINAS ESTÃO CHEGANDO !!!

E com elas, a preocupação do que fazer para decorar pátios, salas, barracas. Eis aqui um adorno fácil, rápido, diferente e muito bonito. Assista ao vídeo e aprenda a fazê-lo.


E uma boa festa Junina para todos.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PREPARANDO O DEFICIENTE PARA A ESCRITA

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que alfabetizar um deficiente intelectual é uma questão de paciência. E, portanto, pressa e deficiência não combinam. Tudo deve ser muito bem trabalhado de forma variada  tendo em mente  a necessidade da  repetição do que esta ensinando. Não se incomode em voltar atrás e  repetir o que acreditamos que eles  sabem. Eles precisam  fixar na memória o que sabem,  pois  encontram uma dificuldade neste item.

PREPARANDO A ESCRITA

Após mostrar a letra e o som e, enquanto trabalho os exercícios sobre isso, incluo devagar exercícios que vão prepará-las para a escrita. São exercícios sensoriais e com dificuldades progressivas e trabalhadas passo a passo.

O primeiro passo é fazê-los entrar em contato com as letras sensoriais. E consigo isto com um alfabeto móvel que pode ser de madeira ou plástico (encontrados no comércio) ou com EVA (de espessura mediana ou grossa) ou de papelão,papel cartão ou de collor set duplo, que você mesma pode fazer. O objetivo é reconhecer a letra trabalhada no meio das outras e a manipulação dela para perceber a forma.

  

O segundo passo, também sensorial, são os exercícios táteis dos movimentos que serão utilizados na escrita da letra, por ex: linhas retas, oblíquas e curvas. Esse material pode ser feito com lixa d’água media, barbante ou areia colado sobre um papel cartão ou papelão. O trabalho consiste em fazer a criança passar o dedo indicador do lado de sua preferência lateral sobre essa linha várias vezes. Mas, um movimento de cada vez. Depois de um tempo, apresente este material na sequência do movimento.

  
... entre outros e os específicos para a escrita, como os de areia colada em papel.

 

Depois, é só ir novamente para as folhas...

  

O terceiro passo, a letra sensorial que da mesma forma pode ser feita com lixa, barbante ou areia. Gosto das letras de barbante porque a criança sente quando tem que voltar sobre a linha já traçada. As outras, ela deve intuir isso. Da mesma forma, ela deve passar o dedo indicador sobre a linha. Aos poucos, introduza o som da letra.

 

Feito isso, passo para uma nova etapa: a caixa de areia. Essa areia é aquela que se coloca em vasos, colorida e bem baratinha. Coloco numa forma plástica e média, de forma a cobrir o fundo. E aí trabalha-se a escrita das letras. É nesse momento que se corrige qualquer falha no traçado. Para apagar, basta chacoalhar a forma, o que para as crianças é muito divertido. 

  

Quando o traçado estiver perfeito, passamos para outra etapa: a folha de papelNesta outra fase do trabalho, as crianças fazem o que chamamos de “rastreamento”. O material necessário é uma folha de sulfite com a letra grande e larga tendo em seu centro um pontilhado, e um lápis comum. A criança deverá unir os pontos varias vezes. A variação do rastreamento pode ser feita com lápis de cor ou caneta “hidrocor”. 

Comece com 5 vezes, pedindo que ela escolha 5 lápis ou “canetinhas” de cores diferentes e que una os pontos com cada cor. Aos poucos, peça 4, 3,2 vezes e, por fim, 1 vez. Se a dificuldade for grande, permaneça por mais tempo em cada etapa.

A Johanna, que é terapeuta ocupacional e seguidora deste blog, mostra também que os rastreamentos não precisam ser, necessariamente, feitos com lápis. Para ficar mais divertido podem ser utilizados outros brinquedos, como carrinhos, bonecos, motos, bicicletinhas e tudo o que a nossa imaginação permitir.

  
      foto da Johanna
foto da Johanna

A nova etapa é o traçado da letra no papel. Material: folha de sulfite e lápis comum. A folha pode conter o desenho pequeno da letra (para que ela possa se lembrar). E deixe-a tentar sozinha. Corrija eventuais esquecimentos, falhas ou erros de traçado que sobreviverem. Para variar, deixe-as escolher uma ou várias cores para realizar o trabalho.

Se estiver tudo correto, verificamos memorização da forma da letra.  Primeiro, por meio da imitação. Você de frente para a criança, traça no ar, com o dedo indicador a letra no sentido contrário, de forma que a criança veja de modo correto. Repita algumas vezes com ela acompanhando o seu dedo e, depois, ela continua sozinha. Se conseguir, uma nova etapa será iniciada. 

Os mesmos passos e a mesma sequència é feita com os números.

domingo, 3 de junho de 2012

PINTURA COM GUACHE

OLÁ PESSOAL!


Para as crianças que já se liberaram da timidez ou do medo de pintar com tinta, podemos deixar que a criatividade flua normalmente. Deficientes ou não precisam de momentos como este.

Pinturas figurativas mostram as habilidades que a criança possui, acalma ou tranquiliza, dá oportunidade para que expressem sentimentos através das cores e das próprias figuras.

A tinta é guache e pode ser usada pura ou misturada com um pouco de água, formando uma "aguada".

Vejam algumas realizadas com tinta pura:


O tema destas pinturas foi o " sentimento de amor".

 



Destas , com aguadas, o respeito à natureza;
 

 

terça-feira, 29 de maio de 2012

ENSINANDO O SOM DAS LETRAS


2ª aula

Depois de trabalhar bastante e realizado uma porção de atividades de reconhecimento da  forma da letra ensinada, vou para o som da letra. Para isso, utilizo o método fonovisuoarticulatório ou “método das boquinhas”.

Este método consiste em se valer de estratégias fônicas (fonemas / sons), visuais (grafema / letra) e articulatórias (articulema /boquinhas) desenvolvidas por fonoaudiólogos com parceria de pedagogos.  É indicado para alfabetizar qualquer criança, além de reabilitar os distúrbios da leitura e da escrita.

A justificativa é a seguinte: para que se possa ler é necessário que se faça uma descodificação, isto é, que as palavras façam sentido. Mas, para isso, é preciso que a criança reconheça a relação existente entre os sons da língua falada e as letras que são suas representantes.

Por outro lado, as crianças ouvem as palavras como um todo. E para que façam a relação entre o que ouvem e as letras do código alfabético é preciso que desenvolvam habilidades de consciência fonológica. Pois bem, este método permite que se forme essa consciência através da percepção da posição da língua, lábios e abertura da boca.

Como se faz isso? A criança observa a boca de quem fala. Ouve o som e tenta imitar. Repete-se algumas vezes e ela imita. Depois, mostra-se um espelho e pede-se que ela repita o movimento observando-se no espelho.

 Algumas crianças acham graça. Riem e se divertem. E é aí que este momento se torna importante, pois brincando, a criança realiza a analise do som de cada letra, observando em si mesma a posição da língua, dos lábios e boca.

ATIVIDADES

1- Pode-se iniciar com a observação da localização de palavras com "A" inicial em jornais e revistas. Circular, colorir ou recortar a letra ou a palavra.

2- Completar palavras com a letra estudada, com letras em cartões, alternando ora de imprensa, ora cursiva..

3- Dizer palavras que conhecem que comecem com "A" (ou outra letra qualquer)

4- Colorir os "A" que aparecem no final ou meio das palavras escritas no caderno, folha ou lousa.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

INICIANDO A ALFABETIZAÇÃO COM DEFICIENTES


Dominados os conceitos básicos, as crianças estão aptas para se alfabetizarem. Eu começo pelas vogais e uma de cada vez. Utilizo, segundo Montessori, uma lição de 3 tempos.

(1ª aula)


1º tempo: APRESENTAÇÃO DA LETRA.

Apresento a letra “A” de imprensa maiúscula e minúscula com uma figura que facilita a relação nome-letra e o som.

2º tempo: CONHECENDO A FORMA DA LETRA.

Mostro a letra de um Alfabeto Móvel. Este material tem letras soltas e pode ser construído com EVA, madeira, papelão ou outro material resistente. Deixo que peguem e sintam a forma da letra, trabalhando também a parte sensorial.


3º tempo: LOCAL DE USO

Mostro a letra “A” e o “a” em livros, revistas, jornal etc. apontando-as nos títulos, por serem mais visíveis. Depois, peço que encontrem e me mostrem outras  repetindo o som (chamo de “barulhinho”). A mesma seqüência e as mesmas atividades podem ser aplicadas quando da apresentação da letra cursiva. 

 


Após essa seqüência uma série de atividades pode ser realizada, tais como: 

  • colorir as letras “A” ou  “a” colocadas num desenho divertido ou em  palavras; 

  • separar a letra estudada em meio a outras, seja com o alfabeto móvel, escritas em quadrados ou círculos de cartolina, collor-set ou  papel cartão, 


  • Colorir ou desenhar dentro de um “A” ou “a” bem gordinho. A criança pode desenhar o que quiser, pois a intenção é fixar a forma da letra. Mostro aqui um G, para mostrar que pode ser usado com qualquer letra.
  • Desenhar um A com contorno grosso e deixar a criança recortar com a mão ou com a tesoura. Ajuda a fixar o contorno da letra.
  • Recortar letras de jornal ou revista com tesoura e colar numa folha.
  • Circular ou colorir com canetinha "hidrocor" palavras recortadas de jornais ou revistas,
Estes exemplos são uns poucos exemplos e, muitas vezes, precisamos muito mais. Mas, sei que pais e professores são criativos e podem encontrar outras formas. O importante é que as atividades sejam variadas para que a(s) criança(s) sintam que estão progredindo. Outra coisa importante é que as figuras que forem apresentadas devem ser bem coloridas por duas razões: uma, porque o colorido atrai a atenção dos deficientes; a outra, eles aprendem a valorizar o trabalho dos outros, sem que seja necessário fazer palestras sobre isto.  

Não precisamos dar tudo de uma vez. Mais vale um pouco bem trabalhado, sentido e experimentado do que muito. na correria.